Empresário
é apontado pela Justiça portuguesa como o braço direito na Europa do Major Carvalho
conhecido como o "Escobar brasileiro"
O empresário
português Ruben Alexandre Vieira Oliveira, 39, o Xuxas, viajou quatro vezes
para o Brasil para negociar a importação de toneladas de cocaína para a Europa
antes de ser preso pela Polícia Judiciária de Portugal, em 27 de junho do ano
passado.
No último dia 14
de fevereiro, o Ministério Público de Portugal denunciou ele e outros 17
comparsas ligados ao Major Carvalho pelos crimes de tráfico internacional de
drogas e lavagem de dinheiro. Entre os acusados, 16 são portugueses, um é angolano
e outro indiano.
Xuxas era
apontado pela Justiça portuguesa como o braço direito na Europa do ex-major da
PM de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 64, conhecido como Major
Carvalho e "Escobar brasileiro".
As datas das
viagens de Xuxas ao Brasil: 28 de janeiro de 2019; 9 de dezembro de 2019; 4 de
setembro de 2020; 11 de janeiro de 2021.
O Major Carvalho
foi preso em Budapeste, na Hungria, seis dias antes de Xuxas. O "Escobar
brasileiro" é acusado de coordenado a exportação de 45 toneladas de
cocaína para a Europa, avaliadas em R$ 2,25 bilhões entre 2017 e 2022. O
governo brasileiro já pediu a extradição dele.
Também no dia 14,
o Major Carvalho foi alvo de novo mandado de prisão. Ele é acusado de ser o
dono de 350 kg de cocaína escondidos em chapas de granito em Cachoeira do
Itapemirim (ES) em outubro de 2021 e de 892 kg da droga apreendidos no Porto de
Santos, em abril de 2022.
Segundo o
Ministério Público português, Xuxas era o líder da quadrilha de Carvalho na
Europa. As investigações apontaram que o empresário fundou uma organização
criminosa para importar grandes quantidades de cocaína da América do Sul.
Considerado o
"padrinho do tráfico", Xuxas tem tatuado no corpo imagens de dois
barões mundiais da droga: Pablo Escobar, fundador do Cartel de Medellín, na
Colômbia, e Joaquin Guzman, ex-chefe do Cartel de Sinaloa, no México.
Xuxas mantinha
estreita relação com o "Escobar brasileiro". O empresário português
também tinha a missão de contratar narcotraficantes em outros países e ainda
era o responsável pela quantidade de droga a ser exportada e pelos locais de
destino da cocaína.
Condenação e bloqueio de bens
Os comparsas dele
começaram a integrar a organização criminosa no início de 2020. Dércio Vieira
de Oliveira, 31, irmão de Xuxas, também foi cooptado pela quadrilha e recrutou
um comparsa para prestar serviço ao bando no aeroporto Humberto Delgado, em
Lisboa.
Também foram
integrados ao grupo criminoso o estivador Paulo Miguel da Silva Campos Joaquim,
50, do Porto de Setúbal, e Luís Miguel Gomes Gonçalves, 40, que mantinha
contato com alguns funcionários do Porto de Leixões.
Segundo o
Ministério Público português, o empresário indiano Gusvinder Singh, 32, era
proprietário da Happy Selection Unipessoal Ltda e contava com a ajuda de uma
empresa de frutas do Brasil para importar a cocaína escondida em meio às cargas
lícitas.
Os nomes de dois
sócios da empresa de frutas constam na acusação feita pelo Ministério Público
português. Ambos são brasileiros. Eles criaram a companhia em 5 de março de
2020 e viajaram para Portugal no mesmo ano, entre 28 de fevereiro e 21 de
março.
A Procuradoria da
República de Portugal pediu à Justiça daquele país a condenação dos 18
comparsas do "Escobar brasileiro" e também o bloqueio dos bens de
todos os envolvidos no esquema.
A reportagem não
conseguiu contato com os advogados de Xuxas, Dércio, Paulo Miguel e Luís
Miguel, mas publicará a versão dos defensores deles na íntegra, caso haja uma
manifestação.
Autor/Fonte: Josmar Jozino – Site UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.