Projeto quer monitorar embarcações, mas acompanhamento de
pequenos barcos durante a madrugada ainda depende de aporte
Uma
das portas de entrada para fuzis e drogas no Rio de Janeiro, a Baía de
Guanabara ganhou as atenções da Marinha. A Força espera até dezembro concluir o
sistema de monitoramento de toda a região, o que permitirá acompanhar e abordar
toda embarcação que tiver um percurso considerado suspeito.
A
Baía de Guanabara é o início do programa que pretende implantar, em todo em
todo o país, o chamado Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). O
projeto foi planejado para monitorar a movimentação de embarcações em toda a
costa brasileira e até os rios como da Amazônia e do Pantanal. O custo inicial
para a Baía de Guanabara é de R$ 3,5 milhões.
O
programa foi testado durante a Olimpíada de 2016 e agora volta a ser utilizado,
podendo auxiliar a intervenção federal no Rio. Assim, a Marinha quer passar a
agir preventivamente não apenas em ações de Defesa, mas também, na Segurança
Pública.
"A
Intervenção no RJ conta com essa ferramenta de monitoramento para combater o
crime organizado. Por isso, o sistema é tão importante e deve ser
ampliado", explicou o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, que
visitou o 1º Distrito Naval no Rio no dia 15 deste mês e conheceu o programa.
Até
agora, a Marinha implantou 70% do projeto na Baía de Guanabara. Um aporte deve
possibilitar que a Força cubra um dos pontos que dependem de investimento para
se desenvolver: o monitoramento noturno de pequenas embarcações.
"À
noite, de madrugada, há um trânsito grande de pequenas embarcações, sem
registro e que se confundem com barcos de pesca. Tudo isso dificulta a
detecção", afirmou o contra-almirante Alexandre Dias da Cruz, subchefe de
Operações do Comando de Operações Navais da Marinha no RJ.
Seria
possível detectar casos como do pequeno barco de traficantes que deixou o
Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e seguiu até a Urca para recuperar as
armas do ataque ao Morro do Babilônia, no dia 11 do mês passado. A Polícia
Civil apreendeu, na ocasião, fuzis, granadas e pistolas.
A
implantação de câmeras de visão noturna significa um aumento no custo do
programa, ainda sem previsão de investimento nesta direção.
Atualmente,
o sistema acompanha a movimentação de grandes embarcações ou de pesqueiros que
trafeguem pela Baía de Guanabara durante o dia.
Todas
elas possuem um sistema, AIS (sigla em inglês para “Sistema de Identificação
Automático”), de uso obrigatório. Através dele, uma sala de comando na sede da
Marinha no Centro do Rio recebe mensagens com a rota, nome e até distância
entre elas.
Além
do radar, ainda há um controle por câmeras espalhadas em diferentes pontos da
Baía de Guanabara. O setor já funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.
Na
quinta-feira (28), o G1 acompanhou a simulação da abordagem a uma embarcação
com drogas detectada pelo sistema e como atuaria a Força Armada numa situação
dessas.
A
abordagem seria feita pelos chamados MECs (mergulhadores de combate), unidade
especializada da Marinha, em barcos blindados. A ação pode ser realizada apenas
pela Força com o auxílio de outra instituição, como a Polícia Federal ou pela
Receita.
"A
ideia do projeto é que a gente saia do acompanhamento do que acontece para o
controle", explicou o capitão de fragata Rodrigo Padilha, da Divisão de
Sistemas e responsável pelo projeto desde 2009.
Fonte: G1
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