Jairo de Souza, que também tem ligações com o PCC, é
suspeito de integrar um esquema bilionário de tráfico internacional de drogas
A Polícia Civil
prendeu no mês passado no Guarujá, litoral paulista, o traficante Jairo de
Souza, o Cabeludo, apontado como integrante da Máfia dos Bálcãs. O criminoso,
também ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), era procurado pela Polícia
Federal (PF) desde a Operação Dontraz, deflagrada em 2022.
De acordo com as
investigações da PF, Cabeludo fazia parte de um esquema bilionário de tráfico
internacional de drogas, consumado por meio de embarcações com destino ao
exterior, carregadas com toneladas de cocaína.
Pelo menos 10
pessoas do grupo foram presas em outubro do ano passado, incluindo Aleksandar
Nesic, mafioso sérvio considerado o “cabeça” da operação no Brasil e um dos
principais narcotraficantes até então em atividade no país. As prisões
aconteceram no Guarujá e na Praia Grande.
Jairo Cabeludo,
que seria um traficante do segundo escalão da organização criminosa, conseguiu
escapar dos policiais federais em outubro.
As investigações
apontam que o criminoso era uma espécie de coordenador de logística,
responsável pela preparação e o carregamento de drogas em lanchas e pesqueiros
no Ceará. Ele também teria atuado na compra de embarcações.
No Brasil, o
grupo liderado pelos sérvios se associou ao PCC — em especial de criminosos que
atuam na comunidade da Pouca Farinha, no Guarujá, próxima ao Porto de Santos.
As organizações dividem tanto as atividades de inteligência, logística e
operacionais, quanto os lucros bilionários do narcotráfico.
Operação Dontraz
A investigação
que deu origem à Operação Dontraz ocorreu a partir da interceptação do
pesqueiro brasileiro Alcatraz 1 a cerca de 600 milhas náuticas de Cabo Verde,
na África, carregado com 5.457 kg de cocaína. Na embarcação, foram localizados
sete tripulantes: cinco brasileiros e dois montenegrinos. Todos foram presos em
flagrante.
SAIBA MAIS: PF DEFLAGRA OPERAÇÃO CONTRA O TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS EM CINCO ESTADOS BRASILEIROS
A embarcação
havia saído de Guarujá e rumado para Fortaleza, no Ceará, onde Aleksandar Nesic
e o brasileiro Hugo Agenor dos Santos Dias, o Alemão, teriam articulado a
logística para o carregamento da droga em alto-mar, por meio da lancha rápida
Panga 390.
A quadrilha
alugou imóveis em Porto das Dunas, em Aquiraz, no Ceará, e também uma casa à
beira-mar na praia da Baleia, em Itapipoca, onde o pesqueiro Alcatraz teria
sido carregado no dia 25 de março. Jairo Cabeludo teria sido responsável pelo
preparo das embarcações usadas.
O apoio do PCC
se daria a partir de Lino Barbosa de Souza Junior, o Gordão, que também está
preso.
Segundo o MPF,
ele seria responsável por convencer tripulantes para que pescassem os fardos
com droga já no mar. Ele foi flagrado em uma conversa telefônica articulando
isso com Jairo Cabeludo.
Como foi a prisão
Jairo de Souza
foi preso na segunda-feira (17/6) por policiais do 2º DP do Guarujá, numa
operação coordenada pela Delegacia Seccional de Santos.
Investigadores
que atuaram no caso contaram que foram checar a denúncia sobre um criminoso que
estaria vivendo na cobertura de um prédio no Jardim Las Palmas, de apelido
Jairo Cabeludo ou Jairo Cabelinho.
No local, foram
atendidos por Jairo, que inicialmente se mostrou nervoso e ficou em silêncio,
mas, posteriormente, acabou admitindo sua identidade. Ele confirmou ser procurado
pela Justiça.
O mandado de
prisão preventiva contra Cabeludo foi emitido pela 32ª Vara Federal de
Fortaleza. O traficante foi encaminhado à Cadeia Pública do Guarujá.
O site
Metrópoles buscou a defesa de Jairo de Souza. Segundo o site , oespaço está
aberto para manifestação.
Fonte: Autores: Angélica Sales/Felipe Resk/Renan Porto - Site Metrópolis
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