![]() |
Foto: Claudio Neves - Portos do Paraná |
A embarcação transportava óleo de soja e foi confiscada em
flagrante durante fiscalização
A Polícia Federal (PF)
apreendeu o navio Agnes, que estava atracado no Porto de Paranaguá, no Paraná,
no dia 5 de março. A embarcação, que transportava óleo de soja, foi retida após
a verificação de que operava com documentos falsificados e sem bandeira
registrada, em desacordo com as normas internacionais de navegação. O
comandante do navio foi preso em flagrante.
De acordo com a PF,
o navio atracou no Porto no sábado (01/03) e passou por vistorias na
terça-feira (05/03), quando foi apreendido. Os agentes estão investigando a
origem dos documentos falsos e avaliando outras possíveis irregularidades. Ele
deve permanecer retido até que as autoridades definam seu destino.
Sem registro de bandeira
No transporte
marítimo internacional, todo navio deve estar registrado sob a bandeira de um
país. O objetivo é garantir a conformidade da embarcação com as leis e
regulamentos de segurança, ambientais e trabalhistas de cada território. A
ausência do registro pode indicar tentativas de burlar legislações, o que
compromete a segurança da navegação global.
No âmbito
internacional, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos), e
a Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (Solas),
preveem sanções para o descumprimento, já que a situação é considerada uma
infração grave no meio jurídico. “Isso pode levar à apreensão da embarcação e
impedir sua navegação até que a situação seja regularizada”, explicou o
advogado Larry Carvalho.
Documentos falsos
Outra infração que
pode resultar em sanções severas é operar com documentos falsos. O crime pode
levar à prisão dos responsáveis, como ocorreu com o Agnes. De acordo com o
advogado especialista, a falsificação pode envolver diferentes documentos
essenciais para a operação legal de uma embarcação. “Os principais documentos
que podem ser fraudados incluem o Certificado de Registro de Navio, o
Certificado de Inspeção de Segurança, as Licenças de Transporte de Carga e até
mesmo os certificados ambientais. Sem esses documentos legítimos, a embarcação
não pode operar regularmente”, ressaltou.
Prisão
O comandante é a
autoridade máxima a bordo e é responsável por garantir que todos os documentos
e operações estejam em conformidade com a legislação. Apesar disso, Carvalho
explica que a responsabilidade do comandante pode ser atenuada se comprovado
que ele não tinha conhecimento da fraude. Nessa situação, a culpa pode recair
sobre a empresa proprietária da embarcação.
Fiscalização
O especialista
ressalta a importância da fiscalização para garantir a segurança da navegação e
a legalidade do transporte marítimo. “Casos como esse mostram a necessidade de
uma fiscalização rigorosa e de punições exemplares para evitar que fraudes
comprometam o setor marítimo”, reforça. Para isso, o Brasil possui um sistema
de inspeção e fiscalização de navios e embarcações, conduzido pela Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), pela Polícia Federal e pela
Marinha do Brasil, conduzindo verificações detalhadas. Além disso, os portos
possuem sistemas de rastreamento e monitoramento para verificar a regularidade
dos navios que fazem escalas em águas brasileiras. Quando irregularidades são
detectadas, as medidas de apreensão são aplicadas, como no caso do navio Agnes.
Autor/Fonte: Marjorie Santos / A Tribuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.