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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

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POLÍCIA JUDICIÁRIA E MARINHA PORTUGUESA APREENDEM EMBARCAÇÃO COM 1,6 TONELADAS DE COCAÍNA


O barco pesqueiro, com bandeira do Brasil e tripulação brasileira, foi escoltada até o Porto da Praia, em Cabo Verde

A Polícia Judiciária e a Marinha Portuguesa interceptaram, no dia 30 de novembro, um barco pesqueiro com bandeira do Brasil com 1.653,15 kg de cocaína, distribuídos em 60 fardos, a bordo de uma embarcação pesqueira interceptada na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Cabo Verde.

Localização

A localização e abordagem da embarcação por um navio patrulha oceânico da Marinha Portuguesa com uma equipa do Destacamento de Abordagem da Unidade de Operações Especiais dos Fuzileiros que, além da sua guarnição, tinha embarcados elementos da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, da Polícia Judiciária portuguesa e da de Cabo Verde, ocorreu a cerca de 500 milhas náuticas, o equivalente a mais de 900 quilómetros, a oeste do arquipélago de Cabo Verde.

Segundo o Comandante Naval, Almirante Nunes Chaves Ferreira, com a aproximação do navio patrulha, a tripulação da embarcação de pesca jogou dois fardos no mar tentou iniciar uma fuga. Após a abordagem, foram efetuadas buscas para localizar os fardos lançados no mar, mas como eles não foram localizados, a suspeita é que devem ter afundados.

Escolta até Cabo Verde

O barco pesqueiro, com bandeira do Brasil e tripulação brasileira, foi escoltado até o Porto da Praia, em Cabo Verde, onde, na sequência de minuciosas buscas, foi possível identificar um compartimento oculto, cujo acesso estava laboriosamente dissimulado, e no interior do qual foram localizados 60 fardos de cocaína.

Segundo Artur Vaz, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico da Polícia Judiciária, o entorpecente estava escondida, blindado nos painéis do casco do porão da embarcação. “Nos últimos anos a Europa tem vindo a ser inundada por esse tipo de droga”, falou Vaz.

“Podemos dizer, sem qualquer dúvida que se trata de uma organização transnacional, que se dedica ao tráfico de grandes quantidades deste tipo de droga”, acrescentou Vaz.

Operação Internacional

A operação "Ventos Alísios" foi coordenada através do Maritime Analisys and Operations Centre - Narcotics (MAOC-N), uma plataforma de cooperação internacional para reforço do combate ao tráfico de drogas por via marítima, com sede em Lisboa, e da qual fazem parte nove países europeus: Portugal, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Irlanda, Reino Unido, Bélgica e Alemanha.

Além do envolvimento direto de Cabo Verde e de Portugal, esta operação contou também com a colaboração ativa da Polícia Federal (PF), do Brasil; da Drug Enforcement Administration, dos EUA e da National Crime Agency, do Reino Unido.

A operação teve início após o Centro de Análise e Operações Marítimas, reportar informações sobre o barco pesqueiro João e Maria VI, de bandeira brasileira.

De acordo com a MAOC-N, existia fortes suspeitas de o barco pesqueiro estar sendo usado por uma organização criminosa no transporte de uma elevada quantidade de cocaína entre a América do Sul e o continente europeu.

Segundo o Ministério Público de Cabo Verde, por tratar-se de uma embarcação de bandeira estrangeira, o Departamento Central de Cooperação e Direito Comparado solicitou às autoridades brasileiras autorização para inspecionar a embarcação, conforme as convenções internacionais aplicáveis.

Após a obtenção da autorização, foi emitido um mandado de busca e apreensão pelo Tribunal Judicial da Comarca da Praia, culminando na apreensão da droga e na detenção dos tripulantes.

Segundo a mesma fonte, a embarcação, que partiu do Brasil com destino à Europa, transportava cocaína de alto grau de pureza, além de equipamentos eletrônicos como GPS, telefones satélites e computadores portáteis.

Incineração da Droga

A incineração do produto realizado no sábado (07/12), conforme nota de imprensa da Polícia Judiciária, ocorreu na lixeira municipal e contou com a presença de Procuradores da República, do Diretor Nacional da Polícia Judiciária, do Coordenador da Seção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes e Criminalidade Organizada, bem como técnicos do Laboratório da Polícia Científica.

Prisão Preventiva

Os autos de instrução criminal visam apurar os fatos e responsabilidades dos seis brasileiros detidos em flagrante por tráfico de drogas de alto risco, todos do sexo masculino, com idades entre 28 e 42 anos.

Em audiência realizada no Tribunal da Comarca da Praia, foi decretada prisão preventiva para todos os suspeitos, considerada a medida de coação mais severa disponível.

Investigações Continuam

As autoridades destacaram que as investigações continuam em curso para identificar possíveis conexões e implicações desta organização criminosa internacional.


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