Rússia, Líbano, Hong Kong, e mais sete nações passaram a
ter cargas escaneadas pela Receita em contêiners despachados pelo Porto de
Santos
A Receita
Federal do Brasil (RFB) incluiu dez novos países no escaneamento de contêineres,
como já é feito com cargas despachadas por via marítima, do Porto de Santos, no
litoral paulista, destinadas à Europa e África – regiões estratégicas para o
tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Como já mostrado
pelo Site Metrópoles, as apreensões de cocaína feitas no porto santista, o
maior abaixo da linha do Equador, representaram metade da droga localizada pela
RFB em território nacional, em um período de cinco anos. Um detalhe que chama a
atenção é a queda considerável no volume de droga flagrada oculta em cargas,
durante o período. Foram 20 toneladas, em 2020 e, no ano passado, 7 toneladas.
A queda abrupta
nos quilos apreendidos indicam que a facção se adaptou, usando outros portos
para despachar a droga e, também, eventualmente mudando alguns destinos, antes
não monitorados por meio de scanners pela Receita Federal.
Dez novas prováveis rotas
Em 27 de junho,
a Receita publicou uma portaria, no Diário Oficial da União (DOU),
acrescentando novos países cujas cargas, remetidas por meio do Porto de Santos,
precisam ser submetidas ao escaneamento. A medida passou a valer no último dia
1º de julho e vigora até 31 de dezembro, podendo ser renovada.
Os novos países
indicados são: Austrália, Indonésia, Hong Kong, Turquia, Rússia, Geórgia,
Síria, Líbano, Israel e Arábia Saudita.
A eventual droga
que chega até esses países não necessariamente abastece o tráfico local. Ela
pode ser escoada, por via terrestre, para a Europa, principal mercado
consumidor da cocaína do PCC. Como revelado pelo Site Metrópoles, o PCC
mantinha, até o fim do ano passado, 1.545 membros, divididos em 23 países.
O tráfico de
cocaína para a Europa, também como relevado pelo Site Metrópoles, rende à
facção um faturamento anual superior a R$ 10 bilhões ao PCC apenas no Porto de
Santos, segundo estimativa do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Mais portos usados pela facção
O aumento da
fiscalização contra o tráfico internacional de drogas no Porto de Santos, nos
últimos anos, também levou o PCC a montar uma ampla rede criminosa para migrar
parte do bilionário esquema de envio de cocaína à Europa, por via marítima,
para o Porto do Rio de Janeiro, onde impera o Comando Vermelho (CV), rival da
facção paulista.
Além do porto
fluminense, o Site Metrópoles também mostrou que a maior facção do Brasil
passou a usar o Porto do Mucuripe, em Fortaleza (CE). O local é utilizado como
uma rota alternativa, um plano B, para o PCC despachar droga ao exterior quando
encontra dificuldades em operar o tráfico internacional pelo porto paulista.
Fonte/Autor:
Site Metrópolis- Alfredo Henrique
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