Parte
dela foi enviada através do Porto de Santos
Um tribunal de
Rennes, no noroeste da França, condenou na última quinta-feira (21) sete
homens, entre eles dois estivadores, as penas de quatro a dez anos de prisão
por tráfico de cocaína da América Latina em contêineres, parte dela foi enviada
através do Porto de Santos.
Os condenados
realizaram operações de tráfico de cocaína. Entre 2017 e 2020, foram
apreendidos 336 kg da droga no Porto de Montoir-de-Bretagne, próximo a Nantes,
no oeste da França, cujo valor de venda ultrapassa os € 16 milhões (mais de R$
100 milhões), segundo o Ministério Público.
Estas remessas,
relativamente baixas em comparação com as 9 toneladas de cocaína apreendidas
pela alfândega em 2020, correspondem a uma vontade dos traficantes de
encontrarem "vias secundárias" para chegar ao mercado europeu,
através de portos menos vigiados que os de Antuérpia (Bélgica) ou de Roterdã (Holanda).
Cocaína passava por Guadalupe e Martinica
A droga da
América Latina passava por Guadalupe e Martinica, territórios franceses no
Caribe, a caminho de seu destino: a região de Paris.
Dois estivadores
foram presos em flagrante em outubro de 2019, quando entregavam 140 kg de
cocaína, com alto grau de pureza a intermediários.
Um dos detidos
foi Damien Lorcy, estivador de 35 anos, filho de Thierry Lorcy, de 56 anos, e
chefe do clã que leva seu sobrenome. Esse grupo, que faz cumprir sua lei por
meio de intimidações e ameaças, foi citado na primeira sessão do julgamento.
Julgamento
Todos os acusados
foram condenados e as penas pronunciadas foram parecidas às requeridas pelo
Ministério Público. Damien Lorcy pegou sete anos de prisão, um a menos que o
requerido pelos promotores.
Ele disse durante
o julgamento que era a primeira vez que fazia uma entrega. "Cento e
quarenta quilos para uma primeira entrega?", perguntou ironicamente o
promotor.
"Acho que é
uma condenação muito severa para alguém que delinquia pela primeira vez e não
tinha antecedentes criminais", declarou à AFP sua advogada Fathi
Benbrahim, que cogita recorrer da sentença.
Outro estivador,
Joël Loiseaux, de 48 anos, recebeu quatro anos de prisão, dois deles em
condicional.
O tribunal de
Rennes julgou dez pessoas, e decidiu processar posteriormente três réus por
motivos processuais, incluindo Thierry Lorcy.
Os réus, entre
estivadores, intermediários, traficantes e remetentes de cocaína das Antilhas,
têm entre 32 e 56 anos. Um deles, de 41, está foragido.
Investigação
A investigação do
caso começou em maio de 2017, após a apreensão no Porto de Santos, no sudeste
do Brasil, de 690 kg de cocaína em um contêiner frigorífico destinado ao Porto de Montoir-de-Bretagne.
Segundo os
investigadores, a mercadoria era contrabandeada mediante a técnica de
"rip-off", que consiste em introduzir a cocaína em mochilas ou outros
recipientes, que são carregados em um contêiner regular.
O tráfico era
feito às escondidas de empresas com boa reputação ou com a cumplicidade de
companhias criadas para tal fim, segundo o Ministério Público de Rennes.
Assim que o navio
chegava ao porto, os estivadores recolhiam a cocaína e a substituíam por outro
objeto no contêiner, evitando assim a fiscalização aduaneira. Em seguida,
entregavam a droga aos intermediários.
No total, 336 kg
foram apreendidos em Montoir-de-Bretagne entre junho de 2017 e abril de 2020.
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