Foto: Marcelo Victor - Correio do Estado |
Quadrilha
trazia a droga originária da Bolívia pela fronteira de Mato Grosso do Sul com
Paraguai e, de lá, seguiam para Campo Grande
Quadrilha pega com 643 kg de cocaína, que renderiam
em torno de R$ 225 milhões a traficantes, trazia a droga originária da Bolívia
pela fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e, de lá, seguiam para Campo
Grande, de onde o entorpecente era levado para o Porto de Santos, em São Paulo.
De acordo com o delegado Hoffman D’Ávila, da
Delegacia de Narcóticos de Campo Grande (Denar) o grupo envolvido com o
narcotráfico internacional realizou diversas viagens para Mato Grosso do Sul
com objetivo de levar a cocaína da fronteira, passando por Campo Grande,
chegando até o Porto de Santos, com o destino final ao continente europeu.
A Polícia Civil apreendeu a cocaína em uma oficina
mecânica na cidade de Bela Vista, na região de fronteira com o Paraguai,
prendendo no local o dono do estabelecimento e um caminhoneiro que estavam
colocando os entorpecentes em um teto falso de uma carreta.
Segundo as investigações da polícia, além deste
local onde a quadrilha atuava no interior, há indícios que o grupo criminoso
têm uma base estabelecida em Campo Grande, que interliga a rota de transporte
da droga para outros estados, e também mantêm a cocaína em circulação na
Capital.
O delegado não revelou detalhes sobre os prováveis
“líderes” da quadrilha, mas deixou claro que o carregamento interceptado faz
parte de um grande esquema de narcotráfico internacional, uma vez que o
caminhoneiro e o dono da oficina presos em flagrante não são os reais
proprietários das drogas, que em Campo Grande a droga tem valor bem menor que
na Europa, mas mesmo assim valem uma verdadeira fortuna, da ordem de R$ 15
milhões na Capital, de acordo do Hoffman.
A investigação ainda está em andamento, e a
expectativa da polícia é avançar com mais informações para chegar em mais
integrantes do bando, prendendo assim os proprietários do carregamento de 643
kg, que é considerado pelo delegado a maior apreensão de cocaína dos últimos
anos da Denar.
O caminhoneiro preso pela Denar é procedente do
Paraná, e informou à polícia que havia vendido uma casa para comprar a carreta
e virar “mula” da quadrilha, já que o esquema vinha dando certo e garantindo lucro
fácil a outros motoristas.
De acordo com Hoffman, os valores elevados que
envolvem a venda da cocaína são os principais motivos da quadrilha investigada
conseguir recrutar muitos caminhoneiros, que vinham de diferentes estados para
participarem do esquema.
Os dois homens presos, que não tiveram a identidade
revelada pela Polícia Civil, não tinham nenhuma passagem.
A carreta que iria ser utilizada para transportar a
cocaína foi apreendida e deixada sob os cuidados da polícia de Bela Vista,
cidade que faz fronteira com a cidade paraguaia com o mesmo nome.
Estratégia
Conforme o delegado da Denar, a quadrilha sempre
adotava a mesma estratégia para esconder as drogas. Os caminhoneiros vinham de
diferentes estados à região sudoeste do Estado para buscar calcário, como forma
de despistar suspeitas na rodovia e retornavam para São Paulo com os tabletes
de cocaína escondidos no teto da cabine das carretas.
O dono da oficina preso, cuja identidade não foi
revelada, admitiu para o delegado que já havia escondido as drogas em uma série
de veículos de carga e que o destino da maior parte era o Porto de Santos, onde
os entorpecentes são colocados nas embarcações até por mergulhadores.
A interceptação, que ocorreu na manhã do dia 23 de maio, foi resultado de uma investigação que já se arrastava havia cerca de dois meses.
Segundo Hoffman, a operação “foi crescendo com mais
informações sendo obtidas até encontrar um dos endereços onde a carga com
drogas era carregada, com o momento mais oportuno para efetuar as prisões em
flagrante”, disse, indicando que a polícia já conhece algumas ramificações da
quadrilha em solo sul-mato-grossense.
Um dos presos na operação, segundo o delegado,
passou a ser monitorado justamente depois de ter sido visto em determinado
endereço de Campo Grande utilizado como um entreposto do bando.
Saiba
Campo Grande vem virando um entreposto para envio
de transporte de droga para diversas organizações criminais, sendo rota de
distribuição de cocaína, maconha, e até de drogas sintéticas como a
metanfetamina.
Fonte: Correio do Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.