Autoridade Portuária e Ibama detalham
parceria com terminais do maior porto do Hemisfério Sul
A poluição do mar
ligada às atividades desenvolvidas pelo Porto de Santos e aos navios que passam
pelo maior porto do Hemisfério Sul está em constante monitoramento. Um exemplo disso
é a presença de óleo nas águas. Segundo dados da Autoridade Portuária de Santos
(APS), ela representa menos de um quarto das verificações desse produto no
estuário, considerando os últimos três anos (2021-2023). A maior parte (65%) é
advinda de material escoado pelas redes pluviais.
“As fiscalizações
ocorrem normalmente. Todos os órgãos têm trabalhado de maneira contínua, mas
também há alterações com relação à legislação internacional, que trata
especificamente desses assuntos. Estão sendo implementadas normativas mais
rígidas, por intermédio de diversas convenções de navegação. E isso tem chegado
rapidamente a essas empresas, que têm aprimorado suas metodologias e seus
sistemas de controle”, afirma o chefe da Unidade de Santos do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Lazlo
Macedo de Carvalho.
O atendimento a
ocorrências de vazamento de óleo é feito por todos os terminais do Porto de Santos
por meio do Plano de Emergência Individual (PEI) – que a APS também tem, o qual
regula o atendimento a emergências que envolvam o derramamento de óleo (mineral
ou vegetal) nas águas do Porto de Santos, explica, em nota, a Autoridade
Portuária.
A APS coordena
combate e controle da emergência em tempo integral e com dedicação exclusiva,
ressaltando que a atuação nas ocorrências ambientais é uma prioridade,
acrescenta o texto. A Autoridade Portuária também está à frente do Plano de
Contingência do Porto de Santos (PCPS), que reúne os PEIs de todos as empresas
do complexo portuário.
“A APS possui uma
estrutura própria por conta da licença ambiental que possui, para funcionamento
do Porto de Santos, mas os terminais portuários também possuem estruturas e planos
de emergência individuais. Embora individuais, são congregados e articulados
para atuarem de forma conjunta em um plano de área, de modo a dar atendimento a
algum tipo de caso ou evento que extrapole a capacidade de combate. É acionado
de acordo com a intensidade e o nível do que ocorre”, detalha Carvalho.
O documento,
segundo a APS, é minucioso em prever cenários estabelecidos por estudos técnicos
e dimensiona os recursos disponíveis, dentre os quais uma base de atendimento
24 horas por dia, embarcações dedicadas, barreiras de contenção, materiais
absorventes, recolhedores e pessoal técnico especializado.
“A gente (Ibama)
mais coordena, mas são os terminais que fazem a gestão dessa estrutura. O órgão
estadual, a Cetesb, atua diretamente por conta desses planos de emergência
individuais dos terminais, dentro dos que forem licenciados por esse órgão e
tem acompanhamento junto aos terminais. Nos que o Ibama é o licenciador, fazemos
esse monitoramento dos planos individuais de cada um, bem como as estruturas que
possuem e que estariam aptas imediatamente para serem acionadas em caso de
necessidade”, explica o chefe da Unidade de Santos do Ibama.
Para isso, lembra
Carvalho, são feitos vários simulados no Porto de Santos ao longo do ano, com
cenários diferenciados. “Isso permite que a gente avalie essa resposta e a
capacidade para isso dessas empresas quando ocorrerem eventos dessa natureza”.
O que fazer
A Autoridade
Portuária informa que qualquer acidente que apresente agressão ao meio ambiente
deve ser imediatamente comunicado às autoridades municipais, órgãos de controle
ambiental estadual e federal e Capitania dos Portos. Ao se verificar manchas de
óleo nas águas do estuário, deve-se avisar a APS pelo telefone (13) 3202-6513
ou pelo e-mail plantao.geset@portodesantos.gov.br.
Origem de óleos derramados no estuário*
- Galerias de águas pluviais: 65%
- Navio durante abastecimento: 12%
- Veículo ou equipamentos terrestres: 12%
- Navio não relacionado a abastecimento: 6%
- Outras embarcações: 6%
Fonte: APS
* Devido a dados
arredondados pela APS, a soma tem resultado superior a 100%
Fonte: Jornal A Tribuna – Por Ted Sartori
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