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GUARDA PORTUÁRIA LOCALIZA MAIS UM PROCURADO PELA JUSTIÇA NO PORTO DO RIO

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terça-feira, 11 de outubro de 2022

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FORAGIDO, ANDRÉ DO RAP TEM PRISÃO DECRETADA POR COMPRA DE CASA DE R$ 22 MI

 

O imóvel foi registrado em nome de uma ajudante-geral dele. Em 2019, ele foi preso em outra mansão em Angra dos Reis, alugada por R$ 20 mil mensais

O traficante internacional de drogas André Oliveira Macedo, 45, conhecido como André do Rap, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foragido da Justiça de São Paulo há dois anos, também é procurado pela Justiça do Rio de Janeiro.

O Ministério Público fluminense o denunciou pelo crime de lavagem de dinheiro, mas o caso só veio a público agora. O narcotraficante é acusado de ter adquirido uma mansão avaliada em R$ 22 milhões, segundo a polícia, em um luxuoso condomínio em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio.

O imóvel, no entanto, foi registrado em nome de uma ajudante-geral dele de 36 anos. Ela também foi denunciada. Em uma ação judicial em São Paulo, a mulher diz morar em uma casa humilde na Favela México 70, na Vila Margarida, em São Vicente, na Baixada Santista.

As investigações apontam que a escritura da casa milionária adquirida por André do Rap foi lavrada no nome da ajudante-geral no 1º Ofício de Justiça do Cartório de Registro de Imóveis de Angra. A mansão fica em um condomínio na alameda Caieirinha.

A defesa de André do Rap nega o envolvimento dele com o crime (leia abaixo).

A promotora de Justiça de Angra dos Reis, Carolina Motta da Cunha Gonçalves Wienskoski, solicitou à Justiça a prisão preventiva de André do Rap, em 13 de setembro de 2021, mas o pedido foi indeferido. Esta coluna publicou, a princípio, erroneamente, que a preventiva havia sido decretada. O processo corre em sigilo na 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Em setembro de 2019, policiais civis de São Paulo prenderam André do Rap em uma outra mansão em Angra dos Reis, alugada por R$ 20 mil mensais. Os agentes apreenderam um helicóptero avaliado em R$ 7 milhões, um barco de 60 pés de R$ 6 milhões, além de dois jet skis e veículos de luxo.

André do Rap é apontado pela Polícia Federal como responsável por remessas de toneladas de cocaína para a Europa via Porto de Santos. As suspeitas são de que, mesmo foragido, ele continua comandando o narcotráfico. A droga é procedente da Bolívia e Colômbia.


Foragido após STF liberá-lo

O narcotraficante ficou preso até 10 de outubro de 2020, quando deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um forte reduto do PCC, pela porta da frente. Ele saiu livre graças a um habeas corpus concedido pelo então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.

No entendimento do ministro Mello, o traficante internacional de drogas estava preso há muito tempo sem condenação definitiva e, por esse, motivo, devia ser solto.

Oito horas após ser colocado em liberdade, André do Rap teve o alvará de soltura cassado pelo ministro Luiz Fux, à época presidente do STF. Assim que saiu da prisão, o criminoso forneceu como endereço uma casa no Guarujá, na Baixada Santista. Porém, ele tomou rumo desconhecido.

O foragido é condenado a 15 anos e 6 meses por tráfico. A caçada ao narcotraficante pela polícia paulista já dura dois anos.

Para o Ministério Público do Estado de São Paulo, André do Rap está na Bolívia com comparsas do PCC. Outros agentes dizem que ele está escondido no Brasil.

O que diz a defesa

Os advogados Áureo Tupinambá e Anderson dos Santos Domingues disseram que André do Rap é inocente de todas as acusações. Segundo os defensores, as nulidades da Operação Oversea, deflagrada pela PF em 2014, que culminou com a condenação de André do Rap, serão demonstradas no curso do procedimento penal.

Os defensores sustentaram também que a inocência do cliente será definitivamente comprovada e ressaltaram que ele não tem qualquer relação com os bens apreendidos nem com a casa milionária de Angra dos Reis.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados da ajudante-geral, mas publicará a versão deles na íntegra assim que houver um posicionamento.

Fonte: Josmar Jozino/UOL


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