Contrato de R$ 4,3
milhões.
No
dia 02 de outubro de 2014, o Governo Federal, através da Portaria 350 da
Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), publicada em Diário
Oficial da União, garantiu que a Guarda Portuária não poderia ser terceirizada.
A medida tinha como abrangência todo o território nacional.
Mesmo
ciente desta legislação, a direção da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (APPA), desde quinta-feira (7), passou a trocar integrantes da Guarda
Portuária por vigias da empresa curitibana ONDREPSB Limpeza e Serviços
Especiais Ltda.
O
contrato assinado no dia 6 de novembro garante à empresa terceirizada um
faturamento de R$ 4.357.227,83 pelo prazo de dois anos e mais 180 dias a partir
da assinatura do contrato. Isto resultará em R$ 181.551,15 ao mês recebido pela
ONDREPSB.
Pelo
contrato, a empresa fará serviço de controle administrativo de acesso a pessoas
e veículos nas áreas de instalações da Appa, credenciamento de veículos,
usuários e visitantes, funções que são exercidas, por força de lei, pela Guarda
Portuária, atendendo o que determina o ISPS Code - Código Internacional para
Segurança de Navios e Instalações Portuárias. O ISPS Code é uma norma
internacional de segurança para controle de acessos e monitoramento.
Para
implantar as normas do ISPS Code, a empresa estatal investiu R$ 4 milhões com
recursos próprios na instalação dos equipamentos exigidos e aplicação de
procedimentos que promovem, por exemplo, o porto a ser o pioneiro no controle
de acesso de pessoas por identificação biométrica.
Na
quinta-feira, um comunicado do Chefe da Guarda Portuária, Flávio José Correia,
informou da terceirização da área de segurança com a empresa assumindo o Portão
2 – Ogmo, com dois vigias atuando 24 horas e mantendo apenas a presença de um
guarda portuário no local. Coube ao terceirizado observar, vigiar, fazer a
primeira abordagem e intervenção e comunicar o guarda portuário. Este, por sua
vez, terá que exercer sua função.
Assembleia da categoria
Diante
da troca de guardas portuários por vigias nos postos de trabalho no terminal
portuário, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários do Paraná
(Sintraport), Gerson do Rosário Antunes, o Gerson Bagé, interrompeu suas férias
e participou de uma assembleia da categoria realizada na sede sindical do
Sindicato dos Bancários de Paranaguá na mesma quinta-feira, quando a Ondrepsb
começou a trabalhar.
O
dirigente sindical disse que existe um processo na Polícia Federal a respeito
da tentativa de terceirização da Guarda Portuária e que a Appa só conseguiu a
brecha para contratar a Ondrepsb por conta de uma burocracia judicial, gerada
pelo Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do
Trabalho.
Disse
ainda que a administração portuária já se encontra irregular diante do ISPS
Code pela falta de armamento na corporação e que já pediu providências sobre
esta situação junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Na
reunião, Gerson Bagé disse que para acabar com esta situação de terceirização
da área de segurança, o Sintraport irá entrar com uma ação na justiça pedindo a
anulação do TAC.
O
presidente garantiu que esta ação de anulação do TAC será feita com pedido de
liminar, no máximo, até sexta-feira (15).
Bagé
disse ainda que no dia 18 do mês passado, o sindicato entregou para a direção
da Appa a composição do novo quadro da empresa e nele consta a corporação da
Guarda Portuária.
A Portaria 350
Vale
lembrar que o texto da Portaria 350, além de não revogar portaria anterior
(n°121), tem no artigo 2° a seguinte redação “A administração do porto, na
qualidade de autoridade portuária, deverá estabelecer, na sua estrutura
organizacional, diretamente subordinada ao seu dirigente máximo, unidade
administrativa encarregada de organizar, gerenciar e supervisionar os serviços
de segurança portuária”.
A
publicação da portaria trouxe maior tranquilidade para a Guarda Portuária de
todo o país. No Paraná, este ano, a corporação completará 29 anos de criação no
dia 24 de setembro. Em 2014, durante as comemorações de 27 anos de atividade,
fizeram-se várias referências ao risco da terceirização.
No
Estado, o efetivo atual, de 106 guardas, foi contratado por concurso público
pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Entretanto, na
nova Lei dos Portos, a 12.815/2013, colocava a necessidade da regulamentação
(como a que foi publicada) e até então existia a “lacuna” na lei que podia
levar a terceirização dos serviços.
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COMENTÁRIOS
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A POUCA VERGONHA CONTINUA.
ResponderExcluirGP ALEXANDRE - ES
PERSEVERANÇA COMPANHEIROS DA APPA. COM DEUS À FRENTE A VITÓRIA É CERTA.
ResponderExcluirCILENO BORGES