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sexta-feira, 25 de abril de 2025

RIP-OFF – ESTUDO SOBRE MODUS OPERANDI É PUBLICADO POR BRASILEIROS EM REVISTA


O artigo analisa as transformações do rip-off, principal modalidade utilizada pelas organizações criminosas no tráfico internacional de drogas no Brasil

Foi publicado na Revista Criminalidad, da Polícia Nacional da Colômbia, o artigo “Rip-off clássico, contemporâneo e falso: deslocamentos táticos de uma modalidade de exportação de cocaína em portos do Brasil”, de autoria de Gabriel Patriarca e Sérgio Adorno, da Universidade de São Paulo.

O artigo analisa as transformações do rip-off, principal modalidade utilizada pelas organizações criminosas (Orcrim) no tráfico internacional de drogas no Brasil, que consiste na inserção da droga em contêineres com mercadorias legais de exportadores e importadores sem participação no tráfico.

Com base em entrevistas com representantes da Polícia Federal (PF), da Receita Federal do Brasil (RFB), de terminais portuários e de companhias marítimas nos portos de Santos e Paranaguá, os autores discutem como essa prática se adapta às medidas de segurança portuária, propondo três variações que ilustram tais adaptações: o rip-off clássico, o contemporâneo e o falso.

Rip-Off Clássico

O rip-off clássico se caracteriza pela inserção de mochilas com cocaína nos contêineres. Inicialmente, essa contaminação ocorria fora do porto, mas, após a obrigatoriedade do escaneamento dos contêineres, os traficantes passaram a realizar a inserção dentro dos terminais. Essa modalidade explora vulnerabilidades como a falta de inspeções rigorosas nas cabines dos caminhões, por onde a droga entra nos terminais.

Rip-Off Contemporâneo

O rip-off contemporâneo representa uma mudança mais significativa: no lugar das mochilas, a cocaína passou a ser ocultada dentro das mercadorias, sobretudo em sacarias de commodities como açúcar, café ou milho. Essa modalidade desafia a capacidade de detecção dos escâneres, especialmente quando a droga é acondicionada em pó, em vez de prensada, o que a aproxima da densidade e da disposição das mercadorias nos contêineres.

Rip-Off Falso

Por fim, o rip-off falso consiste em uma imitação deliberada desse modus operandi, mas com a participação de exportadores ou importadores. Nesse caso, mercadorias são negociadas unicamente para servirem de esconderijo para a droga. Ao simular o modus operandi típico do rip-off, os traficantes buscam escapar da responsabilização legal caso a droga seja interceptada. Essa prática complexifica as investigações, já que a diferenciação entre a contaminação com e sem consentimento das empresas exige análise minuciosa.

Transformações do Rip-Off

O artigo revela como as transformações do rip-off desafiam as tipologias existentes. Relatórios internacionais têm sugerido que a crescente contaminação de contêineres com cocaína em sacarias indicaria um aumento do envolvimento direto de exportadores ou importadores. O estudo, no entanto, demonstra que se trata de uma transformação interna do próprio rip-off, que, na maioria dos casos, ainda ocorre sem a participação dessas empresas — mas que, justamente por isso, demanda novas estratégias de segurança.

Conclusão

A conclusão é que compreender essas variações é essencial para desvendar como o crime se adapta às vulnerabilidades da cadeia logística e, portanto, para avaliar de que forma os setores público e privado também precisam se adaptar.

O artigo pode ser acessado no websiteda Revista Criminalidad ou na página dos pesquisadores.


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