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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

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PF COMBATE ORCRIM ESPECIALIZADA NOS CRIMES DE CONTRABANDO E DESCAMINHO NO PIAUÍ


Foram cumpridos 29 mandados judiciais, com valor de sequestro de bens e valores superior a R$ 250 milhões

A Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal do Brasil (RFB) e da Polícia Militar (PM) do Piauí, deflagrou na última quinta-feira (23/1), a Operação Conexão Cajueiro, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional estruturada com a finalidade de internalizar mercadorias estrangeiras em território brasileiro por meio de portos clandestinos localizados em Cajueiro da Praia/PI, no estuário formado pelos rios Timonha e Ubatuba como rota de entrada das cargas.

As mercadorias contrabandeadas tinham como destino as lojas da 25 de março - Foto: Divulgação PF

De acordo com as investigações, as mercadorias contrabandeadas vinham do Suriname e incluíam produtos de marcas conhecidas com indícios de falsificação, além de cigarros cuja comercialização é proibida no Brasil, tinham como destino principal a região da Rua 25 de Março, em São Paulo.

Foram mobilizados mais de 80 policiais federais para o cumprimento de 29 mandados judiciais, sendo sete mandados de prisão preventiva, incluindo a prisão de dois policiais militares, e 22 mandados de busca e apreensão.

As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Piauí, foram cumpridas nos municípios de Parnaíba/PI, Cajueiro da Praia/PI, Teresina/PI, Chaval/CE, Sobral/CE, Peritoró/MA, Santa Inês/MA, Abaetetuba/PA e São Paulo/SP.

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de bens e valores de quantia superior a R$ 250 milhões, valor aproximado das movimentações financeiras identificadas até o momento que possuem relação com os fatos em apuração.

Investigação

A investigação teve início a partir da apuração do homicídio de um dos líderes da organização criminosa, ocorrido no município de Cajueiro da Praia/PI, no ano de 2022, cuja principal motivação decorre de disputas pelo controle dos negócios ilegais.

A polícia identificou que o homem assassinado era o responsável pelas operações de descarregamento de embarcações e de transbordo de mercadorias para caminhões, que as transportavam até o seu próximo destino.

O trabalho investigativo revelou ainda que o esquema criminoso contava com um “prático”, que era responsável por conduzir as embarcações de certo ponto da região da costa litorânea até os portos onde era realizado o descarregamento e transbordo da carga.

No decorrer das apurações, foram realizadas diversas apreensões de caminhões e embarcações utilizados no transporte das mercadorias, dentre elas cigarros cuja venda é proibida no país e produtos de marcas conhecidas com indícios de falsificação, internalizadas no país a partir dos portos clandestinos situados no município de Cajueiro da Praia/PI. Também foram apreendidos dois fuzis sem numeração de série.

De acordo com informações do portal Metrópoles os alvos da operação eram os sargentos Anderson Lustosa de Castro e Edvaldo Oliveira Costa. Eles foram encaminhados para um presídio militar.

Condomínio onde residia um dos alvos da operação - Foto: Reprodução

Nota da Polícia Militar

A Polícia Militar do Piauí comunica que acompanhou, por meio de sua Corregedoria-Geral, a operação da Polícia Federal que culminou na prisão de dois policiais militares. Os mesmos foram levados ao presídio militar, onde permanecerão enquanto as investigações prosseguem. No contexto militar, a corregedoria iniciará o procedimento administrativo correspondente. Agora, os policiais irão aguardar preventivamente no presídio militar, passarão por audiência de custódia e podem ser encaminhados ao presídio”, informou a PM em nota.

Núcleos da ORCRIM

Segundo a PF, a organização criminosa (ORCRIM) era estruturada em quatro núcleos principais.

O primeiro, situado em Cajueiro da Praia, era responsável por receber, descarregar e distribuir as cargas.

O segundo, composto por empresários chineses, controlava os produtos contrabandeados.

O terceiro núcleo realizava a lavagem de dinheiro por meio de pessoas interpostas. Já o quarto núcleo cuidava do transporte das mercadorias do Suriname até o Piauí, utilizando portos clandestinos na região.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro.


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