Ação é fruto de trabalho conjunto entre policias do
Brasil, Espanha, Croácia, além da Europol
A Polícia
Federal (PF) deflagrou na última quinta-feira (5/9) a Operação Viking, que têm
como objetivo reprimir e desarticular uma organização criminosa especializada
no tráfico internacional e interestadual de drogas com diversas ramificações no
Brasil e na Europa.
Cerca de 120
policiais federais e equipes da Guarda Civil Espanhola deram cumprimento a 9
mandados de prisão preventiva e a 38 mandados de busca e apreensão em endereços
situados nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e na
Espanha.
Também foram
decretadas medidas patrimoniais de sequestro de bens móveis e imóveis que
totalizam um valor de aproximadamente R$ 7.24 milhões, bem como ordens de
bloqueio de ativos e valores existentes nas contas bancárias e aplicações
financeiras de até R$ 20 milhões por investigado.
Esta operação é
um desdobramento das operações Enterprise e Retis (2020 e 2022), e visou alvos
identificados em investigações anteriores. O grupo criminoso usava empresas de
fornecimento de bordo para aliciar tripulantes e transportar drogas por navios,
utilizando métodos como o içamento e a ocultação em compartimentos submersos
dos navios.
As
investigações, que contaram com o apoio da Receita Federal do Brasil (RFB),
Europol, Guarda Civil Espanhola e Polícia Nacional da Croácia, revelaram que a
organização criminosa constituiu uma complexa estrutura logística para
operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que
abrange seu ingresso e transporte dentro do território nacional, preparação e o
envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o
modal marítimo.
Grande parte da
droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para
isso, atuavam na região do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, bem como
em outros portos do país, locais de onde exportavam grandes quantidades de
cocaína através da contaminação de contêineres (método rip/on-rip/off),
ocultação em cargas lícitas (rip/on na carga) nos navios, transportes em barcos
pesqueiros e, principalmente, uso de mergulhadores para inserir a droga em
compartimentos submersos dos navios.
Foram
identificadas diversas apreensões de carregamentos de cocaína vinculados a
atuação desta organização criminosa, bem como foram feitas apreensões de drogas
no decorrer da investigação, totalizando mais de 3 toneladas de cocaína.
O delegado da PF
Mateus Marins Corrêa de Sá explica como funciona o esquema descoberto: “Se
utilizava principalmente o mergulho, em que a organização cooptava
mergulhadores especializados nessa atuação, que iam até os compartimentos dos
navios, contaminavam os navios, depois viajavam até Europa, e lá retiravam e
entregavam ao comprador”.
Os lucros
obtidos com essas atividades criminosas também estavam sendo usadas para
subsidiar a ampliação da estrutura logística do grupo, mediante aquisição de
barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos destinados a fomentar a
expansão das suas ações, além de armas de fogo e munições para intensificar o
poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos
criminosos.
As investigações
revelaram ainda que lideranças dessa Organização Criminosa (Orcrim) empregavam
diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos seus
vultosos ganhos financeiros e do patrimônio milionário constituído a partir dos
crimes perpetrados.
Nome da operação
O nome da ação
faz alusão ao modal marítimo utilizado pelos investigados para enviar drogas
até o continente europeu, uma vez que o povo “Viking”, que habitou o norte da
Europa na idade média, ficou famoso pelas expedições marítimas que tinham como
principal objetivo a obtenção, de maneira fácil, de grandes somas de riqueza.
Os investigados responderão,
cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de organização
criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico,
com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão, bem como pelo crime de
lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 10 anos de reclusão por cada
ação perpetrada.
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