Os
cerca 400 portuários da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) entraram em
greve na manhã, desta terça-feira (15). Os trabalhadores exigem a implantação
do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). A greve que tem duração de 48
horas será encerrada no dia 17.
Segundo
o Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), com a greve dos
trabalhadores vinculados à Codesa, cerca de 4.000 trabalhadores avulsos,
prestadores de serviço, despachantes, de agências de navegação, de empreiteiras
e de empresas terceirizadas que atuam dentro da área do porto organizado
tiveram que interromper suas atividades.
Reivindicações
A
categoria exige o cumprimento do que foi firmado no Acordo Coletivo de Trabalho
sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos codesianos, que
determinava prazo até 1º de janeiro deste ano para ter sido colocado em
prática.
“A
Codesa, além de não ter cumprido o prazo, sequer apresentou uma proposta de
plano aos trabalhadores para que pudesse ser analisada. O Suport-ES esteve
várias vezes em Brasília cobrando do Departamento de Coordenação e Governança
das Empresas Estatais (Dest) e da Secretaria de Portos (SEP) uma resposta, mas
tudo não passou de promessa”, afirmou Ernani Pereira Pinto, presidente do
Suport-ES.
Os
trabalhadores aguardam o estabelecimento das normas para que haja o
realinhamento de funções, definição de cargos, honorários, reconhecimento de
cursos de graduação, entre outros quesitos.
100% de adesão no 1º dia de
greve na Codesa
Os
companheiros da Codesa aderiram totalmente no primeiro dia de greve, que teve
início nesta terça-feira, dia 15, às 7 horas. O movimento segue até quarta e na
quinta-feira vai ter início uma operação padrão.
A
categoria está consciente da necessidade de defender a implantação do Plano de
Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), conforme previsto em Acordo Coletivo com
data para ter acontecido em 1º de janeiro deste ano.
Num
movimento ordeiro e pacífico, foram fechados os portões de acesso da empresa na
Ilha do Príncipe, nos prédios da Avenida Getúlio Vargas e na entrada de
Capuaba, em Vila Velha.
Os
aposentados, sempre marcando presença, se concentraram no Prédio 5. Eles também
defendem o PCCS, pois já viveram a experiência do que representa o estímulo ao
profissional. Quando trabalhavam, tinham a oportunidade de construir carreira e
sabem a diferença que isso fez no contracheque.
Com
faixas nos portões, os companheiros estão mostrando à sociedade a importância
da valorização do trabalhador. “Estamos cansados de ver cargos sendo ocupados
por indicações políticas, sem critérios técnicos e respeito aos trabalhadores
de carreira. É um porto público, que está concentrando profissionais desmotivados,
muitos com salários defasados e sem expectativa de crescimento na carreira
portuária”, disse o presidente do Suporte-ES, Ernani Pereira Pinto.
O
que os trabalhadores percebem é que o governo está dando ao PCCS o mesmo
tratamento que deu ao Marco Regulatório dos Portos (Lei 12.815), quando os empresários
quiseram definir as regras do jogo e os trabalhadores foram colocados de lado.
Foi só com movimentos que o governo passou a ouvir os portuários. Queremos
conhecer o plano na íntegra para analisar o PCCS. Não vamos aceitar qualquer coisa
goela abaixo!
A
Codesa não cumpriu o prazo determinado no Acordo e a categoria não participou de
um debate amplo como um plano complexo como o PCCS merece.
Segundo
Ernani, os trabalhadores não podem continuar desmotivados e abandonando a
empresa, como é o caso de muitos que chegaram através do último concurso
público, perceberam a falta de incentivo para continuar na empresa e já foram
embora.
Guarda Portuária em greve
O
Sindicato da Guarda Portuária (Sindguapor), acatando a decisão da assembleia
realizada no dia 07, também decidiu cruzar os braços, por 48 horas, nos dias 15
e 16 de abril.
A
Guarda Portuária, que já estava em estado de greve, não aceita tratamento
desigual e vai continuar lutando pelos seus direitos.
Fonte:
FNP/Suport/Sindguapor
Edição:
Segurança Portuária Em Foco
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