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terça-feira, 13 de abril de 2021

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PF PARTICIPA DA OPERAÇÃO TRIGGER VI PROMOVIDA PELA INTERPOL

 

Ação contou com a participação de 13 países sul-americanos, resultando na prisão de 3.487 pessoas no Brasil

A Polícia Federal (PF) participou, entre os dias 08 e 28 de março, da Operação Trigger VI, com o objetivo de combater o tráfico internacional de armas de fogo e outros crimes relacionados. A ação foi promovida pela Interpol e contou com a participação de seus 13 países-membros na América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, França (Guiana Francesa), Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela).

Durante três semanas, a Operação Trigger VI possibilitou a prisão de suspeitos em todos os 13 países sul-americanos, com cerca de 200.000 armas de fogo ilícitas, peças, componentes, munições e explosivos recuperados.

Centenas de milhares de pessoas e veículos, foram revistados em locais suspeitos e nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas da região.

Coordenada pela INTERPOL e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a operação conjunta permitiu que a polícia, as alfândegas, os serviços de fronteira e do Ministério Público trabalhassem juntos, realizando cerca de 10.000 verificações nos bancos de dados da INTERPOL para rastrear armas de fogo ilegais e identificar possíveis ligações com organizações crime.

Brasil                                                   

A operação no país foi coordenada com o apoio da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, das Polícias Civis e Militares dos 27 estados da Federação. Também participaram das atividades operacionais a Receita Federal do Brasil (RFB), Exército e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A participação foi considerada bastante expressiva, tendo resultado, no país, na apreensão de 3.961 armas de fogo, 41.335 munições e 19.478 kg de drogas, além de em 3.487 prisões.

As forças policiais dos 27 estados brasileiros e a Polícia Federal (PF), do Brasil confirmaram a ligação clara entre o tráfico de armas de fogo e a fraude, incluindo a venda de armas falsificadas entre gangues.

No município de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, foram apreendidas 62 armas, em um estabelecimento comercial que vendia armas e munições sendo 58 curtas e uma longa, em situação ilegal, o que resultou na prisão em flagrante do responsável pelo estabelecimento.

As investigações continuam em toda a região. Veja os resultados iniciais e destaques da operação em outros países:

Bolívia

Destruição de 27 laboratórios de cocaína em toda a Bolívia, incluindo um em uma reserva na região do Gran Chaco, na fronteira com o Paraguai, com uma pista camuflada para pequenos aviões e sofisticados sistemas de telecomunicações.

Resgate de 33 supostas vítimas de tráfico de pessoas, supostamente do Haiti, durante operação com armas de fogo no terminal de ônibus de La Paz.

Uruguai

Prisão uruguaia de membros de uma gangue que usava as redes sociais para promover a violência ao postar fotos suas exibindo armas ilegais.

Perú

Apreensão no Peru de grande quantidade de munições procedentes da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai e prisão de dois fugitivos procurados pelos Estados Unidos, objeto dos avisos vermelhos da INTERPOL por crimes graves de drogas. Em Lima, especialistas em explosivos interceptaram e recuperaram granadas não detonadas em uma praça pública, além de um chumbo trocado durante as operações.

Chile

Detenção chilena de um cidadão colombiano procurado por meio de um aviso vermelho da INTERPOL por tráfico de armas de fogo e crimes graves de drogas.

Detecção da venda ilegal de 90.000 peças de munição, e as investigações devem levar a prisões nos próximos dias.

Armas de fogo

“As armas de fogo representam uma ameaça muito séria à segurança e estabilidade da América do Sul. É por isso que a cooperação transnacional de várias agências é essencial para identificar e desmantelar o crime organizado e os grupos terroristas envolvidos”, disse o secretário-geral da INTERPOL, Jürgen Stock.

“A Operação Trigger VI viu milhares de armas ilícitas serem retiradas das mãos de criminosos e é um testemunho do compromisso da aplicação da lei sul-americana, apesar dos desafios de uma pandemia global”, acrescentou o Secretário-Geral Stock.

Com o tráfico de armas de fogo intrinsecamente ligado a uma ampla gama de outros crimes graves, os resultados também incluíram:

  • Apreensão coletiva de mais de 21 toneladas de cocaína, maconha e precursores químicos.
  • Investigações lideradas por inteligência       . Os países visaram suspeitos, redes e locais com base na inteligência coletada antes da operação.

Oficiais de 13 países verificaram simultaneamente as armas de fogo no banco de dados iARMS da INTERPOL para determinar se as armas foram relatadas como perdidas, roubadas, traficadas ou contrabandeadas. Com mais de um milhão de registros, o iARMS permite a identificação de padrões de tráfico de armas de fogo e rotas de contrabando.

“Ao fornecer treinamento e promover a cooperação como parte da Operação Trigger VI, o UNODC teve o prazer de apoiar as respostas dos sistemas de justiça criminal da América do Sul ao tráfico de armas de fogo e suas ligações com o crime organizado. Isso está de acordo com o papel do nosso Escritório como guardião da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e seu Protocolo de Armas de Fogo, os únicos instrumentos juridicamente vinculativos que abordam o crime organizado transnacional e o tráfico ilícito de armas de fogo em nível global”, disse a Diretora Executiva do UNODC, Ghada Waly.

“É vital para o UNODC e a INTERPOL unirem forças para garantir que os países desenvolvam a capacidade e as ferramentas para enfrentar o tráfico de armas de fogo tanto no terreno quanto em tribunal”, acrescentou o Diretor Executivo do UNODC.

O treinamento pré-operacional oferecido em conjunto pela INTERPOL e UNODC garantiu que os oficiais e promotores tivessem as habilidades necessárias para detectar, identificar, investigar e processar crimes com armas de fogo de forma holística, com cada arma de fogo considerada como parte de um esquema mais amplo e conectado.

A Operação Trigger VI possibilitou às autoridades peruanas apreenderem grandes quantidades de munições vindas da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai

A União Europeia financia operações Trigger e a base de dados iARMS, a única base de dados global de armas de fogo ilícitas.



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