A ação contou com a
cooperação da Europol e da Polícia da Alemanha para o cumprimento de um mandado
de prisão naquele país
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã da última terça-feira (16/4), a Operação Escafandria, com o objetivo de desarticular organização criminosa (ORCRIM) especializada no tráfico internacional de drogas pela via marítima, por meio do Porto de Rio Grande, no Sul do Estado do Rio Grande do Sul (RS).
Policiais federais, com o apoio da Receita Federal do Brasil (RFB), da Marinha do Brasil (MB) e da Brigada Militar do estado, cumprem 12 mandados de prisão preventiva (MPP) e 26 mandados de busca e apreensão (MBA) nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná.
A ação contou
com a cooperação da agência da União Europeia para a Cooperação Policial
(Europol) e da Polícia da Alemanha, para o cumprimento de um mandado de prisão
naquele país.
Mandados Expedidos
- Rio Grande/RS: 20 MBA, 5 MPP
- Florianópolis/SC: 1 MBA, 1 MPP
- Curitiba/PR: 1 MBA, 1 MPP
- Paranaguá/PR: 3 MBA, 3 MPP
- Fazenda Rio Grande/PR: 1 MBA, 1 MPP
- Bremerhaven/Alemanha: 1 MPP
Prisões (MPP)
Segundo a PF, 10
pessoas foram presas preventivamente por envolvimento no esquema, sendo 9 delas
no Brasil. Quatro pessoas foram presas no RS e as outras seis, no Paraná, em
Santa Catarina e na Alemanha, na cidade portuária de Bremerhaven.
Dois alvos de
Paranaguá e Rio Grande seguem foragidos. O suspeito residente no país europeu é
descrito como um dos líderes do esquema pela Polícia Federal.
Apreensões (MBA)
Na operação
foram apreendidos celulares, veículos e barcos; usados pela quadrilha nas
cidades de Rio Grande (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Paranaguá (PR),
Fazenda Rio Grande (PR).
A maior parte
dos mandados de busca e apreensão se concentrou na cidade gaúcha (20), onde um
laboratório de drogas foi encontrado pelas autoridades. Segundo o delegado da
PF, Matheus Vivacqua Cechet, o local era usado para "aumentar o volume das
drogas" enviadas para o continente europeu.
"Agora os elementos apreendidos serão submetidos à perícia e a posterior análise pela equipe de investigação. Então as investigações devem continuar para tentar localizar outros elementos de prova e possíveis outros integrantes da organização", afirmou Cechet.
Investigação
A investigação
iniciou em 2022 após o recebimento de informações de que um grupo com
integrantes da cidade de Rio Grande e dos estados de Santa Catarina e Paraná
estaria realizando atividades relacionadas ao tráfico de drogas a partir do
Porto de Rio Grande, disse o delegado Cechet, durante coletiva de imprensa.
Após diligências
e levantamentos realizados, a PF verificou que o grupo enviava cocaína para
outros países, utilizando mergulhadores para esconder a droga no sea chest (caixa
de mar) das embarcações.
Ações da
quadrilha, investigada há dois anos pela PF, foram identificadas no Porto do
Rio Grande (RS) e no Porto de Paranaguá (PR). Tanto os navios nos portos quanto
os fundeados nessas regiões podiam ser alvos do grupo.
A investigação
vai continuar em curso. Os aparelhos serão encaminhados para o setor de perícia,
onde serão analisados para tentar localizar outros elementos de prova e
possíveis outros integrantes da organização— conta o delegado.
Apreensão de Cocaína na Espanha
Uma carga de 198
kg de cocaína enviada pelo grupo foi apreendida pela Guardia Civil da Espanha,
no Porto de Las Palmas, em agosto de 2023, em um navio que havia partido do
Porto de Rio Grande.
Modus Operandi
A prática é
conhecida como "técnica dos parasitas" e envolve esconder o
carregamento ilegal abaixo da linha da água, em cilindros presos ao casco das
embarcações por mergulhadores.
Sea Chest (Caixa Mar)
A caixa de mar é
um compartimento localizado na parte externa da embarcação, abaixo da linha da
água, e tem por função resfriar o motor, abastecer o sistema de combate a
incêndio e descarregar água do navio.
Nome da operação
O nome da
operação “Escafandria” está relacionado ao método utilizado pelo grupo para
colocação da droga nos navios, em referência ao equipamento de mergulho usado
entre o século XIX e XX.
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