Foto: Reprodução TV Tribuna - Santos |
Eles
são suspeitos de negociar cargas de cocaína apreendidas em ações policiais com
a maior facção criminosa do país
Quatro
investigadores da Polícia Civil do Estado de São Paulo foram presos na manhã da
sexta-feira, dia 18/11, em operação realizada pela Corregedoria da Polícia
Civil (PC) em parceria com a Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do
Estado de São Paulo (MPESP), contra o tráfico de drogas e crimes contra
administração pública, em Santos, no litoral de São Paulo.
Um deles é o
ex-presidente do Santos Futebol Clube, Orlando Rollo. Segundo a Polícia Civil,
nos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele foi encontrado R$
70 mil em dinheiro vivo, que estava em um saco de papel no meio de diversas
roupas, aparelhos celulares, computadores e uma pistola Taurus, de uso
permitido.
Além deles,
segundo foi divulgado no “Programa Fantástico” da Rede Globo de Televisão, também
foram presos Joaquim Bonorino Filho, Marcelo Silva Paulo e Ricardo de Almeida
Razões, do 3º Distrito Policial de Santos.
Foto: Reprodução Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão |
Segredo de Justiça
Em nota, o MP-SP,
informou que o Gaeco “deflagrou a operação mirando no tráfico de drogas e em
crimes contra a administração pública, cumprindo seis mandados de busca e
apreensão e seis de prisão em Santos e São Vicente. Entre os presos por
determinação da Justiça paulista, estão os quatro policiais civis”.
Os investigadores
passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão temporária, válida por 30
dias, decretada pela Justiça. Eles foram encaminhados para a Polícia Civil, em
São Paulo.
De acordo com o
inquérito, foram apontados os crimes de associação criminosa, tráfico de
drogas, associação com tráfico e peculato.
Foi determinado o
bloqueio patrimonial de todos os investigados. Caso condenados, poderão cumprir
penas de 11 a 30 anos, além do pagamento de multa.
O órgão destacou,
ainda, que a investigação com a parceria da PF tramita em segredo de Justiça, e
que a Corregedoria da Polícia Civil presta auxílio à operação.
Investigação
De acordo com a
investigação, em agosto deste ano, os policiais oficializaram a apreensão de
168 kg da droga, escondida na cabine de um caminhão, na Ilha Barnabé, na margem
direita do Porto de Santos, no entanto, o volume de droga apreendida, segundo o
GAECO, seria de 958 kg, bem superior ao apresentado na delegacia.
Droga apreendida apresentada - Foto: Divulgação |
Apesar das
características de que o entorpecente teria como destino o mercado
internacional, na ocasião foi oficialmente informado que o destino da droga
seria o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, para a facção criminosa carioca “Amigo
dos Amigos” (ADA).
Defesa
A defesa dos
quatro afirmou que pedirá a revogação da prisão dos investigadores, Armando de
Mattos Júnior, alega que os clientes são inocentes. "São policiais
antigos, de boa conduta, conhecidos na comarca e são policiais trabalhadores
[...]. Pedimos que eles fossem ouvidos, até porque prisão serve para isso, para
oitiva e eles não foram ouvidos", disse após as prisões.
Armando de Mattos
ressaltou que vai pedir a revogação da prisão para o juiz da causa, que é quem
vai acompanhar o processo até o final.
"O conteúdo
estamos tomando pé agora, porque acabamos de juntar procurações e tivemos
acesso aos autos. O que eu posso esclarecer, de viva voz dos quatro policiais,
é que trabalharam em uma diligencia muito grande, realizaram uma apreensão de
uma quantidade de substância entorpecente elevada", pontuou.
Advogado seria intermediário
O advogado
criminalista João Manoel Armôa, que está preso desde setembro, conforme
apurado, é apontado pelo GAECO como a ponte entre os traficantes e os policiais
para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida.
O principal
cliente dele, que também está preso, é Vinicyu Soares da Costa, mais conhecido
como Evoc, apontado como líder da facção criminosa na região, preso na Operação Diamante.
Eugênio Malavasi,
que faz a defesa do advogado criminalista, informou à TV Tribuna ainda não ter
tido acesso aos autos do processo e, portanto, não pode comentar sobre o caso.
Em relação ao
processo contra o cliente, disse já ter entrado com três pedidos de habeas
corpus para a soltura de Armôa. O material é analisado pelo Tribunal Regional
Federal (TRF).
SAIBA MAIS: PF PRENDE ADVOGADO SUSPEITO DE ENVOLVIMENTO COM QUADRILHA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS
Segundo operação
Na quinta-feira
(17), um dia antes da prisão de Rollo, a PF havia realizado outra operação com
o mesmo objetivo: prender policiais, apontados de serem suspeitos de negociar
cargas de cocaína apreendidas em ações policiais.
Três policiais foram
presos e, também neste caso, o advogado Armôa seria o intermediário das
negociações.
SAIBA MAIS: PF PRENDE POLICIAIS CIVIS ACUSADOS DE DESVIAR 400 KG DE COCAÍNA DO PCC
Em abril, os três
investigadores presos teriam apreendido mais de 400 kg de cocaína e apresentado
apenas 26 kg à delegacia. A reportagem apurou que os agentes teriam liberado o
restante da carga aos criminosos por R$ 5 milhões.
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