Só em 2023, a PF e a RFb apreenderam mais de 1,4 mil kg de cocaína presos na parte do submersa dos navios - mais que o dobro de 2022
A Polícia Federal
(PF) e a Receita Federal do Brasil (RFB) estão combatendo uma nova modalidade
de tráfico de drogas nos portos brasileiros.
Os próprios
traficantes gravaram o vídeo para provar que fizeram o serviço. Nas imagens (divulgadas no programa),
mergulhadores prendem sacos de cocaína no casco de um navio próximo do Porto de
Santos. A droga foi apreendida dias depois, em Gibraltar, um território
britânico.
A polícia brasileira prendeu os sete traficantes em janeiro. Junto com eles, também foram
apreendidos equipamentos de mergulho e quase 600 kg de cocaína. Em junho, a quadrilha
foi condenada por tráfico internacional de drogas.
"Eles
aumentaram a velocidade ao perceber a presença dos policiais. Eles perceberam
também que a embarcação estava pesada, então merecia uma vistoria nossa. Eles
embarcaram e conseguiram abordar a embarcação. Nesse momento, inclusive, dois
se jogaram no mar, tentando escapar”, conta o major da Polícia Ambiental Marco
Aurélio da Silva.
Essa semana, a Polícia Federal (com o apoio da Guada Portuária) apreendeu mais de 300 kg de cocaína em outro navio. A droga
estava no forro de uma sala de ginástica. A embarcação tinha como destino a
Alemanha.
Prender a cocaína
nos cascos dos navios ou até mesmo arremessar a droga para dentro das
embarcações são táticas usadas por criminosos para driblar a fiscalização.
Essas práticas foram adotadas após a modernização da Receita Federal e da
Polícia Federal, que investiram em tecnologia, capaz de localizar o
entorpecente dentro dos contêineres.
“Essa modalidade,
que é relativamente recente, da implantação no casco, ela acaba facilitando um
pouco a questão logística do tráfico internacional. Não precisaria,
eventualmente, de cooptar mais pessoas para, eventualmente, inserir em
contêiner, que é um trabalho mais complexo, é mais fiscalizado. Em um casco,
ali, ele precisaria só do mergulhador para inserir aqui e retirar lá fora”,
explica o delegado da Polícia Federal Daniel Coraça Júnior. Só em 2023, a PF
e a RFB apreenderam mais de 1,4 mil kg de cocaína presos na parte do submersa dos
navios - mais que o dobro de 2022.
"Se ela está
tendo apreensões e perdendo essa carga, ela vai buscar outras rotas, outras
formas de enviar a carga. E o trabalho da fiscalização é garantir a segurança
das operações de comércio exterior, para que no porto, como o Porto de Santos,
o maior aqui do nosso país, ele seja utilizado para operações legítimas, e não
para operações ilegais, como o tráfico de drogas e outras operações ilícitas”,
afirma Richard Neubaeth, delegado da Receita Federal.
Fonte: globo.com - Por Jornal Nacional
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