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terça-feira, 13 de março de 2018

QUADRILHA PRESA COM FUZIS FAZIA ESCOLTA DE CHEFE DE FACÇÃO EM SP





Entre os presos está o motorista de caminhão que efetuou disparos de fuzil contra a viatura da Guarda Portuária

Polícia Civil investiga três homens flagrados com fuzis e munição restrita, em Guarujá, no litoral de São Paulo, que faziam a escolta de um integrante de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do estado. A quadrilha foi presa e é suspeita de participar de um esquema de tráfico internacional de drogas.
O flagrante ocorreu na noite de domingo (11), na Avenida Leomil, na região central da cidade. Policiais militares suspeitaram do condutor de um veículo com vidros escuros e fizeram a abordagem. O motorista desembarcou já com um fuzil na mão, houve troca de tiros e ele acabou ferido. Outros dois carros também foram revistados.

Diversas equipes da PM foram mobilizadas após localização de suspeitos (Foto: Reprodução)

Na ocasião, foram presos o barbeiro Jean Henrique Baraçal Silva, de 27 anos, o autônomo Thiago da Silva Rocha, de 29, o também autônomo Vinicyus Soares da Costa, de 28, e o eletricista Anderson dos Santos Nunes, de 38. Segundo a polícia, todos possuem passagem criminal, por roubo, furto e ainda tráfico de drogas.
Aos policiais militares, Vinicyus, contra quem já havia uma ordem de prisão por furto de caixa eletrônico, afirmou que integrava uma facção criminosa de São Paulo. A informação foi confirmada mais tarde pela Polícia Civil, quando a quadrilha foi apresentada na Delegacia Sede para registro da ocorrência.
"Pela configuração do fato, acreditamos que esse suposto integrante da facção era escoltado pelos demais. Ele tinha ido a uma festa naquela região e, pelo deslocamento, aparentemente teve um apoio de segurança, o que leva a crer que seja uma figura muito importante", afirma o delegado Marco Antonio do Couto Perez.
Todos, segundo a polícia, declaradamente vivem no Distrito de Vicente de Carvalho, distante da área do flagrante. Com eles, além de dois fuzis, foi encontrada munição, uma pistola, carregadores de diversos calibres, celulares e joias. Com o integrante da facção, também estavam mais de R$ 8 mil em dinheiro.

Polícia apreendeu relógios e dinheiro em espécie com a quadrilha (Foto: Divulgação/PM)

"Mesmo diante de toda a situação dessa facção, é premeditado afirmar que esse Vinicyus seja um eventual novo chefe desse grupo no litoral de São Paulo. Mesmo assim, investigamos o que cada um estava fazendo naquela noite, com todo aquele aparato", explica o delegado, que é titular do Distrito Policial Sede da cidade.
Desde a execução de Wagner Ferreira da Silva, de 32 anos, o Cabelo Duro, em fevereiro, a polícia tenta descobrir quem assumiu o lugar deixado por ele na chefia da facção na Baixada Santista. Um homem, considerado parceiro dele, Abiá Santos do Nascimento, de 40, foi preso após fugir para o Paraná, uma semana depois.
"O que sabemos é que esse grupo participava de ações do tráfico internacional de drogas e utilizava o Porto de Santos [para o envio de grandes carregamentos de cocaína a outros países por navios]", finalizou o delegado. Os quatro foram enquadrados por porte ilegal de arma e munição, uso de documento falso e associação criminosa.
Tráfico internacional

Anderson dos Santos Nunes foi flagrado entrando no Porto de Santos, SP (Foto: Divulgação) 

Entre os presos, Anderson dos Santos Nunes já foi identificado como o motorista de caminhão que participou de uma tentativa de esconder cocaína em um contêiner armazenado em um terminal na Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá. Na fuga, ele ou uma pessoa que o acompanhava na cabine do veículo efetuou disparos de fuzil.
Anderson e um comparsa, até então não identificado, foram localizados por guardas portuários em área restrita da instalação. A suspeita é de que eles colocariam grande quantidade de cocaína em uma carga com destino à Europa. Ao notarem o monitoramento, fugiram em alta velocidade e estouraram o portão do terminal.
A prisão da quadrilha chamou a atenção da Polícia Federal, que acompanha o desenrolar do caso junto à Polícia Civil. Apesar da linha inicial de investigação apontar para eventual escolta, os policiais ainda avaliam a possibilidade de o grupo ter sido desmantelado antes de fazer o transporte de grande quantidade de entorpecente.
Fonte: G1 Santos


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