Em um imóvel no bairro Monte Cabrão, em Santos, utilizado por ele, a polícia encontrou equipamentos próprios para a prática de mergulho
Um homem, de 31 anos, suspeito de integrar uma
célula criminosa que abastece o tráfico internacional de drogas, foi preso, no
dia 21 de junho, com 103 kg de cocaína em Guarujá, no litoral de São Paulo.
O suspeito foi preso a partir da informação de um
carro que um carro branco estaria sendo usado para transportar os
entorpecentes.
Na manhã de sexta-feira (21), os policiais viram o
veículo entrando em uma casa no fundo de uma rua de terra, no bairro Monte
Cabrão, na área continental de Santos (SP). Depois de certo tempo, o automóvel
saiu do local carregado.
As equipes se dividiram, sendo que uma parte
acompanhou e abordou o veículo na Avenida Santos Dumont, no bairro Vila Santo
Antônio, em Guarujá (SP). O motorista foi flagrado transportando quatro malas
de viagem contendo 100 tabletes embalados de cocaína, um total de 103 kg da
droga.
Os outros agentes entraram no imóvel, que estava
desabitado, e apreenderam 38 munições, cinco cilindros de oxigênio, quatro
roupas de mergulho, 13 eletrodos para solda, 33 coletes salva-vidas, 300
bexigas de borracha e 22 sinalizadores náuticos.
Ainda segundo a Polícia Civil, também foi
apreendido um carro estacionado em frente ao imóvel que continha equipamento
náutico no interior.
O homem, que se manteve em silêncio, foi preso por
tráfico de drogas. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Investigações Sobre
Entorpecentes (Dise/Deic) de Santos.
Mergulhadores
à serviço do PCC
A contratação de mergulhadores é uma tática
conhecida do Primeiro Comando da Capital (PCC) para esconder drogas em
compartimentos nos cascos dos navios, submersos no oceano, chamados de “sea
chest”.
O delegado Leonardo Rivau explicou que a operação
afetou parte do sistema de tráfico que abastece o mercado internacional diretamente
da Baixada Santista.
"Os mergulhadores do PCC são altamente
especializados e chegam a receber até R$200 mil para esconder a cocaína nos
navios," afirmou o delegado.
Os sinalizadores marítimos são utilizados para
marcar o local exato na superfície do mar onde as drogas são deixadas para
posterior recolhimento. Este método permite que a cocaína seja atirada dos
navios em alto-mar, facilitando a logística do tráfico.
No último dia 2 de abril, a Marinha e a Polícia Federal apreenderam, em uma ação conjunta, 212 kg de cocaína escondidos na
caixa de mar de um navio, no Porto de Santos. O destino da embarcação era a
Alemanha.
A caixa de mar (sea chest) é um compartimento
localizado na parte externa da embarcação, abaixo da linha da água. Sua função
é resfriar o motor, abastecer o sistema de combate a incêndio e descarregar
água do navio.
Porto de
Santos no tráfico internacional de drogas
De acordo com a Receita Federal, em um período de
cinco anos, 48% da cocaína apreendida pelo órgão em todo o território nacional
estava no Porto de Santos, utilizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC)
para o tráfico internacional de drogas do Brasil para à Europa e África.
Entre 2019 e 2023, a RFb apreendeu 87.7 toneladas
de cocaína — a droga estava escondida em cargas e, também, submersa nos cascos
de navios atracados no Porto de Santos.
A cocaína tinha como principais destinos países da
Europa — como Itália, França, Bélgica e Suécia —, além de nações africanas como
Nigéria, Marrocos, África do Sul e até do Oriente Médio.
Considerando apenas as operações do ano passado, a
Receita apreendeu 7.142 toneladas de cocaína, o equivalente a 44,68% de todo o
volume da droga tirada de circulação no país em 2023.
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