O contêiner estava no pátio de uma empresa de logística.
A carga seria encaminhada ao Porto de Santos para seguir destino a Europa
A Polícia Civil (PC)
apreendeu, no dia 15 de julho, mais de meia tonelada de cocaína que estava
escondida dentro de um contêiner carregado com sacas de açúcar, no terminal de
uma empresa, em Cubatão, na Baixada Santista.
Localizada na
Rodovia Cônego Domênico Rangoni, km 268, a empresa Brasil Cold Storage (BCS)
não recebe contêineres estufados, mas somente vazios. Posteriormente, eles são
carregadas com os mais diversos tipos de cargas.
Conforme dados
fornecidos pela própria BCS, esse contêiner foi carregado com açúcar no dia 11
de julho, sendo fechado e lacrado. Porém, em momento ainda ignorado, ele foi
retirado da empresa por um caminhão não identificado.
Um caminhão
branco, de placa não anotada, trouxe o contêiner pela segunda vez. Contrariando
todas as normas de procedimento, o conferente deu ordem por rádio para que o
operador de empilhadeira retirasse a caixa metálica do veículo e a depositasse
no pátio.
O conferente da
companhia, Samuel Santos da Silva, de 36, foi preso em flagrante por ser
responsável pelo recebimento da carga no pátio e não ter seguido os
procedimentos do terminal.
Segundo as
investigações, ele realizou o descarregamento da carga sem qualquer registro. Não
existia agendamento para essa operação.
Questionado, o
acusado disse informalmente que o caminhoneiro, cujo nome alegou desconhecer,
lhe exibiu um agendamento no próprio celular. O conferente também alegou não se
lembrar direito do episódio pois “não estava com a cabeça boa”.
Segundo o
delegado seccional de Santos, Rubens Eduardo Barazal Teixeira, os funcionários
do terminal notaram uma movimentação estranha no pátio da empresa. "O
caminhão chegou, saiu e depois voltou novamente. Tinha alguma coisa
estranha", contou.
Conforme relatos
dos funcionários, depois de ser carregado, o contêiner deixou a sede do
terminal e retornou no dia seguinte, sem agendamento prévio, e o seu lacre não
é igual ao normalmente utilizado, então eles acionaram os policiais do 1º
Distrito Policial (DP) de Cubatão.
Após a
conferência e lacração, a carga é encaminhada ao Porto de Santos para seguir
destino á algum país da África, Ásia ou Europa, onde o quilo da cocaína pode
valer até US$ 80 mil, ou seja, a apreensão representa um prejuízo de mais de R$
240 milhões ao crime organizado.
O delegado
titular de Cubatão, Fabio Szabo Guerra, relatou que o armazém trabalha com
estufagem de produtos diversos, ou seja, os contêineres ficam vazios e são
carregados no local. Isso levantou indícios de que havia algo fora do normal.
“O produto é
estufado lá dentro, no interior do pátio. O estranho é que ele (o contêiner) já
estava com carga e lacrado. Já estava pronto para o embarque final. Imitaram
até os lacres originais”, disse Guerra.
Os policiais
foram até a sede da empresa. Ao vistoriar o compartimento, acompanhada por
representantes da empresa, foi possível verificar que a pilha de sacos mais
próxima da porta estava desalinhada.
Além disso, um
forte odor semelhante do de cocaína chamou a atenção dos investigadores, que
começaram a retirar os sacos de açúcar. Depois da remoção de duas fileiras,
surgiram 11 sacas de ráfia com um pó branco semelhante à cocaína, com 50 kg
cada, e sem o logotipo da empresa, totalizando 550 kg. A perícia foi acionada e
constatou a suspeita.
O motorista do
caminhão que fez a movimentação do contêiner não foi localizado.
O conferente,
que já trabalhava há nove meses na empresa, foi preso em flagrante e passou por
audiência de custódia. Ele teve a prisão convertida em preventiva. Segundo os
delegados, Samuel não tinha passagem pela polícia. No interrogatório, ele negou
o crime.
O 1º DP de
Cubatão dará continuidade às investigações para identificar se houve a
participação de outras pessoas no crime.
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