Noticias e artigos em tudo que envolve a segurança nos portos do Brasil

Postagem em destaque

CONPORTOS PROMOVE SIMPÓSIO DE DIREITO E SEGURANÇA PÚBLICA NOS PORTOS

O evento presencial será realizado no dia 03/12, no edifício sede da Polícia Federal, em Brasília. As inscrições são limitadas e gratuitas ...

LEGISLAÇÕES

sexta-feira, 22 de março de 2024

0

AFP PRENDE DOIS HOMENS QUE IRIAM RETIRAR DROGA ENVIADA DO BRASIL

 

Droga havia sido apreendida no Porto do Pecém, em quiosques que tinham formato de coco verde. A Polícia Federal Australiana (AFP) foi avisada

No dia 6 de março, a Polícia Federal Australiana (AFP, na sigla em inglês) prendeu dois homens, no momento que iriam retirar em um armazém industrial no bairro North Rocks, no subúrbio da cidade, no oeste de Sydney, uma carga de cocaína enviada do Brasil.

As autoridades daquele país acompanharam a remessa desde a sua chegada ao porto em 8 de janeiro, sendo posteriormente  coletada e entregue em um galpão de armazenamento industrial.

Segundo os agentes da AFA, os homens chegarem ao armazém e permanecerem inúmeras horas com a porta rolante fechada, saindo intermitentemente para obter ferramentas e outros instrumentos suspeitos de serem usados para acessar a remessa. A dupla foi detida ao deixar o galpão.

Dentro do local, foram encontrados os quatro quiosques (fruit kiosks) refrigerados para frutas enviados do Brasil. De acordo com a AFP, a dupla usou ferramentas para abrir as partes das unidades onde o carregamento de cocaína estava.

Ferramentas apreendidas - Foto: Divulgação AFP

Os agentes da AFP executaram um mandado de busca no armazém e encontraram quatro quiosques de frutas refrigeradas. Dois dos quiosques estavam parcialmente abertos, incluindo secções onde a cocaína tinha sido anteriormente removida no Brasil. Os dois homens não entendiam como a droga não havia sido remetida, apesar de possíveis confirmações da quadrilha.

Dois quiosques foram abertos - Foto: Divulgação AFP

Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido no veículo usado pela dupla. As 15 mochilas foram confiscadas, assim como celulares, cartões de crédito, recibo e ferramentas.

15 mochilas vazias foram apreendidas - Foto: Divulgação AFP

— Uma importação desta dimensão poderia ter sido responsável por cerca de três milhões de negócios individuais de cocaína nas ruas, o que pode causar estragos e danos significativos à comunidade australiana. As investigações sobre a origem das drogas continuam em curso. — disse Kate Ferry, da comandante da Polícia Federal Australiana (AFP).

Prisão Perpétua

A acusação contra os dois homens, pelas autoridades judiciais da Austrália, foi por tentativa de posse de quantidade comercial de drogas sob controle fronteiriço.

Os dois homens presos em Sydney foram o holandês Anthony Hoppner Suarez, 25, e o australiano Miguel Suarez, 49. Eles já passaram por audiência de custódia na Justiça da Austrália, tiveram o pedido de fiança recusada. Deverão ser julgados no Tribunal Local de Downing Centre. A fiança foi recusada e eles devem comparecer perante o Tribunal Local de Sydney em 15 de maio de 2024. Se condenados, os homens enfrentarão a pena máxima de prisão perpétua.

Participação de brasileiros

O delegado regional da Polícia Federal no Ceará, Victor Mesquita informou que a investigação continua para identificar a participação de brasileiros no envio da droga. "Tudo corre sob sigilo". Mesquita disse que os 600 kg da droga já estariam em vias de ser incinerada, possivelmente aguardando autorização da Justiça brasileira.

600 kg de cocaína foram apreendidos no Brasil - Foto: Divulgação PF/Brasil

Início da Investigação

A ação teve início em 13/11/2023 quando a Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Receita Federal do Brasil (RFB), apreendeu 600 kg de cocaína que estava escondida em uma carga descrita como quiosques de praia, no Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará, com destino à cidade de Sydney, na Austrália. A cocaína, avaliada em US$ 195 milhões — o equivalente a mais de R$ 1 bilhão, em valores convertidos,  foi localizada nas paredes e pisos de cada uma das unidades.

O delegado da Polícia Federal confirmou que a apreensão de 600 kg de cocaína não foi divulgada para não atrapalhar o trabalho e o plano montado para prender os traficantes na Austrália.

Segundo informe da AFP, a suspeita de existência da cocaína surgiu após pelo menos quatro remessas seguidas dos "fruit kiosks" terem sido embarcadas no Porto do Pecém para o Porto de Sydney, na Austrália. 

Retirada da droga no Brasil - Foto: Divulgação PF/Brasil

Não se sabe ainda se esses objetos anteriormente teriam viajado com droga escondida. A vistoria em novembro teria sido de rotina, segundo o delegado da PF Victor Mesquita.

Polícia Federal Australiana foi informada

As autoridades brasileiras removeram a droga e encaminharam a carga sem os ilícitos para o endereço pretendido em Sydney e informaram a AFP. A apreensão não foi divulgada na data do ocorrido para não atrapalhar as investigações.

A viagem do navio até a Austrália, em mais de 15 mil km pela rota marítima, foi rastreada desde o início.

Os quiosques tinham formato de coco verde. Supostamente serviriam como pontos de venda de alimentos em locais públicos. Eram feitos de fibra. Pelo desenho da estrutura, chamariam a atenção de clientes na Austrália e, na ideia dos traficantes, também ajudariam no disfarce da droga. Mas, incomuns, acabaram despertando a atenção das autoridades aduaneiras e policiais do Brasil.    

"Quando a gente detectou (a cocaína), foi até fácil fazer o plano porque a gente tinha um destinatário. Talvez nunca os traficantes imaginassem que fossem ser pegos na Austrália. Entramos em contato com a AFP e combinou-se que faríamos a apreensão com zero divulgação, para não frustrar o trabalho deles lá", conta Mesquita.

Ele disse que foi mantido o despacho do material (quiosques) pela via marítima, que demora bastante e daria tempo de eles (PF da Austrália) se organizarem. E deu tudo certo porque as pessoas foram buscar a carga. Não imaginaram que o que enviaram seria descoberto", detalhou Mesquita.

Segundo ele, quando surgiu a suspeita de presença da cocaína nos quiosques, as equipes de fiscalização foram acionadas porque a indicação era de que a carga fosse complicada de detectar. "Porque era uma carga rígida. Diante da suspeita, a gente teve que quebrar algumas partes para confirmar e tudo se confirmou". 

A droga foi retirada das partes internas dos quiosques - Foto: divulgação PF/Brasil

Operações Recentes

Recentemente a Polícia Federal deflagrou as operações Néctar e Follow The Money, que executou mandados de prisão, busca e apreensão e sequestro de bens, contra organizações criminosas que realizam o tráfico de drogas pelos portos e lavagem de dinheiro.

As ordens judiciais, da 11ª Vara Federal no Ceará (Néctar) e 14ª Vara Federal de Curitiba (Follow The Money) foram cumpridas em oito estados (Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo).


A nossa missão é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária em todo o seu contexto. A matéria veiculada apresenta cunho jornalístico e informativo, inexistindo qualquer crítica política ou juízo de valor.   

* Texto: O texto deste artigo relata acontecimentos, baseado em fatos obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis e dados observados ou verificados diretamente junto a colaboradores.

* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste Portal, tem a reprodução autorizada pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e adicionado o link do artigo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.