Foram cumpridos 29 mandados judiciais, com valor de sequestro de bens e valores superior a R$ 250 milhões
A Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal do Brasil (RFB) e da Polícia Militar (PM) do Piauí, deflagrou na última quinta-feira (23/1), a Operação Conexão Cajueiro, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional estruturada com a finalidade de internalizar mercadorias estrangeiras em território brasileiro por meio de portos clandestinos localizados em Cajueiro da Praia/PI, no estuário formado pelos rios Timonha e Ubatuba como rota de entrada das cargas.
As mercadorias contrabandeadas tinham como destino as lojas da 25 de março - Foto: Divulgação PF |
De acordo com as investigações, as mercadorias contrabandeadas vinham do Suriname e incluíam produtos de marcas conhecidas com indícios de falsificação, além de cigarros cuja comercialização é proibida no Brasil, tinham como destino principal a região da Rua 25 de Março, em São Paulo.
Foram mobilizados
mais de 80 policiais federais para o cumprimento de 29 mandados judiciais,
sendo sete mandados de prisão preventiva, incluindo a prisão de dois policiais
militares, e 22 mandados de busca e apreensão.
As ordens judiciais,
expedidas pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Piauí, foram
cumpridas nos municípios de Parnaíba/PI, Cajueiro da Praia/PI, Teresina/PI,
Chaval/CE, Sobral/CE, Peritoró/MA, Santa Inês/MA, Abaetetuba/PA e São Paulo/SP.
A Justiça Federal
determinou ainda o sequestro de bens e valores de quantia superior a R$ 250
milhões, valor aproximado das movimentações financeiras identificadas até o
momento que possuem relação com os fatos em apuração.
Investigação
A investigação teve
início a partir da apuração do homicídio de um dos líderes da organização
criminosa, ocorrido no município de Cajueiro da Praia/PI, no ano de 2022, cuja
principal motivação decorre de disputas pelo controle dos negócios ilegais.
A polícia
identificou que o homem assassinado era o responsável pelas operações de
descarregamento de embarcações e de transbordo de mercadorias para caminhões,
que as transportavam até o seu próximo destino.
O trabalho
investigativo revelou ainda que o esquema criminoso contava com um “prático”,
que era responsável por conduzir as embarcações de certo ponto da região da
costa litorânea até os portos onde era realizado o descarregamento e transbordo
da carga.
No decorrer das
apurações, foram realizadas diversas apreensões de caminhões e embarcações
utilizados no transporte das mercadorias, dentre elas cigarros cuja venda é
proibida no país e produtos de marcas conhecidas com indícios de falsificação,
internalizadas no país a partir dos portos clandestinos situados no município
de Cajueiro da Praia/PI. Também foram apreendidos dois fuzis sem numeração de
série.
De acordo com
informações do portal Metrópoles os alvos da operação eram os sargentos
Anderson Lustosa de Castro e Edvaldo Oliveira Costa. Eles foram encaminhados
para um presídio militar.
Condomínio onde residia um dos alvos da operação - Foto: Reprodução |
Nota da Polícia Militar
A Polícia Militar do
Piauí comunica que acompanhou, por meio de sua Corregedoria-Geral, a operação
da Polícia Federal que culminou na prisão de dois policiais militares. Os
mesmos foram levados ao presídio militar, onde permanecerão enquanto as
investigações prosseguem. No contexto militar, a corregedoria iniciará o
procedimento administrativo correspondente. Agora, os policiais irão aguardar
preventivamente no presídio militar, passarão por audiência de custódia e podem
ser encaminhados ao presídio”, informou a PM em nota.
Núcleos da ORCRIM
Segundo a PF, a
organização criminosa (ORCRIM) era estruturada em quatro núcleos principais.
O primeiro, situado
em Cajueiro da Praia, era responsável por receber, descarregar e distribuir as cargas.
O segundo, composto
por empresários chineses, controlava os produtos contrabandeados.
O terceiro núcleo
realizava a lavagem de dinheiro por meio de pessoas interpostas. Já o quarto
núcleo cuidava do transporte das mercadorias do Suriname até o Piauí,
utilizando portos clandestinos na região.
Os investigados
poderão responder pelos crimes de organização criminosa, contrabando,
descaminho e lavagem de dinheiro.
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