Um dos
pontos apontados é a necessidade da criação de canais seguros de comunicação, rede de
confiança e ferramenta de tráfego de informações, entre todos os cooperados
O representante
da Interpol no Brasil, Rodrigo Carnevale, e o Presidente da Comissão Nacional
de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), Del. Da
polícia Federal (PF), Marcelo João da Silva, planejam parcerias para a
realização de ações integradas para combater o tráfico internacional de drogas
nos portos brasileiros.
O estreitamento
da relação foi divulgado em uma Live, evento on-line, realizado pelo Comitê de
Segurança da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), realizada no
dia 11 de outubro, sobre cooperação interagências na proteção portuária.
Segundo
Carnevale, é necessária a “criação de canais seguros de comunicação, rede de
confiança e ferramenta de tráfego de informações, entre todos os cooperados,
para fortalecer a comunicação” e aumentar a segurança nos portos.
Segundo Marcelo
João, o tráfico de drogas é o crime mais comum no modal marítimo e está no foco
de todas as forças de segurança. Os órgãos de investigação têm aprimorado sua
atuação, para barrar a ousadia das organizações criminosas.
“Para que a droga
chegue ao porto, em vários momentos o aparato da segurança falhou antes. O
porto é a última linha de defesa em relação à questão criminal. Os números
provam que cada vez é crescente a apreensão de drogas”, afirmou Marcelo João.
“Hoje a gente
está enxergando uma nova metodologia de trabalho, incluindo a busca de [drogas]
em trabalho subaquático no casco do navio”, afirmou.
Alice Casanova,
mestre em estudos marítimos pela Escola de Guerra Naval, observou que o crime
organizado transnacional tem utilizado os portos internacionais como “portões”
de saída e entrada para o tráfico internacional de cocaína, além de armas,
mercadorias falsas ou contrabandeadas, entre outros ilícitos.
“A droga é
escondida dentro de containers de maquinários, eletrônicos, commodities e em
compartimentos dos navios”, disse.
Casanova falou
sobre a criação de redes de segurança, contando com diversos órgãos e agências.
“A rede de
segurança teria como objetivo promover a troca de informação e conhecimento
acerca da avaliação de ameaças do crime organizado, disseminar boas práticas de
segurança pública e fomentar a sinergia entre agências públicas e atores
privados a fim de fortalecer a cooperação interagências na proteção do ambiente
portuário”, explicou Alice.
De acordo com o
Presidente da Conportos, o desafio de ações por parte dos setores público e
privado é atuar com agilidade e flexibilidade, para responder à altura no
combate às organizações criminosas, que mudam seus formatos e modos de operação
constantemente.
O representante
da interpol no Brasil, ressaltou que agilidade e confiança são motivos de
sucesso da cooperação na Interpol, que reúne 195 países.
“Agilidade porque
precisa que as informações tramitem muito rápido. A gente consegue resposta de
um dia para o outro ou até no mesmo momento. A confiança entre países, por sua
vez, se fortalece nos encontros que a Interpol promove. A única coisa com a
qual a gente tem muito cuidado é em relação ao tráfego das informações, que ocorre
em rede segura, separada e privada”, disse.
Rodrigo Carnevale, da Interpol e Marcelo João da
Conportos concordam que ações integradas, ágeis e flexíveis, entre os setores
públicos e privado, são imprescindíveis no combate ao crime organizado, que tem
encontrado barreiras no sistema portuário devido ao grande número de apreensões
de drogas que seriam traficadas para outros países.
Participantes
Também participaram do evento o diretor-presidente da
ATP, Murillo Barbosa; e o coordenador do comitê de Segurança da entidade,
Roberto Almeida, que é representante da Vale.
De acordo com Barbosa, a discussão sobre a cooperação na
proteção portuária reforça o compromisso da ATP de atuar em defesa de políticas
públicas que colaborem para o desenvolvimento e a segurança do segmento.
Acesse a Live gravada em: https://youtu.be/jUXv2JbBB5c
Clique Aqui e acesse a apresentação da Alice Casanova,
mestre em estudos marítimos pela Escola de Guerra Naval.
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