Na sentença, o magistrado afirmou que ele coordenava
integralmente a logística para o embarque da cocaína
Nesta semana a
Justiça Federal condenou um tripulante filipino a oito anos, um mês e seis dias
de prisão em regime fechado por ter participado do tráfico internacional de 405
kg de cocaína, aprendidos no dia 10 de novembro de 2023, em operação conjunta
da Polícia Federal (PF) e Receita Federal do Brasil (RFB), em um navio no Porto
de Santos, no litoral de São Paulo.
O navio seguiria
pela rota Sul (sentido América do Sul), com destino à Argentina, para então
retornar pela rota Norte (sentido Europa).
Prisão
A PF foi
acionada após a identificação de movimentação de objeto sendo içado ao navio, registrado
por imagens das câmeras de segurança do Centro de Controle de Operações e
Segurança (CCOS), da Guarda Portuária (GPort), da Autoridade Portuária do Porto
de Santos.
Após averiguação
das imagens, foi identificado o tripulante a bordo do navio na região próxima
ao içamento. Durante a abordagem e entrevista, foi apurado que o objeto içado
se tratava de bolsa contendo garrafas de whisky.
Bolsa com garrafas de whisk apreendida com o tripulante - Foto; Divulgação PF |
Ainda durante a
averiguação e inspeção no navio, após atitudes suspeitas, o tripulante relatou
participar de esquema de envio de drogas e indicou diversos caminhões no
interior do navio sendo exportados e que escondiam tabletes de cocaína.
Após a inspeção
dos caminhões, foram localizados em dois deles diversos tabletes de cocaína,
totalizando cerca de 405 kg da substância. Além da identificação da droga, foi
localizada grande quantidade de dólares junto ao tripulante, recebendo então a
voz de prisão.
Dólares apreendidos com o tripulante - Foto: Divulgação PF |
Alegação da defesa
A defesa do
tripulante alegou que ele teria se envolvido com o tráfico para custear o
tratamento do filho, de 5 anos, supostamente com uma doença renal. No entanto, o
juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, consideraou
como uma tentativa dele de se esquivar da pena.
O juiz destacou
que o tripulante tinha alternativas legais para ajudar a criança, e não
comprovou que os U$ 26 mil obtidos de forma ilícita seriam usados para tratar o
filho.
No seu
depoimento o filipino disse que tinha como função vigiar as drogas, mas o juiz
apontou, ao tomar a decisão, que as provas coletadas no celular do acusado e nas
imagens de câmeras de monitoramento comprovaram o contrário.
Sentença
Na sentença, o
magistrado afirmou que ele coordenava integralmente a logística para o embarque
da cocaína. "Existem fortes indícios da participação do acusado em outras
operações relacionadas ao tráfico internacional de substâncias entorpecentes,
tudo sinalizando que não foi a primeira vez que se dedicou a atividades
criminosas", apontou o juiz Roberto Lemos dos Santos.
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