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domingo, 27 de julho de 2014

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MÉDICO DE SANTOS LIGADO A TRÁFICO INTERNACIONAL



Preso desde 11 de novembro de 2013, quando foi autuado em flagrante pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico, o médico Frederico Chamone Barbosa da Silva, de 33 anos, é uma das 43 pessoas denunciadas nesta semana pelo Ministério Público Federal (MPF), acusado de integrar a mega quadrilha que utilizava o Porto de Santos para remeter cocaína boliviana para Cuba e países da Europa e da África.
Vinculado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), o bando foi desmantelado pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Oversea. Desde maio de 2013, ele teve 3,7 toneladas de cocaína interceptadas em Santos e no exterior. Para a consumação do narcotráfico internacional, a organização criminosa introduzia malas com droga em contêineres a serem embarcados em navios que zarpavam do porto santista.
A prisão em flagrante do médico não decorreu da Oversea, mas de uma apuração autônoma realizada pela Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de Santos. Na realidade, os policiais da especializada da Polícia Civil desconheciam a operação da PF e, consequentemente, que Frederico era um dos seus alvos. Com a captura desse acusado, a Polícia Federal requereu cópia do flagrante para reforçar o dossiê que já realizava contra ele.
Monitoramento
As investigações da DISE se desenvolveram por aproximadamente três meses e contaram com o monitoramento de conversas telefônicas autorizadas pela Justiça. Frederico foi abordado na Avenida Conselheiro Nébias, próximo à Rua João Pessoa, no Centro de Santos, e em seu carro os policiais civis apreenderam anotações relacionadas à venda de drogas feitas em receituários usados nas unidades de saúde nas quais o médico trabalhava na época.
Frederico era acompanhado por mais dois homens e uma mulher, que também foram presos em flagrante. Nas residências dos acusados havia 1.500 pedras de crack, 600 gramas de maconha, três notebooks, um tablet e celulares, entre os quais os interceptados com permissão judicial.
Segundo a DISE, o grupo seria ligado ao PCC e Frederico ainda serviria à facção prestando atendimento médico a criminosos feridos em confrontos com policiais. Esse tipo de assistência seria feita de forma clandestina, fora das redes de saúde pública ou particular, para que não houvesse a notificação compulsória às autoridades competentes e se evitasse a prisão dos pacientes.
Liberdade negada
Mesmo com o médico atrás das grades, a PF continuou a investigá-lo na Oversea e reuniu indícios de sua participação na mega quadrilha que remetia cocaína para fora do País em navios que partiam de Santos. O inquérito da Polícia Federal serviu de base para o MPF incluir Frederico entre os 43 denunciados, dos quais 24 estão presos, 18 permanecem foragidos e um foi solto graças a liminar em habeas corpus concedida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região.
Bem antes da denúncia do MPF, o advogado Eugênio Malavasi impetrou habeas corpus em favor de Frederico, mas a 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a prisão preventiva decretada pelo juízo de primeira instância. O defensor, então, impetrou novo habeas corpus, desta vez perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), sempre sob o argumento de inexistir justa causa para a preventiva, que poderia ser substituída por outras medidas cautelares que não impliquem em prisão,

Malavasi impetrou o terceiro habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), também sem conseguir a soltura do cliente. Candidato a vereador em Santos nas últimas eleições pela coligação PSC/PRP, o médico adotou na campanha o nome de Dr. Fred, recebeu 855 votos e conquistou a terceira suplência.

Fonte: Jornal A Tribuna








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