A falta de efetivo já foi constatada pelo Ministério do
Trabalho, Conportos e Receita Federal
A Companhia Docas do
Pará (CDP), empresa pública que administra os portos públicos de Belém, Miramar, Outeiro, Vila do Conde, Santarém, Itaituba e Altamira, no estado do Pará, divulgou em julho deste ano, a constituição de uma
nova Comissão Organizadora de Concurso para a Guarda Portuária (GPort).
A Comissão
Organizadora do Concurso terá como coordenadora a Gerente de Recursos humanos
(GERHUM) Themis Andressa Patrício Ganzer e como secretária Keila Katia Melo da
Silva (SECGER), além dos seguintes membros: Thays do Socorro Failache Soares
(ASSAFIZ); Jonathan da Silva Leal (GEGUAP); Emerson Augusto Garcia dos Santos (GEGEST);
Tainara Bento Ferreira da Paixão (GEJURI) e Fernanda de Souza Vasconcelos
(GERHUM).
Atribuições da Comissão
Esta Comissão terá
como atribuição fornecer à entidade contratada
todas as informações necessárias para a elaboração dos editais, bem como
acompanhar a sua regular execução; fiscalizar a prestação dos serviços da entidade contratada; analisar e validar os editais,
comunicados e demais documentos correlatos; solicitar informações e documentos
aos diversos setores da Companhia, sempre que necessário ao andamento dos
trabalhos; informar à Diretoria, periodicamente, e sempre que solicitado, o
status de execução do serviço; e fornecer subsídios quanto à possíveis questionamentos de órgãos públicos, sindicatos e demais entidades, assessorados, se for o caso, pela entidade contratada.
Gerente da Guarda Portuária
Caberá ao Gerente da
Guarda Portuária (GEGUAP), Jonathan da Silva Leal, fornecer subsídios técnicos
à comissão organizadora, relacionados ao edital do concurso público, bem como
auxiliar e acompanhar a execução de todas as fases, realizando, inclusive,
diligências externas que se fizerem necessárias.
A falta de efetivo
já foi constatada pelo Ministério do Trabalho (MT), Comissão Nacional de
Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) e Receita
Federal do Brasil (RFB).
Ministério do Trabalho
Em fiscalização
realizada em fevereiro de 2023 o Auditor Fiscal do Trabalho Dr. Luiz Fernando
Araújo Pinho abordou que o Plano de Empregos e Salários (PES) atribuiu aos
guardas portuários atividades específicas na área de segurança portuária.
Mostrou também que o quantitativo de
guardas era insuficiente, muito próximo ao limite em relação aos postos com
base nos Planos de Segurança Pública Portuária (PSPP) de todos os portos,
autuando inclusive a CDP por prorrogar a jornada normal de trabalho, além do
limite que foi estabelecido na ACT 2022/2023, sendo que desde então, vários
guardas portuários foram desligados, só piorando a situação, mostrando
claramente a necessidade da realização de novo concurso público.
CONPORTOS
Em abril desse ano a Comissão
Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis
(Conportos) cassou a Declaração de Cumprimento (DC) do Porto de Outeiro,
administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP), por não cumprir os Planos de
Segurança Pública Portuária (PSPP). Segundo consta postos desguarnecidos em
virtude da falta de efetivo, é um dos itens apontados na vistoria.
Além do Porto de Outeiro, mais dois
portos administrados pela CDP também se encontram com a Declaração de
Cumprimento cassadas ou vencidas. Em outros dois, o vencimento ocorrerá em maio
de 2026.
- Porto de Vila do Conde - Deliberação CONPORTOS/MJ nº 1.035/2023 (Cassada);
- Porto de Santarém: Declaração de Cumprimentos nº 120/2006, atualizada pela Deliberação CONPORTOS nº 683/2017 (Vencida);
- Terminal Petroquímico de Miramar: Declaração de Cumprimento nº 158/2007 (Válida até 24/05/2026);
- Porto de Belém: Declaração de Cumprimento nº 180/2009. (Válida até 24/05/2026).
SAIBA MAIS: CONPORTOS CASSA CERTIFICADO DE SEGURANÇA DO PORTO DE OUTEIRO
Receita Federal
Segundo o Delegado
da Alfândega da Receita Federal do Brasil (RFB), em Belém, Bruno da Rocha
Leite, o cenário atual do Porto de Vila do Conde (PVC) segue para eventual
suspensão do alfandegamento.
A situação precária
de segurança dos portos públicos do Pará, administrados pela CDP, foi informada
em reunião do Conselho de Administração (Consad) da empresa, na qual participou
como convidado e também na reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP).
Segundo Bruno Leite,
o cenário atual do Porto de Vila do Conde (PVC) segue para eventual suspensão
do alfandegamento, já que ele não atende à Portaria RFB nº 43/2022.
A CDP foi intimada
pela Receita Federal em 25 de setembro de 2023, na qual os questionamentos
estão todos descritos na intimação. “Há problemas graves de segurança que
precisam ser resolvidos. É necessário que a portaria funcione, e que haja
sistemas viários mínimos de oferecer um serviço para que as empresas estejam
trabalhando”, falou Bruno.
SAIBA MAIS: PORTO DE VILA DO CONDE PODE PERDER O ALFANDEGAMENTO
Concurso Público
Segundo apuração do
Portal Segurança Portuária Em Foco, para o cumprimento dos normativos e
regulamentos referentes à manutenção, e recuperação nos portos onde já foi
cassada a Declaração de Cumprimento emitida pela Conportos, e da Portaria RFB
nº 43/2022, a empresa responsável pela realização do concurso deve ser escolhida
ainda este ano, e as provas devem ser marcadas para o primeiro semestre de
2025.
Proposta de Terceirização perdeu o sentido
Com a realização de um concurso
público, a proposta da CDP junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para a
revisão do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e voltar a terceirizar postos da
Guarda Portuária no Porto de Belém, e aceita inexplicavelmente, sem qualquer
contestação, por parte do Sindicato dos Guardas Portuários do Pará e Amapá
(SINDIGUAPOR), perdeu todo o sentido.
Na Proposta, que aguarda manifestação
do MPT, a CDP tenta voltar a emplacar a terceirização, inicialmente de dois
postos (Edifício Sede e Almoxarifado), propondo uma troca, com a realocação
deles em outros postos (Posto de Apoio ao CFTV e Posto de Apoio à VTR).
No entanto, como a própria empresa
admite nas suas considerações, o Posto de Apoio CFTV já deveria estar
guarnecido, conforme normativo da Cesportos, portanto não pode ser considerado
como uma troca.
Com respeito a troca pelo Posto de
Apoio à VTR, este já consta em escala, inclusive em algumas ocasiões ele é
guarnecido. Isso só não acontece todos
os dias por falta de efetivo, mesmo ela admitindo nas suas considerações a sua
necessidade para a segurança interna nas rondas.
SAIBA MAIS: SINDICATO DA GUARDA PORTUÁRIA CONCORDOU COM TERCEIRIZAÇÃO DE POSTOS NO PARÁ
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