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terça-feira, 23 de julho de 2019

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CAMINHONEIRO PEGA 9 ANOS APÓS SER FLAGRADO COM 100 KG DE COCAÍNA QUE SERIAM ENVIADOS À EUROPA



Flagrante ocorreu no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Motorista transportava droga escondida em contêiner com sacas de café. Destino da carga era a França.
O caminhoneiro Edmilson Quirino Pereira, de 29 anos, foi condenado pela Justiça Federal a nove anos e quatro meses de prisão por tráfico internacional de drogas. Ele foi flagrado com um carregamento de 126 kg de cocaína escondidos em um contêiner que seria despachado pelo Porto de Santos, no litoral de São Paulo, para a França, na Europa.
A apreensão ocorreu em fevereiro por uma equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) na margem direita do porto, depois de apuração durante quase um mês sobre possível ação do narcotráfico. O caminhão foi localizado pelos policiais, que o escoltaram até a sede da unidade na capital paulista, onde a droga foi encontrada.

A defesa do caminhoneiro tentou convencer a polícia e depois a justiça que ele não tinha qualquer envolvimento no crime e que não sabia que dentro do contêiner com café também havia cocaína escondida. Entretanto, conversas via aplicativo de mensagens do celular de Edmilson evidenciaram que ele tinha participação na ação ilícita.
"De acordo com a análise das conversas ilustradas no referido laudo pericial, é possível acompanhar a ação de quadrilha, realizada para o transporte de cocaína de forma bem articulada e estruturada, que inclusive contava com o apoio de batedor conduzindo motocicleta", disse na sentença o juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos.
Segundo Lemos, as mensagens sustentam as provas colhidas no flagrante para evidenciar o envolvimento do caminhoneiro com uma organização que atua no narcotráfico internacional. "[O réu] Tinha pleno conhecimento de estar atuando de forma ilícita, realizando transporte da significativa quantidade de droga que restou apreendida", escreveu.
O advogado Fábio Gama Leite, que defende o caminhoneiro, afirma que o cliente é inocente e que ele não tinha qualquer conhecimento sobre a droga escondida no contêiner que transportava, pois não participou do carregamento. O defensor disse também que não concordou com a pena, considerada por ele elevada, e que vai recorrer da decisão.
Procedimentos suspeitos

Ainda na sentença, o juiz mencionou outras apreensões feitas pela equipe do DEIC em região portuária da cidade e relembrou que em todas, os policiais encaminharam os respectivos flagrantes à unidade na capital paulista, distante mais de uma hora do cais. Ele afirmou que em Santos há delegacias da Polícia Civil especializadas, além da Polícia Federal.
"Nos precedentes citados, assim como se verifica na espécie, foram apreendidos lotes de cocaína em quantidades muito inferiores as que são usualmente apreendidas pela Receita Federal pela Polícia Federal de Santos-SP, ocorrendo o encaminhamento dos veículos, unidades de carga e motoristas à sede do Deic na capital", escreveu o juiz.
O magistrado referiu-se a ações que envolviam o transporte de cocaína em cargas de café de Minas Gerais, como o ocorrido pelo motorista condenado. "Creio que esses fatos por certo deverão merecer a devida atenção do Ministério Público Federal", escreveu o juiz. Ao G1, o MPF disse que não vai comentar, por ainda não ter sido notificado da decisão.
Flagrante
O caminhão saiu de Varginha, em Minas Gerais, com destino ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O contêiner com café era destinado ao porto de Le Havre, na França, e seria embarcado em um navio atracado no cais. A intercepção do veículo ocorreu em uma via da região portuária, fora do terminal, mas já em área de jurisdição federal.
As informações obtidas pelo DEIC indicavam que uma organização criminosa tentaria introduzir em São Paulo armamentos e drogas. Para isso, usariam um contêiner de exportação de café para esconder o material ilícito. A equipe, durante a apuração de denúncia, obteve a cor e a numeração estampada no depósito de transporte de carga.
Na ocasião, por meio de nota, a MSC, proprietária do contêiner apreendido, informou que a carga transportada até o complexo portuário em Santos não era de responsabilidade da companhia. "Aparentemente foi utilizada a técnica rip-on/rip-off, na qual a droga é introduzida sem o conhecimento do dono da carga", informou a empresa.



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