Além dele, outros dois homens, que seriam seus comparsas,
também foram presos; polícia apreendeu ainda 400 tabletes de cocaína
Na última
quinta-feira (26/12), a Polícia Civil de São Paulo, com o apoio da Polícia
Federal (PF), prendeu um homem, apontado como liderança da facção Primeiro
Comando da Capital (PCC), no Porto de Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo informações,
o suspeito foi preso no momento em que desembarcava do navio Costa Pacifica, no
Terminal Marítimo de Passageiros
Giusfredo Santini. Ele voltava de uma viagem de cruzeiro que tinha iniciado no
dia 22 de dezembro. Com ele foi apreendido à quantia de R$ 21.450,00 reais e US$
2.300,00 dólares.
Outros dois
integrantes da facção foram presos na mesma operação, na cidade de Limeira,
interior do estado de São Paulo.
Ele era procurado
pela Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE), de Limeira, que foi
informada pela PF, que o criminoso estaria desembarcando de um navio no Porto
de Santos.
Morcegão
O homem detido em
Santos é Rogério Faria da Silva, 44 anos, vulgo “Morcegão”. Ele é apontado como
um dos cofundadores do PCC na cidade de Limeira, no interior paulista e,
segundo a investigação policial, atuava no tráfico de drogas naquela região,
onde tinha a função de "torre", uma espécie de gerente local da
facção criminosa.
Rogério Faria da Silva - Vulgo Morcegão - Foto: Reprodução |
O “torre”, na
hierarquia do PCC, é a pessoa que controla as atividades criminosas da facção
em uma determinada região.
"O Rogério é
uma liderança importante, é cofundador do PCC na nossa região (Limeira). Ele
coordenava a chamada 'rota caipira' da droga. A cocaína sai da Bolívia ou do
Paraguai, fica escondida no que eles chamam de 'chão' ou 'torre' aqui e, depois
de negociada, segue para embarque no Porto de Santos", explicou o delegado
da Polícia Civil Leonardo Bürger, titular da DIG e da Dise e responsável pela
operação.
"Nós fizemos
uma operação em maio deste ano e prendemos 12 integrantes do PCC, inclusive
dois líderes locais, o que nos permitiu fechar o cerco na organização que
controlava o tráfico em Limeira. Desde então, vínhamos monitorando o líder.
Sabíamos que ele estava no cruzeiro de navio com a família e obtivemos o
mandado judicial para prendê-lo no desembarque”, informou Bürger.
Ele faz parte do PCC
há mais de duas décadas, então ele acabou sendo o cofundador da organização
criminosa (Orcrim) em Limeira, acrescentou Bürger.
Operação Narcos
As prisões foram
realizadas durante a Operação Narcos por policiais da Divisão de Investigações
Gerais (DIG), da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) e do
Grupo de Operações Especiais (GOE) de Limeira, com apoio da 5ª Delegacia de
Atendimento ao Turista do Porto de Santos.
Ainda no âmbito da
operação, os agentes cumpriram dois mandados de prisão temporária e outros 10
mandados de busca e apreensão na cidade.
Foram apreendidos 400 tabletes de cocaína e cerca de 270 mil reais - Foto: Reprodução |
Além do mandado de
prisão temporária contra Morcegão, também foram detidos outros dois homens,
sendo que um deles seria um gerente da distribuição de drogas em Limeira
subordinado ao líder do PCC e o outro, um químico suspeito de atuar junto ao
tráfico.
Robson da Silva Fragalli - Vulgo Robinho - Foto: Reprodução |
Segundo a polícia, o gerente de distribuição de drogas, Robson da Silva Fragalli, 44 anos, vulgo “Robinho” foi encontrado em Limeira em um imóvel, no bairro Residencial Morada das Acácias e, o químico, foi pego no mesmo local colocando a cocaína em uma caminhonete Ford F-250.
Caminhonete Ford F-250 apreendida na operação - Foto: Divulgação SSP |
Durante o cumprimento de mandados de busca em diversos endereços ligados aos acusados na cidade de Limeira, os policiais apreenderam mais de 400 tabletes de cocaína no Jardim Aeroporto, aproximadamente R$ 270 mil em espécie. Segundo o delegado Leonardo Bürger, a cocaína estava escondida em fundos falsos de móveis.
Caminhonete Dodge Ram 2500 apreendida na operação - Foto: Divulgação SSP |
Na operação também
foi apreendida mais uma caminhonete Dodge RAM 2500, um Volkswagen T-Cross, uma
máquina de contar dinheiro, celulares e farto material relacionado à
contabilidade do tráfico, que irão auxiliar a identificar outros envolvidos.
Volkswagen T-Cross apreendida na operação - Foto: Divulgação SSP |
Vida de Luxo
O investigado levava
uma vida de luxo, tinha vários automóveis, entre eles a caminhonete onde a
droga estava sendo carregada. Para o cruzeiro, ele alugou uma cabine
sofisticada e embarcou com dez familiares. "Quando o prendemos, as outras
pessoas foram liberadas e alguém alertou o gerente dele em Limeira para sumir
com a droga, mas nós já tínhamos nosso pessoal vigiando a casa. Eles foram
presos carregando a cocaína na caminhonete. Iam mudar de 'chão', mas não deu
tempo", disse Bürger.
Prisão foi negada em agosto
Segundo o site Metrópolis, a Polícia
Civil solicitou, em agosto do ano passado, a prisão de “Morcegão”, e de mais 22
suspeitos de compor uma célula criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou o pedido. A
alegação da Justiça foi a de que “a decretação de sua prisão [sic] somente
serviria para que fugissem”.
A polícia, no pedido de prisão
preventiva (ou seja, por tempo indeterminado) argumentou ter provas de que os
suspeitos compunham “importante associação para o tráfico [de drogas]”,
acrescentando que, “enquanto soltos” permaneceriam “a cometer delito, causando
grande abalo à ordem pública”.
O Ministério Público de São Paulo
(MPSP) acolheu parcialmente o pedido da polícia, denunciando 17 suspeitos. “Morcegão”
não fazia parte desse grupo.
Pelo fato de a Promotoria ter pedido
o arquivamento dos indiciamentos de seis criminosos, entre eles “Morcegão”, o
TJSP optou por não decretar a prisão de nenhum dos membros da quadrilha
apontada pela polícia.
A Justiça concedeu, aos 17
denunciados pelo MPSP, o direito de responder ao caso em liberdade,
“considerando que o crime de associação para o tráfico de drogas tem pena que,
se aplicada, em tese, no mínimo legal, possibilitaria até mesmo a fixação do
regime inicial aberto”.
Para isso, os suspeitos teriam que se
manter longe um do outro, sem manter nenhum tipo de contato.
A defesa dos acusados não foi localizada. O espaço está aberto para manifestação.
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