Um deles era estivador e tinha tem uma empresa de
transporte atuando nos portos da Bahia e o outro prestava concurso no Porto de
Paranaguá
A cada dia o crime organizado vêm se infiltrando cada vez mais nas forças de segurança, e a área portuária passou a ser um dos focos, em virtude do tráfico internacional de drogas.
Na última
quinta-feira (9), oito pessoas, entre elas dois policiais militares, foram
presas em uma operação de combate a uma organização criminosa (Orcrim)
envolvida em extorsão mediante sequestro com resultado morte, tráfico de entorpecentes
e lavagem de capitais.
A operação, articulada pela Polícia Civil da Bahia, batizada de “Indignos” foi realizada nos estados da Bahia, São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará. Dois alvos são policiais militares suspeitos de chefiar crimes.
Cerca de 200 policiais participaram da operação - Foto: Divulgação PCBA |
Os dois policiais
militares presos são baianos. Um deles foi preso em Candeias e o outro no
Paraná. Eles são considerados chefes do grupo criminoso. Das outras seis
prisões, quatro aconteceram na capital baiana.
Segundo o delegado Thomas Galdino,
diretor do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC), foi
cumprido seis mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão. Dois
suspeitos foram presos em flagrante.
Na Bahia, a operação foi feita por
cerca de 200 policiais em 10 bairros de Salvador e nas cidades de Candeias,
Camaçari, Lauro de Freitas e Dias D'Ávila.
Uma das residências onde foi cumprido o mandado - Foto; Divulgação PCBA |
Prisões
Cinco pessoas foram
presas em Salvador, capital da Bahia, e nas cidades de Candeias, Lauro de
Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Segundo o delegado
Adailton Adam, responsável Delegacia de Repressão à Extorsão Mediante Sequestro,
um dos policiais militares trabalhava também no Porto de Salvador como
estivador. A Polícia Civil identificou que ele tinha fácil acesso a contêineres
carregados de drogas e armas.
“Um dos policiais
presos também é estivador e tem uma empresa de transporte atuando nos portos da
Bahia. Isso facilitava a entrada dele na área do Porto, Identificamos que as
drogas eram guardadas também na empresa dele e depois era distribuída para
Salvador e Região Metropolitana”, disse.
O delegado também
contou que o policial realizava falsas denúncias anônimas à polícia, para ter
acesso ao material ilícito. O mandado de prisão dele foi cumprido no Porto de
Aratu.
O mandado foi cumprido no Porto de Aratu - Foto: Reprodução |
“Eles davam a
informação para que a polícia fosse fazer a apreensão no Porto. Só que eles já
tinham o conhecimento onde as drogas estavam e retiravam parte dela para
comercializar”, completou.
Paraná
A Polícia Civil do
Paraná (PCPR), em apoio a Polícia Civil da Bahia (PCBA), prendeu um policial
militar em Curitiba, no Paraná.
Foto: Divulgação: PCPR |
Conforme o delegado
Rodrigo Brown, durante a investigação, os policiais descobriram que o PM estava
participando de um processo seletivo para trabalhar no Porto de Paranaguá, no
litoral do estado.
A suspeita da
polícia é de que o homem queria se infiltrar na região portuária para atuar no
tráfico internacional de drogas.
Foto: Divulgação PCPR |
Amazonas
A Polícia Civil do
Amazonas confirmou na sexta-feira (10) o afastamento do delegado Jorge Arcanjo,
suspeito de participação nessa Orcrim.
O delegado, que foi
aprovado no último concurso da corporação, é suspeito de prática criminosa cometida
antes da nomeação ao cargo, em 2023, no estado da Bahia.
Jorge Arcanjo estava
lotado no 74º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no município Borba, a 151
quilômetros de Manaus.
As diligências contaram com o apoio
do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), do Departamento de
Inteligência e Polícia Judiciária (DIPJ) e da Coordenadoria de Operações e
Recursos Especiais (Core-AM).
O mandado contra Jorge Arcanjo foi
cumprido no condomínio Central Park, localizado no bairro Adrianópolis. Na
ocasião, foi apreendido um carro modelo Mercedes.
Ceará e São Paulo
Também houve prisões
no Ceará e São Paulo. No total, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária.
Dois suspeitos foram presos em flagrante. "Eles seriam os líderes dessa
organização criminosa, mas as investigações continuam para esclarecer os
fatos", afirmou o delegado Thomas Galdino.
Investigação
Segundo o delegado
Adailton Adam, da Delegacia de Repressão à Extorsão Mediante Sequestro (DAS), as
investigações foram iniciadas em 2023, após o sequestro e morte de Ivan de
Almeida Freitas. O homem foi sequestrado em Camaçari, na Região Metropolitana
de Salvador (RMS) e teve o corpo encontrado em Salvador. A família da vítima
chegou a pagar R$200 mil pelo resgate, mas ele foi morto mesmo assim.
“Ivan era líder da
mesma organização criminosa e o seu sequestro e morte foram realizados para que
os policiais assumissem o comando”, afirmou o delegado Adam.
“A investigação se
iniciou no dia 3 de agosto, com a morte do Ivan de Almeida, que era um
traficante. Ele foi atraído por parceiros que eram policiais e faziam parte
dessa organização criminosa. Então, enxergamos a morte dele como uma tomada de
poder. Ele foi sequestrado e morto para que a organização pudesse trocar de
chefe”, concluiu Adam.
Apreensões
De acordo com a
Polícia Civil, foram apreendidos:
- Duas armas de fogo, um revólver calibre .38 e uma pistola, com quatro carregadores, além de um carregador G2C, 128 munições calibre .40 e cinco munições calibre .38;
- Duas CPUs, quatro notebooks, um HD externo, 18 aparelhos celulares;
- Documentos diversos;
- R$ 42.620 mil e U$ 1.500 dólares;
- Veículos de luxo, incluindo um Toyota Corolla, uma BMW, uma Range Rover Evoque, uma motocicleta Kawasaki Ninja e uma Mercedes, esta última localizada no Amazonas;
- Nove relógios, diversas joias;
- Cinco comprimidos de ecstasy.
Material apreendido na operação - Foto: PCBA |
Dinheiro em espécia apreendido na operação - Foto: Divulgação PCBA |
A operação resultou ainda no bloqueio
de cerca de 100 contas bancárias ligadas à organização criminosa, que
movimentou aproximadamente R$ 150 milhões nos últimos três anos.
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