A Polícia
Federal (PF) executou no domingo, 25 de agosto, a extradição de um paraguaio
investigado e preso preventivamente na Operação Hinterland deflagrada em 2023,
para desarticular grupo responsável pelo envio de aproximadamente 17 toneladas
de cocaína da América do Sul para a Europa por meio de portos brasileiros,
movimentando cerca de R$ 3,85 bilhões.
O empresário
paraguaio Rodrigo Alvarenga Paredes, de 36 anos, desembarcou no Aeroporto de
Caxias do Sul foi encaminhado ao sistema prisional do RS e deverá ser transferido
ao sistema penitenciário nacional. O extraditado tem mandado de prisão
preventiva, expedido pela Justiça Federal. Ele estava no país vizinho desde
março do ano passado quando foi deflagrada a Operação Hinterland.
Foto: Divulgação PF |
O paraguaio
havia sido preso em um hangar na cidade de Luque. Ele é considerado pela
Secretaria Nacional de Drogas (Senad), do Paraguai, como o líder local da
estrutura criminosa e responsável por adquirir drogas de países como Bolívia e
Colômbia para depois remetê-las ao território brasileiro.
Rodrigo Alvarenga Paredes preso no Paraguaio - Foto: Divulgação SENAD |
Extradição de albanês
A Polícia
Federal ainda aguarda a extradição de outro estrangeiro investigado na Operação
Hinterland, de origem albanesa e preso em Dubai, responsável pela distribuição
da cocaína no continente europeu.
Em Dubai, ele constava como CEO de uma empresa de pré-moldados metálicos. As autoridades acreditam que ele usava a fachada de empresário enquanto conduzia a negociação de toneladas de drogas.
SAIBA MAIS: INTERPOL PRENDE CIDADÃO ALBANÊS QUE ENVIAVA COCAÍNA DO BRASIL PARA EUROPA
Operação Hinterland
A Operação Hinterland foi deflagrada em março de 2023 com o cumprimento de 534 ordens
judiciais, entre mandados de prisão preventiva executados nos estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, bem como na cidade
de Assunção, no Paraguai e em Dubai.
Também foram
sequestrados 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas
bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação
imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas, totalizando a execução de 534
ordens judiciais. Com as medidas adotadas, a descapitalização da organização foi
estimada em R$ 3,85 bilhões.
Nota da defesa do paraguaio
"A defesa
de Rodrigo Paredes, a cargo do Escritório Aury Lopes Jr Advogados, esclarece
que Rodrigo é um empresário paraguaio, que sempre esteve à disposição da
Justiça, e que lamenta a desnecessária extradição. A defesa esclarece que está recorrendo
da decisão de extradição e também da que decretou a prisão preventiva,
aguardando uma manifestação dos tribunais superiores que deverá ocorrer ao
longo da semana. Rodrigo não possui qualquer relação com os fatos e irá
comprovar isso ao longo da instrução, sendo completamente desnecessária sua
prisão e a própria extradição."
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