A
cocaína pura foi adquirida na Colômbia e estava guardada em um depósito no
Guarujá, na Baixada Santista
O consórcio de
drogas de André Oliveira Macedo, 43, o André do Rap, e Anderson Lacerda
Pereira, 41, o Gordão, ambos foragidos da Justiça, sofreu um prejuízo de R$ 80
milhões em agosto deste ano, quando ladrões roubaram duas toneladas de cocaína
dos dois narcotraficantes. A cocaína pura foi adquirida na Colômbia e estava
guardada em um depósito no Guarujá, na Baixada Santista. A intenção deles,
apontados pela polícia como integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital),
era exportar a droga para a Antuérpia, na Bélgica, via Porto de Santos,
escondida em contêiner.
De acordo com
policiais ouvidos pela coluna e que pediram anonimato, informantes revelaram o
esconderijo para policiais corruptos. Dois homens tidos como traidores do
consórcio, conhecidos pelos apelidos de Índio e Marinho, estão desaparecidos.
Setores das forças de segurança acreditam que ambos estejam mortos.
Não houve
registro oficial de apreensão nem de sumiço da droga. Porém, André do Rap e
Anderson Gordão, ambos possivelmente escondidos em Santa Cruz de La Sierra, na
Bolívia, estão cobrando a dívida. O roubo da cocaína gerou enorme tensão no
litoral paulista.
Também não há
informações sobre registro de boletim de ocorrência sobre os dois delatores
sumidos. Em redes sociais, uma jovem loira, bonita, se despede do namorado e
lamenta estar sentindo muita dor por causa da perda dele.
Um vídeo
mostrando traficantes colocando uma espécie de selo de qualidade da cocaína
pura, ou seja, autenticando o código do consórcio da cocaína, circula em
aparelhos de telefone celular de criminosos As imagens não mostram rostos, só
mãos dos envolvidos.
Segundo
policiais, André do Rap é respeitado entre os narcotraficantes europeus por
causa da qualidade e da pureza (95%) da cocaína que costuma exportar para
diversas cidades do Velho Continente, via portos, especialmente Bélgica,
Espanha e Itália.
Sócios e foragidos
André do Rap está
foragido desde outubro do ano passado, quando saiu da Penitenciária 2 de
Presidente Venceslau (SP) pela porta da frente, graças a um habeas corpus
concedido pelo então ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal
Federal).
No dia seguinte,
o próprio STF cassou o alvará de soltura do narcotraficante. No documento
assinado, ele forneceu como endereço um imóvel na Baixada Santista. Porém foi
de carro para o Paraná e desapareceu.
Dono de 38
clínicas médicas e odontológicas, em São Paulo, Anderson Gordão, sócio de André
do Rap, tem contra ele um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara de Crimes
Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
Fontes policiais
afirmam que ele tem um patrimônio de R$ 130 milhões e também é proprietário de
um hospital para cuidar de integrantes do PCC baleados em confrontos e possui
ainda um pequeno zoológico na cidade de Santa Isabel (SP).
Anderson
planejava abrir clínicas em Recife. O filho adotivo dele, Renato da Silva
Bustamante de Sá Júnior, 29, é acusado de ter administrado os negócios do pai
na capital pernambucana, onde foi preso por agentes federais no dia 29 do mês
passado em um apartamento de luxo.
Anderson dos Santos
Domingues e Áureo Tupinambá, advogados de André do Rap, disseram que o cliente
é inocente de todas as acusações e que as nulidades da Operação Oversea, na
qual ele foi condenado a 15 anos por tráfico internacional, serão demonstradas
no curso do procedimento criminal.
A defesa de
Anderson Gordão afirma que ele também é inocente, jamais integrou organização
criminosa, não praticou lavagem de dinheiro e que as clínicas que possui são da
família dele e operam licitamente há mais de 10 anos.
Fonte: UOL
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