520 kg de cocaína foi encontrado em navio vindo do Brasil no ano passado – Foto: Reprodução
Eles foram
recentemente julgados e absolvidos após a apreensão de um carregamento de 520
kg de cocaína provenientes do Brasil
As autoridades de
Libéria reconheceram, nesta segunda-feira (22), que perderam a pista de quatro
homens recentemente julgados e absolvidos após a apreensão de um carregamento
de 520 quilos de cocaína provenientes do Brasil, uma sentença que chocou o ministro
da Justiça do país africano.
Em 18 de maio, um
tribunal penal de Monróvia causou sensação ao declarar não culpados um
liberiano, um cidadão de Guiné Bissau, um português e um libanês detidos por
relação com a apreensão, em outubro de 2022, de 520 kg de cocaína - com valor
estimado em 100 milhões de dólares (R$ 496 milhões na cotação atual) -
escondidos, segundo as autoridades, em um contêiner proveniente do Brasil.
Fruto da
cooperação com os Estados Unidos e o Brasil, esta é uma das apreensões mais
importantes já realizadas no país.
A decisão
pronunciada por um júri popular foi ainda mais surpreendente, já que o tribunal
ordenou a restituição aos suspeitos de 200.000 dólares (quase R$ 1 milhão)
confiscados na operação.
O caso revela o
papel do litoral da África Ocidental nas rotas do tráfico de droga proveniente
da América do Sul, especialmente destinada à Europa, assim como o funcionamento
da Justiça e sua exposição à corrupção.
A decisão do
tribunal "torna a Libéria motivo de chacota internacional", disse o
ministro da Justiça Frank Musah Dean Jr em comunicado.
Isso "afeta
claramente os esforços coletivos realizados pela Libéria e seus aliados
internacionais para lutar contra o tráfico de drogas ilícitas, e contra a
utilização da África Ocidental como rota de comércio internacional proveniente
da América Latina e de outras partes", acrescentou o ministro na nota.
Ele também
questionou a utilização de júris populares no país. "Fala-se
constantemente da prática imoral de subornar o júri durante esses
julgamentos", escreveu.
Em seu relatório
sobre direitos humanos na Libéria em 2022, o Departamento de Estado dos Estados
Unidos observa que os juízes "estão sujeitos a tentativas de influência e
envolvidos em corrupção".
"Advogados e promotores supostamente instruíram os réus a pagar propinas para obter decisões favoráveis de juízes, promotores e jurados", diz o documento.
Fonte: AFP Via GZH
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