Material genético foi guardado após resultado do exame
necroscópico do Instituto Médico Legal (IML)
O DNA do corpo
encontrado em estado avançado de decomposição dentro de um contêiner de um
navio no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, está sob custódia da Polícia
Federal (PF) até que as investigações identifiquem o cadáver ou a causa da
morte. O g1 apurou junto ao Instituto Médico Legal (IML) que, caso um familiar
da vítima apareça, o material genético coletado pode ser confrontado e, com
isso, a vítima identificada.
A embarcação
saiu de Singapura e atracou em 1º de setembro de 2023 no Porto de Tanger, no
Marrocos, quando o contêiner foi embarcado. O navio também passou pela Costa do
Marfim. No Brasil, ele fez escala em Salvador (BA) antes de chegar ao cais santista
em 10 de setembro. Mas, apenas no dia 14 do mesmo mês, é que o corpo foi
detectado por um scanner no Porto de Santos.
Na ocasião, a PF
solicitou o exame necroscópico ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande
(SP) com o objetivo de descobrir mais informações sobre o cadáver, como o
momento e a causa da morte, além da etnia e sexo.
O g1 teve acesso
ao resultado do exame que apontou a causa indeterminada para a morte. De acordo
com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o laudo
também foi inconclusivo para identificação do cadáver.
De acordo com o
IML, o corpo permanece como desconhecido por conta da ausência de registro
dactiloscópico no Brasil, ou seja, esta é a primeira vez que o indivíduo com
esta genética é identificado no país.
Apesar de não
ter sido identificado, o delegado da PF Edson Patrício do Nascimento afirmou à
equipe de reportagem que o cadáver foi descrito no laudo como sendo um homem
adulto, de 1,60 metro, com a pele preta e os cabelos curtos, pretos e crespos.
Não foi possível determinar a idade.
SAIBA MAIS: RECEITA FEDERAL ENCONTRA CORPO DENTRO DE CONTÊINER NO PORTO DE SANTOS
Investigações
Na época dos
fatos, a PF informou ao g1 que trabalhava com duas possibilidades: A de que a
vítima era refugiada, ou a de que ela foi assassinada. A autoridade policial
esperava confirmar no exame se a morte foi violenta - o que não aconteceu, já
que o laudo apontou a causa como indeterminada.
De acordo com
Edson, a hipótese mais provável é de que o homem ou o corpo já sem vida tenha
entrado ou sido colocado no contêiner pela passagem do navio em Costa do
Marfim. Por este motivo, acredita-se que ele nasceu ou morava no país africano.
"Foi apurado
que, no Porto de Abdijan em Costa do Marfim, as portas do contêiner foram
lacradas, tendo assim [o homem] permanecido até a abertura em Santos",
explicou o delegado.
A PF acionou as
autoridades da Costa do Marfim para confirmar a suspeita e identificar a
vítima. A autoridade policial disponibilizará os resultados das investigações
no Brasil e o material genético do homem.
O g1 entrou em
contato com a embaixada do país africano para mais informações, mas não teve
retorno até a última atualização desta reportagem.
Fonte: g1 Santos - Por Gyovanna Soares
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