Foram cumpridas medidas judiciais nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo
A Polícia
Federal (PF), com apoio da Receita Federal do Brasil (RFB), deflagrou na manhã
do dia 13 de agosto, a Operação Looping, com o objetivo de combater organização
criminosa voltada ao tráfico transnacional de drogas com atuação em portos no
sul do Brasil.
Cerca de 150 policiais federais e seis auditores fiscais da RFB realizaram uma operação para cumprimento 27 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão, em 12 cidades, nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Além dos mandados, a justiça
decretou a arrecadação e o sequestro de bens que incluem 68 veículos, seis
imóveis e o bloqueio de mais de 30 contas bancárias de integrantes da
organização.
Durante as investigações,
descobriu-se que, para traficar a droga, a organização criminosa atuava desde a
cooptação de funcionários dos portos até a criação de empresas de logística e
de carregamento e transporte de contêineres.
A PF identificou
que parte do entorpecente, que era trazido da Bolívia, embarcava a bordo de
navios que tinham como destino países da África e da Europa. A outra parte era
pulverizada no Brasil abastecendo facções criminosas do tráfico para
comercialização interna.
Ao longo das
investigações, foram realizadas 22 apreensões de cocaína, totalizando
aproximadamente seis toneladas, além da prisão em flagrante de 16 pessoas.
Os investigados,
na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de tráfico de
drogas e de associação para o tráfico com penas culminadas que podem chegar a
30 anos de prisão.
Modus Operandi
Segundo o delegado
Alessandro Netto Vieira, que comandou as investigações, o esquema era feito com
caminhões que burlavam o sistema de fiscalização com scanners ao entrarem
vazios nos portos, com fundo falso carregado de cocaína.
Os caminhões se aproximavam de contêineres previamente mapeados, que tinham os lacres abertos e eram “contaminados” com a droga e posteriormente fechados. Em alguns casos, o transbordo da cocaína chegou a ser flagrado pelas câmeras de monitoramento – mas, em geral, os operadores buscavam locais sem acompanhamento ou em horários em que a qualidade das imagens não permitia identificar o esquema.
“Há facilitação
de acesso à unidade portuária. Eles usam carretas e caminhões com fundos
falsos, que ingressam em um determinado porto carregando drogas e outros
traficantes escondidos. Dentro do pátio do porto eles fazem um transbordo da
carga da carreta para um container preparado, já escaneado e que possa sofrer a
contaminação do entorpecente”, disse o delegado.
"Se
contarmos com Paranaguá (PR) que é próximo, esses portos acabam sendo um grande
atrativo para os traficantes para cooptar mão de obra que trabalham nas
unidades portuárias em busca de informações privilegiadas", acrescentou
Vieira.
Central de Operações
Segundo a PF, o grupo criminoso tinha uma central de operação e imóveis alugados em Itapoá, no Norte do Estado, e em São José dos Pinhais, no Paraná. De lá, as drogas eram distribuídas nos portos de acordo com a disponibilidade – ou seja, de acordo com a possibilidade de obter brechas no sistema de controle.
Relação das cidades e dos mandados judiciais:
- MBA: Mandado de Busca e Apreensão
- MP: Mandado de Prisão
- Criciúma/SC - 2 MBA e 1 MP
- Itapoá/SC: 5 MBA e 3 MP
- Itajaí/SC: 2 MBA
- Navegantes/SC: 1 MBA
- Brusque/SC: 1 MBA
- Curitiba/PR: 4 MBA 3 MP
- São José dos Pinhais/PR: 1 MBA 1 MP
- Paranaguá/PR: 3 MBA e 1 MP
- Santos/SP: 3 MBA e 2 MP
- Guarujá/SP: 2 MBA e 1 MP
- São Vicente/SP: 1 MBA e 1 MP
- Praia Grande/SP: 1 MBA
Itapoá
A Polícia Federal
informou que em Itapoá os mandados foram cumpridos nas casas de funcionários do
Porto de Itapoá. Em nota, a instituição informou que tomou conhecimento da
operação e que o terminal sempre contribuiu com as autoridades policiais e
apoia as operações contra o tráfico de drogas no País.
Baixada Santista
Na Baixada
Santista a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão e quatro de prisão. A
ação foi realizada nas cidades de Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande.
Dos procurados,
dois foram presos, um em Santos e outro em São Vicente. Sendo que os mandados
de prisão foram cumpridos apenas nas três primeiras cidades. Não foi encontrado
um dos procurados de Santos e outro de Guarujá.
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