Zarko Pilipovic, apontado como integrante da máfia dos
balcãs, utilizava o Porto de Santos para enviar cocaína para a Europa
O sérvio Zarko Pilipovic foi extraditado da
Bolívia para o Brasil. Ele é apontado como membro de uma máfia envolvida com o
tráfico internacional de drogas e, segundo as investigações, com ligação com a
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
O ministro do Governo da Bolívia, Eduardo
del Castillo, divulgou em redes sociais que a prisão do sérvio e sua extradição
representam uma atuação direta das autoridades contra o tráfico internacional
de drogas.
Participaram efetivos de Fuerza Especial de
Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN) y los Diablos Rojos de Bolivia e da Polícia
Federal do Brasil.
Extradição
O governo boliviano fez a extradição dele no
dia 29 de março, mas o caso só foi divulgado muito depois por questões de
segurança.
O estrangeiro foi retirado da prisão de
Palmasola, em Santa Cruz, de onde foi transferido para Puerto Quijarro, na
fronteira com o Brasil, num helicóptero Red Devils.
Foto: Divulgação do Ministério do Governo da Bolívia |
Um dos homens mais procurados pela Interpol
(Organização Internacional de Polícia Criminal), Zarko Pilipovic, foi entregue
na linha internacional que delimita os dois países ao meio-dia, na fronteira
com Corumbá, município situado a 428 quilômetros de Campo Grande, capital do
estado de Mato Grosso do Sul (MS).
A Polícia Federal recebeu o preso no Posto
Esdras, da Receita Federal do Brasil (RFB), em Corumbá, na fronteira com a
Bolívia, após passar pelo setor de Migração, no Posto Fronteiriço, do lado boliviano,
com um forte esquema de segurança.
Foto: Reprodução Diário Corumbaense |
De Corumbá ele foi levado para Campo
Grande. Não há mais detalhes sobre a transferência dele para a Albânia,
conforme afirmou o ministro da Bolívia.
Cartel
do Balcãs
De acordo com o ministro do Governo
Boliviano, Eduardo del Castillo, Zarko pertencia a uma máfia internacional que
tem ligações diretas com o PCC (Primeiro Comando da Capital), conforme noticiou
através das suas redes sociais.
“A população boliviana foi informada da
transferência e expulsão do cidadão de nacionalidade sérvia, Zarko Pilipovic,
para a Albânia, através de coordenação de autoridades do Brasil. Este homem
possui selo vermelho da Interpol, reivindicado pela Albânia, e tinha a
identidade falsa de Leonardo Barsad da Rocha", relatou Del Castillo.
O investigado era procurado por diversas
autoridades internacionais e estava com alerta vermelho da Interpol para ser
capturado, e estaria envolvido no envio de cocaína para a Europa por meio do Cartel
dos Balcãs.
Capturado
na Bolívia
O ministro do Governo boliviano divulgou
nas redes sociais que o criminoso foi preso em San Rafael de Velasco, no
departamento de Santa Cruz de la Sierra, marco zero do tráfico de cocaína na
Bolívia, junto com o narcotraficante Lourival Máximo da Fonseca, conhecido como
“a baleia do narcotráfico”, que em fevereiro deste ano foi expulso daquele país,
poucos dias após sua captura e entregue às autoridades brasileiras.
O ministro da Bolívia também informou que o
narcotraficante, na tentativa de fugir da prisão, vinha usando o nome falso de
Leonardo Barsad da Rocha.
No ano passado, investigações da polícia
boliviana apontaram para um forte esquema de tráfico de drogas naquele
município, principalmente cocaína. A região era usada tanto como entreposto de
armazenamento, como de transporte aéreo para o tráfico internacional.
Segundo os antecedentes, o sérvio foi
detido pela Força Especial de Combate ao Narcotráfico (Felcn), em fevereiro,
durante uma operação realizada na cidade de San Ignacio de Velasco, onde foi
capturado junto com outros seis criminosos, incluindo o traficante de drogas
Lourival Máximo da Fonseca, chamado de “baleia do tráfico de drogas”.
O grupo com o qual Pilipovic foi preso era
investigado após um caso de assassinato de duas pessoas. Quando perseguidos,
eles se refugiaram em uma propriedade privada em San Ignacio de Velasco, quando
o promotor e os policiais invadiram o local. Uma vez preso, um juiz determinou
sua prisão preventiva no presídio de Palmasola, onde permaneceu até hoje.
Naquela ocasião, o sérvio não foi
devidamente identificado, pois portava documentos falsificados de um cidadão
brasileiro, com o nome “Leonardo Bardasson Da Rocha”.
Rota
do Tráfico
Lourival Máximo da Fonseca, com quem foi
preso, é considerado um dos grandes dominadores da Rota Caipirá, que leva
cocaína para a região de São Paulo através atravessando o Brasil.
Ele já foi processado no Brasil por administrar carregamentos de cocaína no Porto de Santos, para o qual utilizava barcos menores que aproximavam a droga dos navios cargueiros. Em 2021 ele aparecia na lista dos bandidos mais procurados do país.
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