O barco pesqueiro, com bandeira do Brasil e tripulação brasileira,
foi escoltada até o Porto da Praia, em Cabo Verde
A Polícia Judiciária
e a Marinha Portuguesa interceptaram, no dia 30 de novembro, um barco pesqueiro
com bandeira do Brasil com 1.653,15 kg de cocaína, distribuídos em 60 fardos, a
bordo de uma embarcação pesqueira interceptada na Zona Económica Exclusiva
(ZEE) de Cabo Verde.
Localização
A localização e
abordagem da embarcação por um navio patrulha oceânico da Marinha Portuguesa com
uma equipa do Destacamento de Abordagem da Unidade de Operações Especiais dos
Fuzileiros que, além da sua guarnição, tinha embarcados elementos da Unidade
Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, da Polícia Judiciária
portuguesa e da de Cabo Verde, ocorreu a cerca de 500 milhas náuticas, o
equivalente a mais de 900 quilómetros, a oeste do arquipélago de Cabo Verde.
Segundo o Comandante
Naval, Almirante Nunes Chaves Ferreira, com a aproximação do navio patrulha, a
tripulação da embarcação de pesca jogou dois fardos no mar tentou iniciar uma
fuga. Após a abordagem, foram efetuadas buscas para localizar os fardos
lançados no mar, mas como eles não foram localizados, a suspeita é que devem
ter afundados.
Escolta até Cabo Verde
O barco pesqueiro, com
bandeira do Brasil e tripulação brasileira, foi escoltado até o Porto da Praia,
em Cabo Verde, onde, na sequência de minuciosas buscas, foi possível
identificar um compartimento oculto, cujo acesso estava laboriosamente
dissimulado, e no interior do qual foram localizados 60 fardos de cocaína.
Segundo Artur Vaz,
diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico da Polícia Judiciária, o entorpecente
estava escondida, blindado nos painéis do casco do porão da embarcação. “Nos
últimos anos a Europa tem vindo a ser inundada por esse tipo de droga”, falou
Vaz.
“Podemos dizer, sem
qualquer dúvida que se trata de uma organização transnacional, que se dedica ao
tráfico de grandes quantidades deste tipo de droga”, acrescentou Vaz.
Operação Internacional
A operação
"Ventos Alísios" foi coordenada através do Maritime Analisys and
Operations Centre - Narcotics (MAOC-N), uma plataforma de cooperação
internacional para reforço do combate ao tráfico de drogas por via marítima,
com sede em Lisboa, e da qual fazem parte nove países europeus: Portugal,
Espanha, França, Itália, Países Baixos, Irlanda, Reino Unido, Bélgica e
Alemanha.
Além do envolvimento
direto de Cabo Verde e de Portugal, esta operação contou também com a
colaboração ativa da Polícia Federal (PF), do Brasil; da Drug Enforcement
Administration, dos EUA e da National Crime Agency, do Reino Unido.
A operação teve
início após o Centro de Análise e Operações Marítimas, reportar informações
sobre o barco pesqueiro João e Maria VI, de bandeira brasileira.
De acordo com a
MAOC-N, existia fortes suspeitas de o barco pesqueiro estar sendo usado por uma
organização criminosa no transporte de uma elevada quantidade de cocaína entre
a América do Sul e o continente europeu.
Segundo o Ministério
Público de Cabo Verde, por tratar-se de uma embarcação de bandeira estrangeira,
o Departamento Central de Cooperação e Direito Comparado solicitou às
autoridades brasileiras autorização para inspecionar a embarcação, conforme as
convenções internacionais aplicáveis.
Após a obtenção da
autorização, foi emitido um mandado de busca e apreensão pelo Tribunal Judicial
da Comarca da Praia, culminando na apreensão da droga e na detenção dos
tripulantes.
Segundo a mesma
fonte, a embarcação, que partiu do Brasil com destino à Europa, transportava
cocaína de alto grau de pureza, além de equipamentos eletrônicos como GPS,
telefones satélites e computadores portáteis.
Incineração da Droga
A incineração do
produto realizado no sábado (07/12), conforme nota de imprensa da Polícia
Judiciária, ocorreu na lixeira municipal e contou com a presença de
Procuradores da República, do Diretor Nacional da Polícia Judiciária, do
Coordenador da Seção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes e
Criminalidade Organizada, bem como técnicos do Laboratório da Polícia
Científica.
Prisão Preventiva
Os autos de instrução
criminal visam apurar os fatos e responsabilidades dos seis brasileiros detidos
em flagrante por tráfico de drogas de alto risco, todos do sexo masculino, com
idades entre 28 e 42 anos.
Em audiência
realizada no Tribunal da Comarca da Praia, foi decretada prisão preventiva para
todos os suspeitos, considerada a medida de coação mais severa disponível.
Investigações Continuam
As autoridades
destacaram que as investigações continuam em curso para identificar possíveis conexões
e implicações desta organização criminosa internacional.
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