Participaram Brasil, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália,
Sérvia, Emirados Árabes Unidos e Turquia, coordenação da EUROPOL e apoio
da Rede @ON
Na última quinta-feira (13) a agência policial europeia
Europol anunciou que foi desmantelada uma importante rede criminosa envolvida
no tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul (Colômbia,
Brasil e Equador) para a União Europeia.
A operação final, deflagrada na quarta-feira
(12/6), é o resultado de uma série de ações realizadas ao longo de três anos,
no final de uma investigação realizada do Brasil a Espanha, via Turquia, que
levou à apreensão de 8 toneladas de cocaína e a 40 detenções.
Segundo os investigadores, a organização criminosa
(ORCRIM), liderada por indivíduos baseados temporariamente em Dubai e Turquia. A
partir daí, operavam os centros de controle e comando da rede criminosa, e contando
com integrantes dos Bálcãs Ocidentais, lideravam o tráfico de várias toneladas
de cocaína da América do Sul para toda a UE.
A Europol explicou que a operação está ligada a uma
série de investigações coordenada pelo Grupo de Trabalho Operacional da Europol
com a participação de forças policiais, em ação coordenada entre autoridades
policiais de Brasil, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália, Sérvia,
Emirados Árabes Unidos e Turquia, sob a coordenação da EUROPOL e apoio da Rede
@ON.
As investigações identificaram rotas marítimas
utilizadas pelo grupo, com centros logísticos na África Ocidental e nas Ilhas
Canárias a caminho da Europa.
Assim que a droga chegava à Europa, ela era
distribuída por meio de centros na Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália e
Espanha, para continuarem a distribuir a cocaína para outros países da União
Europeia.
Ao longo da investigação, foram realizadas diversas
ações que enfraqueceram a rede:
• Total de prisões: 40 no Brasil, Croácia, Alemanha,
Sérvia, Espanha e Turquia.
• Apreensão de cocaína: cerca de 8 toneladas na
Bélgica, Holanda e Espanha.
• Apreensão de ativos: € 12,5 milhões e US$ 3
milhões no Brasil, e mais de € 50 milhões congelados na Sérvia.
Segundo a Europol, a fase final desta operação
começou com a descoberta, em agosto de 2023, pela Guarda Civil da Espanha, de
700 kg de cocaína em um barco tripulado por cidadãos croatas e italianos ao
largo do arquipélago espanhol das Ilhas Canárias.
A análise de inteligência dos dados históricos das
investigações de comunicações criptografadas revelou que a tripulação
croata-italiana importou anteriormente pelo menos 500 kg de cocaína do Brasil
para a Espanha através deste navio.
O mesmo método operacional ajudou os investigadores
a identificar os coordenadores e corretores, provenientes da região dos Balcãs
Ocidentais. Foram estabelecidos como Alvos de Alto Valor pelo Grupo de Trabalho
Operacional pelo seu envolvimento no financiamento e coordenação de ambos os
envios estavam também ligados a uma anterior intercepção de uma tonelada de
cocaína, apreendida em Setembro de 2020 nas Ilhas Canárias.
Além das investigações realizadas na Espanha, a
troca de informações entre países, liderada pela Europol, mostrou que as
investigações em andamento na Bélgica, Alemanha e Sérvia visavam os mesmos
indivíduos e os seus associados.
No total, 40 pessoas foram detidas em seis países
nesta operação apelidada de “Adriático”, incluindo Espanha e Brasil. Dois altos
funcionários croatas da organização foram presos no final de 2023 em Istambul.
Na
última quarta-feira, 12/06, foram realizadas as seguintes ações:
• 4 prisões na Espanha, incluindo a de um
homem de 40 anos, na casa do suspeito, perto de Marbella (sul), na província de
Málaga, um balneário popular entre os traficantes de droga;
•
7 buscas domiciliares na Espanha;
• Apreensões de joias, relógios de luxo, arma de fogo, munição, € 109 mil em espécie, equipamentos eletrônicos e outras evidências.
Golpe
nos cartéis dos Balcãs
“É uma das maiores operações contra os cartéis dos
Balcãs até agora”, explicou Tomislav Stambuk, chefe da unidade de controlo de
drogas da Polícia Nacional Croata, em uma coletiva de imprensa em Madrid.
Stambuk esclareceu que esta organização é
constituída por “numerosas células criminosas”, que é “muito ativa e violenta”
e que é responsável por metade da cocaína que chega à Europa.
“No final, ainda são grupos que operam e dominam
áreas da Europa”, disse o tenente-coronel da Guarda Civil Óscar Esteban
Remacha, chamando o cartel dos Balcãs de “guarda-chuva” para várias
organizações.
Robert Fay, chefe da unidade antidrogas da Europol,
saudou a cooperação internacional para esta operação, mas reconheceu a
preocupação com o impacto do tráfico de drogas.
“Vemos ataques, assassinatos, homicídios
profissionais, tiroteios que ocorrem quase todos os dias na União Europeia, em
todos os Estados-membros europeus, e isso é algo que nos preocupa”, explicou
Fay.
Pelo menos um dos croatas detidos em Istambul atuou
como “corretor”, como é conhecido no jargão policial alguém que tem contatos e
atua como coordenador. Este corretor “tinha fornecedores próprios [de cocaína]
no Brasil, depois tinha infraestrutura na África Ocidental para ali armazená-la
e depois transferi-la para as Ilhas Canárias ou outros pontos da Europa”, explicou
o Tenente-Coronel Remacha.
Resultados
globais das ações dirigidas a esta Orcrim:
40 detenções (3 das quais eram alvos de alto valor)
no Brasil, Croácia, Alemanha, Sérvia, Espanha e Turquia;
Cerca de 8 toneladas de cocaína apreendidas na
Bélgica, Países Baixos e Espanha;
Apreensões de bens, incluindo 12,5 milhões de euros
e 3 milhões de dólares no Brasil, e mais de 50 milhões de euros congelados na
Sérvia.
Golpe
nos cartéis dos Balcãs
“É uma das maiores operações contra os cartéis dos
Balcãs até agora”, explicou Tomislav Stambuk, chefe da unidade de controlo de
drogas da Polícia Nacional Croata, em uma coletiva de imprensa em Madrid.
Stambuk esclareceu que esta organização é
constituída por “numerosas células criminosas”, que é “muito ativa e violenta”
e que é responsável por metade da cocaína que chega à Europa.
“No final, ainda são grupos que operam e dominam
áreas da Europa”, disse o tenente-coronel da Guarda Civil Óscar Esteban
Remacha, chamando o cartel dos Balcãs de “guarda-chuva” para várias
organizações.
Robert Fay, chefe da unidade antidrogas da Europol,
saudou a cooperação internacional para esta operação, mas reconheceu a
preocupação com o impacto do tráfico de drogas.
“Vemos ataques, assassinatos, homicídios
profissionais, tiroteios que ocorrem quase todos os dias na União Europeia, em
todos os Estados-membros europeus, e isso é algo que nos preocupa”, explicou
Fay.
Pelo menos um dos croatas detidos em Istambul atuou
como “corretor”, como é conhecido no jargão policial alguém que tem contatos e
atua como coordenador. Este corretor “tinha fornecedores próprios [de cocaína]
no Brasil, depois tinha infraestrutura na África Ocidental para ali armazená-la
e depois transferi-la para as Ilhas Canárias ou outros pontos da Europa”, explicou
o Tenente-Coronel Remacha.
Ações
desmantelaram a Orcrim
Diversas ações mundiais já haviam causado golpes significativos
na Orcrim. Em 11 de maio de 2023, as autoridades sérvias e holandesas visaram
conjuntamente a liderança e a infraestrutura de distribuição do cartel.
Ao longo da operação, as autoridades detiveram 13
suspeitos e apreenderam grandes quantidades de armas e bens estimados em cerca
de 50 milhões de euros.
Durante outra operação em outubro de 2023, as
autoridades policiais croatas, alemãs, espanholas e turcas realizaram uma ação
conjunta contra este cartel. Os resultados incluíram 21 detenções na Croácia e
na Alemanha e grandes apreensões de drogas, armas de fogo e liquidez.
Um mês depois, as autoridades turcas prenderam em
Istambul um dos principais líderes da rede e o seu colaborador próximo, ambos
os cidadãos eram croatas.
Polícia
Federal
O fornecedor de drogas no Brasil era a poderosa
organização criminosa PCC, Primeiro Comando da Capital, explicou a polícia.
A Polícia Federal brasileira teve papel importante
ao desarticular a organização criminosa responsável pelo transporte da cocaína por
via terrestre, desde os países produtores até portos no Brasil e outros centros
logísticos.
A rede brasileira também fornecia serviços de
logística e facilitava atividades de lavagem de dinheiro para outras
organizações criminosas. Em março de 2024, a última fase da investigação
revelou que cerca de 500 contas bancárias movimentaram mais de R$ 2 bilhões
(cerca de € 371 milhões) nos últimos anos.
Foram presos dois suspeitos e apreendidos bens avaliados em € 12 milhões
e US$ 3 milhões em espécie.
Após o dia de ação, as autoridades nacionais prenderam dois suspeitos. Também bloquearam e apreenderam bens estimados em 12 milhões de euros, bem como 3 milhões de dólares em dinheiro.
Apoio
da Europol e grupo de trabalho operacional
A derrubada de ferramentas de comunicação
criptografadas usadas por criminosos proporcionou às autoridades internacionais
uma visão sem precedentes sobre as redes criminosas e como elas funcionam. Uma
tendência que surgiu foi o importante papel desempenhado pelas redes
criminosas, em grande parte compostas por cidadãos de países da região dos
Balcãs, no comércio global de cocaína. A Europol criou um grupo de trabalho
operacional em resposta a esta ameaça.
Liderado por membros com experiência de trabalho
com a região, o Grupo de Trabalho Operacional reúne países dos Balcãs, da UE e
de todo o mundo, para combater eficazmente estas redes criminosas.
Durante os três anos de atividades de investigação,
a Europol coordenou o intercâmbio de informações entre as autoridades
nacionais, reunindo-as para atingir eficazmente toda a rede de tráfico de
droga.
Além disso, a Europol forneceu desenvolvimento e
análise contínuos de informações para apoiar os investigadores no terreno.
Esta informação permitiu que as autoridades
policiais descobrissem uma imagem completa da rede secreta que opera em vários
países e continentes. As informações fornecidas pela Europol contribuíram para
algumas das apreensões realizadas no decurso destas investigações.
Durante os dias de ação, a Europol enviou peritos
ao Brasil e a Espanha para prestar apoio analítico e técnico aos agentes no
terreno.
Autoridades
policiais:
Brasil: Polícia Federal (Policía Federal)
Bélgica: Polícia Federal da Bélgica (Federale
Politie / Police Fédérale)
Croácia: Gabinete Nacional de Polícia Croata para a
Repressão da Corrupção e do Crime Organizado; Serviço em Split e Serviço Croata
de Combate ao Crime de Drogas (Policijski nacionalni ured za suzbijanje
korupcije i organiziranog kriminaliteta; Služba u Splitu i Služba kriminaliteta
droga)
Alemanha: Polícia Criminal Federal
(Bundeskriminalamt)
Itália: Ministério Público em Roma (Direzione
Investigativa Antimafia – Centro Operativo de Palermo e Roma)
Sérvia: Polícia Criminal – Serviço de Combate às
Drogas (Канцеларија за борбу против дрога)
Espanha: Guarda Civil (Guardia Civil)
Türkiye: Polícia Nacional; Departamento de Combate
ao Narcótico/Divisão de Narcóticos de Istambul (Emniyet Genel Müdürlüğü
Narkotik Suçlarla Mücadele Başkanlığı/ İstanbul Narkotik Suçlarla Mücadele Şube
Müdürlüğü)
Emirados Árabes Unidos: Força Policial de Dubai (القيادة العامة لشرطة دبي)
Esta operação conjunta representa um duro golpe
contra o tráfico internacional de drogas e reforça a importância da cooperação
policial global no combate ao crime organizado.
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