A operação contou com a colaboração da Polícia Federal do
Brasil e da agência dos Estados Unidos de combate ao tráfico de drogas, DEA
A Marinha
francesa anunciou no dia 20 de março que apreendeu 10,7 toneladas de cocaína em
uma embarcação pesqueira brasileira no Golfo da Guiné, ao largo da África.
A Prefeitura
Marítima do Atlântico anunciou, em comunicado, que a Marinha francesa
intercetou a embarcação em 12 de março, graças a informações recebidas de uma
agência europeia, o Centro de Análise e Operação de Narcóticos Marítimos, e da
DEA norte-americana, com base numa investigação da Polícia Federal brasileira.
A operação
francesa, conduzida pelo Ministério Público de Brest e pela Prefeitura do
Atlântico, foi realizada ao abrigo do artigo 17.º da Convenção das Nações
Unidas sobre a Droga, que permite a um Estado intervir num navio suspeito se
tiver a aprovação do país em que o navio está registado, neste caso o Brasil.
"Foram
apreendidos a bordo um total de 10.693 quilos de cocaína, em um valor estimado
em quase 695 milhões de euros [cerca de 753 milhões de dólares ou 3,8 bilhões
de reais]", diz a nota.
Os militares
interceptaram o barco de pesca com bandeira brasileira, onde não encontraram
peixes, mas pacotes bem embalados de um pó branco. O teste foi feito na hora e
apontou que se tratava de cocaína.
"Antes de
subirmos a bordo não sabemos nunca a quantidade de cocaína que pode ser
apreendida. Essa é recorde. Em cada ação, para nós é cocaína que deixa de
circular na Europa", diz o capitão de fragata, Alban Simon.
A Marinha
transferiu as drogas para o seu navio, onde foi destruída. O Ministério Público
de Brest, competente nestes casos, decidiu não processar a tripulação após a
destruição.
A operação
contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil e da agência dos Estados
Unidos de combate ao tráfico de drogas, DEA.
A França tem até
dois navios estacionados quase permanentemente no Golfo da Guiné, no âmbito da
operação Corymbe.
Não foi a
primeira interceptação de drogas nessa região do globo. Nos últimos meses, as
apreensões têm crescido nesta área. Em dezembro foi apreendida 4.607 toneladas.
Os especialistas
estimam o volume total de cocaína presente no mercado mundial em 2021 em mais
de 2.000 toneladas, dois terços procedentes da Colômbia.
Grande parte da
cocaína atravessa o Atlântico em contêineres marítimos, escondida em
carregamentos perfeitamente legais, a partir de portos da América do Sul, com
Santos no comando no Brasil e Guayaquil no comando no Equador.
Do total da
cocaína apreendida na França em 2022, 55% veio das Antilhas e da Guiana
Francesa, uma zona de trânsito. Outras remessas passam pela África Ocidental antes
de seguirem para a Europa.
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