MULHERES DA GUARDA PORTUÁRIA PARTICIPAM DE CICLO DE PALESTRAS “MULHERES NA SEGURANÇA PÚBLICA”

Nas palestras foram abordados stalking (perseguição), assédio moral e sexual, violência doméstica, estelionato afetivo, além de cuidados com a saúde

Mulheres que integram os quadros da Guarda Portuária (GPort), Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Guarda Civil Municipal (GCM), participaram na tarde do dia 1º de abril, do ciclo de palestras “Mulheres na Segurança Pública, voltado à capacitação e ao debate sobre questões legais, sociais e de saúde que impactam diretamente na rotina de trabalho e na vida pessoal.

O evento, que contou com a presença da vice-prefeita e secretária de Educação, Audrey Kleys, foi organizada pela Secretaria Municipal de Segurança, em parceria com a Guarda Portuária e as polícias Civil e Militar, e foi realizada no auditório do Parque Tecnológico de Santos, no bairro de Vila Nova.

Entre os temas abordados nas palestras estiveram stalking (perseguição), assédio moral e sexual, violência doméstica, estelionato afetivo, além de cuidados com a saúde física da mulher, com participação de nutricionistas e ginecologistas.

A secretária municipal de Segurança, Raquel Gallinati, abriu o evento e falou sobre formas de assédio no ambiente de trabalho, sobretudo quando ocorre nas corporações, o que, segunda ela, afeta mulheres e homens. “São formas veladas e silenciosas”. Quanto ao assédio moral, também presente na relação de hierarquias, ela destacou os aspectos legais, a fim de detectar os limites, principalmente quando se trata de cobranças abusivas.

A assistente da Delegacia Seccional de Polícia de Santos, delegada Ligia Christina Villela, abordou o stalking (perseguição) e violência psicológica e Código Penal. “A violência muitas vezes começa com frases que implicam num círculo vicioso de manipulação”. Citou formas de violência como monitorar constantemente a vítima, enviar mensagens insistentes, além da perseguição virtual na internet.

Já a delegada Liliane Doretto discorreu sobre estelionato sentimental: quando o amor vira crime. Deu exemplos práticos que têm vivenciado na carreira como delegada e relacionou os impactos emocionais nas vítimas, apontando caminhos para medidas legais de proteção.

Juliana Terra Santana, tenente e piloto do comando da Polícia Militar fez relatos de sua trajetória profissional. A corporação onde atua, além de 14 pilotos, têm mecânicas e tripulantes, sendo cinco comandantes de aeronaves. Disse que as mulheres têm conquistado espaços, antes muito restrito aos homens.

Saúde

Além das abordagens sobre segurança e formas de assédio, o evento tratou também de nutrição, saúde física, íntima e mental e ainda, prevenção e autocuidado, como a importância da realização de exames.

A idealizadora do evento, delegada Raquel Gallinati, atual secretária de Segurança Pública de Santos, destacou os objetivos da iniciativa. “A gente sabe os grandes desafios que nós, policiais, temos pra combater o crime, mas quando falamos de nós, mulheres, os desafios são triplicados”, afirmou.

Segundo Gallinati, é essencial que as agentes conheçam seus direitos e saibam identificar condutas inaceitáveis no ambiente de trabalho. “É importante que a gente saiba os limites do que pode ser aceito quando a gente fala, por exemplo, no assédio moral, no assédio sexual”, disse a delegada.

“Não basta ser operadora da segurança pública”

Ela também ressaltou que o preparo das agentes deve incluir a compreensão das necessidades das vítimas: “A gente tem que saber também, não só como operadora da segurança pública, mas saber o que a vítima pode precisar no acolhimento”.

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