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sexta-feira, 31 de maio de 2024

COCAÍNA SAÍA DO PARAGUAI E PASSAVA POR CAMPO GRANDE PARA CHEGAR ATÉ O PORTO DE SANTOS

Foto: Marcelo Victor - Correio do Estado

Quadrilha trazia a droga originária da Bolívia pela fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e, de lá, seguiam para Campo Grande

Quadrilha pega com 643 kg de cocaína, que renderiam em torno de R$ 225 milhões a traficantes, trazia a droga originária da Bolívia pela fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e, de lá, seguiam para Campo Grande, de onde o entorpecente era levado para o Porto de Santos, em São Paulo.

De acordo com o delegado Hoffman D’Ávila, da Delegacia de Narcóticos de Campo Grande (Denar) o grupo envolvido com o narcotráfico internacional realizou diversas viagens para Mato Grosso do Sul com objetivo de levar a cocaína da fronteira, passando por Campo Grande, chegando até o Porto de Santos, com o destino final ao continente europeu.

A Polícia Civil apreendeu a cocaína em uma oficina mecânica na cidade de Bela Vista, na região de fronteira com o Paraguai, prendendo no local o dono do estabelecimento e um caminhoneiro que estavam colocando os entorpecentes em um teto falso de uma carreta.

Segundo as investigações da polícia, além deste local onde a quadrilha atuava no interior, há indícios que o grupo criminoso têm uma base estabelecida em Campo Grande, que interliga a rota de transporte da droga para outros estados, e também mantêm a cocaína em circulação na Capital.

O delegado não revelou detalhes sobre os prováveis “líderes” da quadrilha, mas deixou claro que o carregamento interceptado faz parte de um grande esquema de narcotráfico internacional, uma vez que o caminhoneiro e o dono da oficina presos em flagrante não são os reais proprietários das drogas, que em Campo Grande a droga tem valor bem menor que na Europa, mas mesmo assim valem uma verdadeira fortuna, da ordem de R$ 15 milhões na Capital, de acordo do Hoffman.

A investigação ainda está em andamento, e a expectativa da polícia é avançar com mais informações para chegar em mais integrantes do bando, prendendo assim os proprietários do carregamento de 643 kg, que é considerado pelo delegado a maior apreensão de cocaína dos últimos anos da Denar.

O caminhoneiro preso pela Denar é procedente do Paraná, e informou à polícia que havia vendido uma casa para comprar a carreta e virar “mula” da quadrilha, já que o esquema vinha dando certo e garantindo lucro fácil a outros motoristas.

De acordo com Hoffman, os valores elevados que envolvem a venda da cocaína são os principais motivos da quadrilha investigada conseguir recrutar muitos caminhoneiros, que vinham de diferentes estados para participarem do esquema.

Os dois homens presos, que não tiveram a identidade revelada pela Polícia Civil, não tinham nenhuma passagem.

A carreta que iria ser utilizada para transportar a cocaína foi apreendida e deixada sob os cuidados da polícia de Bela Vista, cidade que faz fronteira com a cidade paraguaia com o mesmo nome.

Estratégia

Conforme o delegado da Denar, a quadrilha sempre adotava a mesma estratégia para esconder as drogas. Os caminhoneiros vinham de diferentes estados à região sudoeste do Estado para buscar calcário, como forma de despistar suspeitas na rodovia e retornavam para São Paulo com os tabletes de cocaína escondidos no teto da cabine das carretas.

O dono da oficina preso, cuja identidade não foi revelada, admitiu para o delegado que já havia escondido as drogas em uma série de veículos de carga e que o destino da maior parte era o Porto de Santos, onde os entorpecentes são colocados nas embarcações até por mergulhadores.

A interceptação, que ocorreu na manhã do dia 23 de maio, foi resultado de uma investigação que já se arrastava havia cerca de dois meses.

Segundo Hoffman, a operação “foi crescendo com mais informações sendo obtidas até encontrar um dos endereços onde a carga com drogas era carregada, com o momento mais oportuno para efetuar as prisões em flagrante”, disse, indicando que a polícia já conhece algumas ramificações da quadrilha em solo sul-mato-grossense.

Um dos presos na operação, segundo o delegado, passou a ser monitorado justamente depois de ter sido visto em determinado endereço de Campo Grande utilizado como um entreposto do bando.

Saiba

Campo Grande vem virando um entreposto para envio de transporte de droga para diversas organizações criminais, sendo rota de distribuição de cocaína, maconha, e até de drogas sintéticas como a metanfetamina.

Fonte: Correio do Estado


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