Ex-Major Sergio Ricardo de Carvalho - Foto: Reprodução |
Segundo
a Polícia Judiciária portuguesa, os sete brasileiros foram flagrados transportando
uma tonelada de cocaína
O
Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, em Portugal, condenou sete brasileiros
por tráfico internacional de drogas, no final do mês passado. Os réus
integravam a quadrilha do ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul,
Sérgio Roberto de Carvalho, 64, o Major Carvalho, preso na Hungria.
Segundo
a Polícia Judiciária portuguesa, os sete brasileiros foram flagrados à 1h55 de22 de maio de 2019 transportando uma tonelada de cocaína no barco de pesca Wood. A embarcação foi interceptada no Oceano Atlântico, em Cabo Verde, a 4.000
quilômetros de Lisboa.
A
Polícia Federal do Brasil havia alertado as autoridades portuguesas sobre os
fortes indícios de que o Wood estaria a serviço do Major Carvalho, conhecido na
Europa como o "Escobar brasileiro", em alusão ao narcotraficante
colombiano Pablo Escobar.
Duas
lanchas com fuzileiros navais se aproximaram do pesqueiro e quando entraram no
barco encontraram os sete homens. Eles estavam apenas com a roupa do corpo e
contavam com pouca alimentação na embarcação. Foram apreendidos 999 tabletes da
droga prensados em plásticos.
As
autoridades de Portugal apuraram que a cocaína tinha um grau de pureza entre
84,8% e 91,6%. Pelos cálculos da Polícia Judiciária, o Escobar brasileiro e os
comparsas dele sofreram um prejuízo na ordem de 44 milhões de euros.
Os
brasileiros condenados são Edmilson Miranda Gomes, 59, Francisco Gomes Barbosa,
43, Marcos Antônio Teófilo da Silva, 48, José Bezerra Pereira, 68, Janilton
Sousa da Rocha, 41, Wálter Santos de Pontes, 40, e Marcelo Teixeira de Lima,
48.
Os seis
primeiros são do Rio Grande do Norte. Marcelo é natural de Tacima, na Paraíba.
Edmilson,
o piloto do Wood, foi condenado a nove anos. Os demais, todos tripulantes,
receberam uma pena de oito anos e seis meses. Eles ficaram presos em Portugal
até 4 de abril de 2020 e foram colocados em liberdade porque o prazo de 10
meses de prisão preventiva se excedeu.
A
reportagem não conseguiu contato com os advogados dos réus, mas publicará na
íntegra a versão dos defensores de todos eles, assim que houver uma manifestação.
Extradição para o Brasil
O barco
Wood havia solicitado às autoridades brasileiras autorização para uma viagem
entre Recife e Natal entre 2 de maio e 2 de julho de 2019. No dia 4 de maio de
2019, a embarcação, já com a droga a bordo, começou a navegar pelo Atlântico
rumo à África.
De
acordo com a Polícia Judiciária de Portugal, o Wood viajou sem ter aportado nem
desenvolvido atividade pesqueira. Investigadores portugueses acreditam que o
barco iria encontrar outra embarcação na cidade de Praia, Cabo Verde, para fazer
o transbordo da droga.
O Major
Carvalho, apontado como dono da cocaína apreendida pelos fuzileiros navais
portugueses, está preso em Budapeste, na Hungria, desde 21 de junho do ano
passado, e deve ser extraditado para o Brasil. Ele foi capturado em um hotel de
luxo.
Investigações
da PF mostraram que o Escobar brasileiro foi o responsável pelo envio de ao
menos 49 toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros,
especialmente os de Santos (SP), Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Natal (RN) e
movimentou R$ 2,25 bilhões em três anos.
Fonte:
Josmar Jozino – Colunista do Site UOL
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