Philip
Chan (à esquerda) e o colega Alex Wong revelam detalhes da operação
alfandegária. Foto: Sam Tsang |
Apreensão
recorde equivale a mais de um terço de toda a droga apreendida em 2022; valor
estimado é de R$ 172 milhões
Uma carga de pés
de galinha congelados que saiu do Brasil com destino a Hong Kong escondia cerca
de 300 kg de cocaína, disseram autoridades do território chinês na quinta-feira
(19).
De acordo com o
jornal South China Morning Post - SCMC trata-se da maior ocorrência de tráfico
marítimo de cocaína em uma década. A carga da droga, avaliada em mais de 260
milhões de dólares honcongueses (R$ 172,7 milhões), estava escondida em 30 das
1.800 caixas de pés de galinha importados do Brasil.
Funcionários da
alfândega em Hong Kong disseram ao SCMP que ao menos três pessoas foram presas
pelo crime, descoberto em 22 de dezembro e só divulgado na quinta pelas
autoridades.
Um caminhoneiro
de 67 anos que apareceu para recolher a carga foi detido no mesmo dia, e outros
dois homens, de 38 e 72 anos, foram presos na quarta-feira (18). Os três acabaram
libertados posteriormente, mas os dois últimos ainda aguardam julgamento.
Agora, as
autoridades tentam identificar e rastrear outros membros do que seria uma quadrilha
especializada em tráfico de drogas. O grupo usou um documento falso simulando
um registro comercial de uma empresa honconguesa real para obter a licença de
importação da carga de frango — e drogas.
O documento, no
entanto, levantou suspeita na alfândega porque a empresa de fachada escolhida
não tinha registro como importadora de alimentos. Logo, não poderia ter encomendado as toneladas de pés de galinha.
A carga então foi
inspecionada, e a droga encontrada, dividida em 300 tabletes, cada uma pesando
1 kg. A substância estava envolta em uma espécie de balão, de modo que não
entrasse em contato com a umidade dos pés de galinha congelados. Além disso, segundo
os oficiais da alfândega, o tipo de embalagem serviria para conter o cheiro da cocaína
e despistar cães farejadores.
Philip Chan
Siu-kau, do departamento de investigação de drogas da alfândega, disse ao SCMP
que esta foi a maior apreensão de cocaína de 2022, equivalente a quase um terço
do total do ano passado. A suspeita é de que parte da cocaína seria utilizada
no tráfico de drogas de Hong Kong e o restante seria enviado à Austrália, onde
a droga chega a valer cinco vezes mais.
Fonte: Folha.UOL
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