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quarta-feira, 19 de junho de 2024

OPERAÇÃO DESMANTELA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGA

Participaram Brasil, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália, Sérvia, Emirados Árabes Unidos e Turquia, coordenação da EUROPOL e apoio da Rede @ON

Na última quinta-feira (13) a agência policial europeia Europol anunciou que foi desmantelada uma importante rede criminosa envolvida no tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul (Colômbia, Brasil e Equador) para a União Europeia.

A operação final, deflagrada na quarta-feira (12/6), é o resultado de uma série de ações realizadas ao longo de três anos, no final de uma investigação realizada do Brasil a Espanha, via Turquia, que levou à apreensão de 8 toneladas de cocaína e a 40 detenções.

Segundo os investigadores, a organização criminosa (ORCRIM), liderada por indivíduos baseados temporariamente em Dubai e Turquia. A partir daí, operavam os centros de controle e comando da rede criminosa, e contando com integrantes dos Bálcãs Ocidentais, lideravam o tráfico de várias toneladas de cocaína da América do Sul para toda a UE.

A Europol explicou que a operação está ligada a uma série de investigações coordenada pelo Grupo de Trabalho Operacional da Europol com a participação de forças policiais, em ação coordenada entre autoridades policiais de Brasil, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália, Sérvia, Emirados Árabes Unidos e Turquia, sob a coordenação da EUROPOL e apoio da Rede @ON.

As investigações identificaram rotas marítimas utilizadas pelo grupo, com centros logísticos na África Ocidental e nas Ilhas Canárias a caminho da Europa.

Assim que a droga chegava à Europa, ela era distribuída por meio de centros na Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália e Espanha, para continuarem a distribuir a cocaína para outros países da União Europeia.

Ao longo da investigação, foram realizadas diversas ações que enfraqueceram a rede:

• Total de prisões: 40 no Brasil, Croácia, Alemanha, Sérvia, Espanha e Turquia.

• Apreensão de cocaína: cerca de 8 toneladas na Bélgica, Holanda e Espanha.

• Apreensão de ativos: € 12,5 milhões e US$ 3 milhões no Brasil, e mais de € 50 milhões congelados na Sérvia.

Segundo a Europol, a fase final desta operação começou com a descoberta, em agosto de 2023, pela Guarda Civil da Espanha, de 700 kg de cocaína em um barco tripulado por cidadãos croatas e italianos ao largo do arquipélago espanhol das Ilhas Canárias.

A análise de inteligência dos dados históricos das investigações de comunicações criptografadas revelou que a tripulação croata-italiana importou anteriormente pelo menos 500 kg de cocaína do Brasil para a Espanha através deste navio.

O mesmo método operacional ajudou os investigadores a identificar os coordenadores e corretores, provenientes da região dos Balcãs Ocidentais. Foram estabelecidos como Alvos de Alto Valor pelo Grupo de Trabalho Operacional pelo seu envolvimento no financiamento e coordenação de ambos os envios estavam também ligados a uma anterior intercepção de uma tonelada de cocaína, apreendida em Setembro de 2020 nas Ilhas Canárias.

Além das investigações realizadas na Espanha, a troca de informações entre países, liderada pela Europol, mostrou que as investigações em andamento na Bélgica, Alemanha e Sérvia visavam os mesmos indivíduos e os seus associados.

No total, 40 pessoas foram detidas em seis países nesta operação apelidada de “Adriático”, incluindo Espanha e Brasil. Dois altos funcionários croatas da organização foram presos no final de 2023 em Istambul.

Na última quarta-feira, 12/06, foram realizadas as seguintes ações:

•             4 prisões na Espanha, incluindo a de um homem de 40 anos, na casa do suspeito, perto de Marbella (sul), na província de Málaga, um balneário popular entre os traficantes de droga;

•             7 buscas domiciliares na Espanha;

•             Apreensões de joias, relógios de luxo, arma de fogo, munição, € 109 mil em espécie, equipamentos eletrônicos e outras evidências.

Golpe nos cartéis dos Balcãs

“É uma das maiores operações contra os cartéis dos Balcãs até agora”, explicou Tomislav Stambuk, chefe da unidade de controlo de drogas da Polícia Nacional Croata, em uma coletiva de imprensa em Madrid.

Stambuk esclareceu que esta organização é constituída por “numerosas células criminosas”, que é “muito ativa e violenta” e que é responsável por metade da cocaína que chega à Europa.

“No final, ainda são grupos que operam e dominam áreas da Europa”, disse o tenente-coronel da Guarda Civil Óscar Esteban Remacha, chamando o cartel dos Balcãs de “guarda-chuva” para várias organizações.

Robert Fay, chefe da unidade antidrogas da Europol, saudou a cooperação internacional para esta operação, mas reconheceu a preocupação com o impacto do tráfico de drogas.

“Vemos ataques, assassinatos, homicídios profissionais, tiroteios que ocorrem quase todos os dias na União Europeia, em todos os Estados-membros europeus, e isso é algo que nos preocupa”, explicou Fay.

Pelo menos um dos croatas detidos em Istambul atuou como “corretor”, como é conhecido no jargão policial alguém que tem contatos e atua como coordenador. Este corretor “tinha fornecedores próprios [de cocaína] no Brasil, depois tinha infraestrutura na África Ocidental para ali armazená-la e depois transferi-la para as Ilhas Canárias ou outros pontos da Europa”, explicou o Tenente-Coronel Remacha.

Resultados globais das ações dirigidas a esta Orcrim:

40 detenções (3 das quais eram alvos de alto valor) no Brasil, Croácia, Alemanha, Sérvia, Espanha e Turquia;

Cerca de 8 toneladas de cocaína apreendidas na Bélgica, Países Baixos e Espanha;

Apreensões de bens, incluindo 12,5 milhões de euros e 3 milhões de dólares no Brasil, e mais de 50 milhões de euros congelados na Sérvia.

Golpe nos cartéis dos Balcãs

“É uma das maiores operações contra os cartéis dos Balcãs até agora”, explicou Tomislav Stambuk, chefe da unidade de controlo de drogas da Polícia Nacional Croata, em uma coletiva de imprensa em Madrid.

Stambuk esclareceu que esta organização é constituída por “numerosas células criminosas”, que é “muito ativa e violenta” e que é responsável por metade da cocaína que chega à Europa.

“No final, ainda são grupos que operam e dominam áreas da Europa”, disse o tenente-coronel da Guarda Civil Óscar Esteban Remacha, chamando o cartel dos Balcãs de “guarda-chuva” para várias organizações.

Robert Fay, chefe da unidade antidrogas da Europol, saudou a cooperação internacional para esta operação, mas reconheceu a preocupação com o impacto do tráfico de drogas.

“Vemos ataques, assassinatos, homicídios profissionais, tiroteios que ocorrem quase todos os dias na União Europeia, em todos os Estados-membros europeus, e isso é algo que nos preocupa”, explicou Fay.

Pelo menos um dos croatas detidos em Istambul atuou como “corretor”, como é conhecido no jargão policial alguém que tem contatos e atua como coordenador. Este corretor “tinha fornecedores próprios [de cocaína] no Brasil, depois tinha infraestrutura na África Ocidental para ali armazená-la e depois transferi-la para as Ilhas Canárias ou outros pontos da Europa”, explicou o Tenente-Coronel Remacha.

Ações desmantelaram a Orcrim

Diversas ações mundiais já haviam causado golpes significativos na Orcrim. Em 11 de maio de 2023, as autoridades sérvias e holandesas visaram conjuntamente a liderança e a infraestrutura de distribuição do cartel.

Ao longo da operação, as autoridades detiveram 13 suspeitos e apreenderam grandes quantidades de armas e bens estimados em cerca de 50 milhões de euros.

Durante outra operação em outubro de 2023, as autoridades policiais croatas, alemãs, espanholas e turcas realizaram uma ação conjunta contra este cartel. Os resultados incluíram 21 detenções na Croácia e na Alemanha e grandes apreensões de drogas, armas de fogo e liquidez.

Um mês depois, as autoridades turcas prenderam em Istambul um dos principais líderes da rede e o seu colaborador próximo, ambos os cidadãos eram croatas.

Polícia Federal

O fornecedor de drogas no Brasil era a poderosa organização criminosa PCC, Primeiro Comando da Capital, explicou a polícia.

A Polícia Federal brasileira teve papel importante ao desarticular a organização criminosa responsável pelo transporte da cocaína por via terrestre, desde os países produtores até portos no Brasil e outros centros logísticos.

A rede brasileira também fornecia serviços de logística e facilitava atividades de lavagem de dinheiro para outras organizações criminosas. Em março de 2024, a última fase da investigação revelou que cerca de 500 contas bancárias movimentaram mais de R$ 2 bilhões (cerca de € 371 milhões) nos últimos anos.  Foram presos dois suspeitos e apreendidos bens avaliados em € 12 milhões e US$ 3 milhões em espécie.

Após o dia de ação, as autoridades nacionais prenderam dois suspeitos. Também bloquearam e apreenderam bens estimados em 12 milhões de euros, bem como 3 milhões de dólares em dinheiro.

Apoio da Europol e grupo de trabalho operacional

A derrubada de ferramentas de comunicação criptografadas usadas por criminosos proporcionou às autoridades internacionais uma visão sem precedentes sobre as redes criminosas e como elas funcionam. Uma tendência que surgiu foi o importante papel desempenhado pelas redes criminosas, em grande parte compostas por cidadãos de países da região dos Balcãs, no comércio global de cocaína. A Europol criou um grupo de trabalho operacional em resposta a esta ameaça.

Liderado por membros com experiência de trabalho com a região, o Grupo de Trabalho Operacional reúne países dos Balcãs, da UE e de todo o mundo, para combater eficazmente estas redes criminosas.

Durante os três anos de atividades de investigação, a Europol coordenou o intercâmbio de informações entre as autoridades nacionais, reunindo-as para atingir eficazmente toda a rede de tráfico de droga.

Além disso, a Europol forneceu desenvolvimento e análise contínuos de informações para apoiar os investigadores no terreno.

Esta informação permitiu que as autoridades policiais descobrissem uma imagem completa da rede secreta que opera em vários países e continentes. As informações fornecidas pela Europol contribuíram para algumas das apreensões realizadas no decurso destas investigações.

Durante os dias de ação, a Europol enviou peritos ao Brasil e a Espanha para prestar apoio analítico e técnico aos agentes no terreno.

Autoridades policiais:

Brasil: Polícia Federal (Policía Federal)

Bélgica: Polícia Federal da Bélgica (Federale Politie / Police Fédérale)

Croácia: Gabinete Nacional de Polícia Croata para a Repressão da Corrupção e do Crime Organizado; Serviço em Split e Serviço Croata de Combate ao Crime de Drogas (Policijski nacionalni ured za suzbijanje korupcije i organiziranog kriminaliteta; Služba u Splitu i Služba kriminaliteta droga)

Alemanha: Polícia Criminal Federal (Bundeskriminalamt)

Itália: Ministério Público em Roma (Direzione Investigativa Antimafia – Centro Operativo de Palermo e Roma)

Sérvia: Polícia Criminal – Serviço de Combate às Drogas (Канцеларија за борбу против дрога)

Espanha: Guarda Civil (Guardia Civil)

Türkiye: Polícia Nacional; Departamento de Combate ao Narcótico/Divisão de Narcóticos de Istambul (Emniyet Genel Müdürlüğü Narkotik Suçlarla Mücadele Başkanlığı/ İstanbul Narkotik Suçlarla Mücadele Şube Müdürlüğü)

Emirados Árabes Unidos: Força Policial de Dubai (القيادة العامة لشرطة دبي‎)

Esta operação conjunta representa um duro golpe contra o tráfico internacional de drogas e reforça a importância da cooperação policial global no combate ao crime organizado.



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