A droga estavam em embalagens plásticas utilizadas para
vinhos bag in box. A declaração afirmava que continha vinho tinto e branco
além de suco de uva
A aduana de Hong
Kong informou ter apreendido, em 19 de dezembro, 444 kg de cocaína líquida
embarcada no Brasil como se fosse vinho branco, que estavam em embalagens
plásticas utilizadas para vinhos bag in box. O valor estimado de mercado,
segundo as autoridades, pode chegar a HK$490 milhões (310 milhões de reais ou
US$ 62 milhões).
Suspeita
O container de
20 pés, separado para inspeção com base em análise de inteligência, chegou em
Hong Kong vindo do Brasil e a declaração afirmava que ele continha vinho tinto
e branco além de suco de uva.
No dia 19 de
dezembro, os agentes da autoridade aduaneira suspeitaram do carregamento, pois
algumas das caixas de vinho mostravam sinais de terem sido alteradas e seladas
novamente, e com peso inconsistente. E como eles consideram o Brasil um país de
alto risco, foram retirada para análise, amostras de vinho branco que estavam
em embalagens plásticas utilizadas para vinhos bag in box.
Das 706 caixas
de vinho, 37 delas continham 148 pacotes de liquido suspeito que, sob análise
testaram positivo para cocaína, e a vigília a partir daí durou 26 dias, 24
horas por dia até a prisão de dois envolvidos.
O contêiner foi
mantido sob vigilância no Porto de Kwai Chung, em Kowloon, região noroeste de
Hong Kong, até que um homem, de 50 anos, apareceu para transportá-lo, e teria
pego o carregamento e deixado num estacionamento na ilha de Tsing Yi.
Esse homem está
preso, assim como outro homem de 38 anos que teria sido o responsável por
coordenar o embarque. Os dois seriam moradores de Hong Kong, mas "não
chineses".
A investigação
ainda está em andamento, e o líder da organização teria sido rastreado, podendo
haver mais prisões. O superintendente sênior para narcotráfico da alfândega,
Wong Ho-yin, afirmou que vai reforçar o intercâmbio com agências
internacionais.
A divisão
fragmentada do trabalho pela organização criminosa, com diferentes integrantes
cuidando de cada passo, desde a fase inicial do transporte marítimo, teria
criado dificuldade para identificar toda a logística da organização criminosa
(Orcrim).
O container
voltou para o depósito do terminal marítimo de Kwai Chung e está sob vigilância
enquanto outros testes químicos estão sendo realizados. A marca dos vinhos não
foi revelada.
Época de Natal
O
superintendente da aduana, Jacky Tsang Kin-bon, afirmou para um jornal local
que eles acreditam que os traficantes tentaram tirar vantagem da alta
movimentação de mercadorias durante a época de Natal e Ano Novo para fazer com
que os narcóticos passassem despercebidos, aproveitando-se da maior demanda
logística no período, método que já havia sido identificada durante outra
investigação na cidade.
Risco elevado
Devido a seguidas
apreensões, incluindo as modal via aérea, o Brasil é considerado país de risco
elevado, daí também o contêiner ter chamado a atenção. Exatamente um ano antes,
na mesma época de festas, foi interceptado outro contêiner marítimo, com 300 kg de cocaína em meio a um carregamento de frango congelado.
Maior apreensão
É o maior caso
de apreensão de cocaína líquida na história da cidade, avaliou o órgão, citando
mais de duas décadas de registros. O achado só foi divulgado na semana passada,
após a prisão dos dois homens.
Prisão Perpétua
Ainda na
condição de suspeitos, eles podem ser condenados até a prisão perpétua, pela
legislação local. Em comunicado à imprensa, a alfândega detalhou que um dos
homens disse ser dono de transportadora, e o outro, desempregado.
Apreensões de drogas em Hong Kong
Segundo ele, em
todo o ano de 2023 a alfândega apreendeu perto de 9,5 toneladas de vários tipos
de drogas, das quais 3,7 toneladas chegaram por mar a Hong Kong, região
administrativa especial da China. Teria sido o ano com maior apreensão nas mais
de duas décadas com registro.
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