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terça-feira, 29 de novembro de 2022

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INVESTIGADORES SÃO PRESOS POR SUSPEITA COM ENVOLVIMENTO NO TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS

Foto: Reprodução TV Tribuna - Santos

Eles são suspeitos de negociar cargas de cocaína apreendidas em ações policiais com a maior facção criminosa do país

Quatro investigadores da Polícia Civil do Estado de São Paulo foram presos na manhã da sexta-feira, dia 18/11, em operação realizada pela Corregedoria da Polícia Civil (PC) em parceria com a Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPESP), contra o tráfico de drogas e crimes contra administração pública, em Santos, no litoral de São Paulo.

Um deles é o ex-presidente do Santos Futebol Clube, Orlando Rollo. Segundo a Polícia Civil, nos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele foi encontrado R$ 70 mil em dinheiro vivo, que estava em um saco de papel no meio de diversas roupas, aparelhos celulares, computadores e uma pistola Taurus, de uso permitido.

Além deles, segundo foi divulgado no “Programa Fantástico” da Rede Globo de Televisão, também foram presos Joaquim Bonorino Filho, Marcelo Silva Paulo e Ricardo de Almeida Razões, do 3º Distrito Policial de Santos.

Foto: Reprodução Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão

Segredo de Justiça

Em nota, o MP-SP, informou que o Gaeco “deflagrou a operação mirando no tráfico de drogas e em crimes contra a administração pública, cumprindo seis mandados de busca e apreensão e seis de prisão em Santos e São Vicente. Entre os presos por determinação da Justiça paulista, estão os quatro policiais civis”.

Os investigadores passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão temporária, válida por 30 dias, decretada pela Justiça. Eles foram encaminhados para a Polícia Civil, em São Paulo.

De acordo com o inquérito, foram apontados os crimes de associação criminosa, tráfico de drogas, associação com tráfico e peculato.

Foi determinado o bloqueio patrimonial de todos os investigados. Caso condenados, poderão cumprir penas de 11 a 30 anos, além do pagamento de multa.

O órgão destacou, ainda, que a investigação com a parceria da PF tramita em segredo de Justiça, e que a Corregedoria da Polícia Civil presta auxílio à operação.

Investigação

De acordo com a investigação, em agosto deste ano, os policiais oficializaram a apreensão de 168 kg da droga, escondida na cabine de um caminhão, na Ilha Barnabé, na margem direita do Porto de Santos, no entanto, o volume de droga apreendida, segundo o GAECO, seria de 958 kg, bem superior ao apresentado na delegacia.

Droga apreendida apresentada - Foto: Divulgação

Apesar das características de que o entorpecente teria como destino o mercado internacional, na ocasião foi oficialmente informado que o destino da droga seria o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, para a facção criminosa carioca “Amigo dos Amigos” (ADA).

Defesa

A defesa dos quatro afirmou que pedirá a revogação da prisão dos investigadores, Armando de Mattos Júnior, alega que os clientes são inocentes. "São policiais antigos, de boa conduta, conhecidos na comarca e são policiais trabalhadores [...]. Pedimos que eles fossem ouvidos, até porque prisão serve para isso, para oitiva e eles não foram ouvidos", disse após as prisões.

Armando de Mattos ressaltou que vai pedir a revogação da prisão para o juiz da causa, que é quem vai acompanhar o processo até o final.

"O conteúdo estamos tomando pé agora, porque acabamos de juntar procurações e tivemos acesso aos autos. O que eu posso esclarecer, de viva voz dos quatro policiais, é que trabalharam em uma diligencia muito grande, realizaram uma apreensão de uma quantidade de substância entorpecente elevada", pontuou.

Advogado seria intermediário

O advogado criminalista João Manoel Armôa, que está preso desde setembro, conforme apurado, é apontado pelo GAECO como a ponte entre os traficantes e os policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida.

O principal cliente dele, que também está preso, é Vinicyu Soares da Costa, mais conhecido como Evoc, apontado como líder da facção criminosa na região, preso na Operação Diamante.

Eugênio Malavasi, que faz a defesa do advogado criminalista, informou à TV Tribuna ainda não ter tido acesso aos autos do processo e, portanto, não pode comentar sobre o caso.

Em relação ao processo contra o cliente, disse já ter entrado com três pedidos de habeas corpus para a soltura de Armôa. O material é analisado pelo Tribunal Regional Federal (TRF).

SAIBA MAIS: PF PRENDE ADVOGADO SUSPEITO DE ENVOLVIMENTO COM QUADRILHA DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS

Segundo operação

Na quinta-feira (17), um dia antes da prisão de Rollo, a PF havia realizado outra operação com o mesmo objetivo: prender policiais, apontados de serem suspeitos de negociar cargas de cocaína apreendidas em ações policiais.

Três policiais foram presos e, também neste caso, o advogado Armôa seria o intermediário das negociações.

SAIBA MAIS: PF PRENDE POLICIAIS CIVIS ACUSADOS DE DESVIAR 400 KG DE COCAÍNA DO PCC

Em abril, os três investigadores presos teriam apreendido mais de 400 kg de cocaína e apresentado apenas 26 kg à delegacia. A reportagem apurou que os agentes teriam liberado o restante da carga aos criminosos por R$ 5 milhões.


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