Lucas Vieira Donati foi preso São Paulo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Mergulhador
investigado foi preso em São Paulo quando embarcava em um voo para a África do
Sul
A Polícia Federal
(PF) deflagrou na quarta-feira, 10 de maio, a Operação “Diver”, em repressão ao
tráfico internacional de drogas em quatro estados da federação.
Desde as
primeiras horas da manhã, policiais federais cumpriram três mandados de prisão
preventiva e seis mandados de busca e apreensão em endereços nos Estados de Rio
Grande Sul (3), Santa Catarina (1), Espírito Santo (1) e São Paulo (1), expedidos
pela Justiça Federal.
A operação teve
início em 29 de março de 2023, após a PF e a Marinha do Brasil apreender, no Porto de Rio Grande, 206 kg de cocaína ocultos no casco de um navio, que tinha
como destino o Porto de Setúbal, em Portugal.
A droga foi
escondida em uma das caixas de mar (sea chest) do navio, através de atividade
de mergulho e acompanhada por meio de rastreadores. A ação passou a ser investigada
pela Polícia Federal.
A partir de uma
série de diligências, a PF identificou um mergulhador profissional, cuja função
na organização criminosa consiste em inserir a droga nas sea chest (caixas de
mar) nos navios atracados em terminais portuários brasileiros, assim como
retirar no exterior.
Mergulhador Preso
O mergulhador
profissional do Espírito Santo, identificado como Lucas Vieira Donati, de 37
anos, foi preso em São Paulo sob a acusação de tráfico internacional de drogas,
quando embarcava em um voo para a África do Sul.
Na casa de Lucas,
no bairro Tabuazeiro, em Vitória, foram encontrados mais de € 34 mil (euros),
R$ 66 mil (reais) e mais de U$ 2.900 (dólares), totalizando mais de R$ 267 mil.
Também foram
apreendidos um carro e uma moto e equipamentos de mergulho - uma scooter
subaquática, usada para impulsionar o mergulho.
Nova Missão
De acordo com o
superintendente da PF no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, provavelmente
o suspeito estava a caminho de mais uma missão para captura da droga.
"Ele era o principal
mergulhador dessa organização criminosa. Ele colocava a cocaína nos navios, que
estavam ancorados nos portos do Espírito Santo e depois viajava para o exterior
e retirava essa cocaína em portos da Europa ou da África", afirmou.
Ainda segundo
Ricas, durante envio e recebimentos dos entorpecentes, o grupo colocava em
torno de seis bolsas com cerca 50 e até 80 kg de cocaína nesses navios, que já
transportaram em torno de 400 kg de cocaína para a Europa e para a África.
Sobre o dinheiro
encontrado na casa do mergulhador, o superintendente afirmou que, pelo fato do
suspeito não possuir qualquer outra fonte de renda lícita, todo o montante apreendido
na residência poderia ter vindo do tráfico.
"Parte desse
montante era em dólar e em euro, ou seja, isso significa que ele recebia
pagamentos em dólar e em euro, de acordo com os locais que ele mergulhava. Ele
não tinha uma fonte de renda lícita, então todo esse valor que encontramos na
casa dele, muito provavelmente era fruto desses mergulhos para a organização
criminosa que trafica cocaína".
Nome da Operação
O nome da
operação “Diver” significa mergulhador em Inglês.
Esquema Semelhante
O esquema operado
por Lucas Donati é semelhante ao do espanhol Joaquin Francisco Gimenez, que
conseguiu escapar de uma operação da PF em dezembro de 2021, que levou à
apreensão de quase 1 tonelada de cocaína em duas operações em Vila Velha, mas
que acabou preso no dia 11 de janeiro no Porto de Santos (SP). Na sequência, a
Federal fez várias apreensões em portos do Espírito Santo. de significativas
quantidades de drogas, descobertas em cascos de navios.
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