O
uso de uma área junto ao Porto de Santos para estocar e movimentar contêineres
da Libra Terminais seria absolutamente normal se o terreno, arrendado sem
licitação e em nome de uma outra empresa, não fosse patrimônio da União, sob a
administração da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Uma triangulação no
mínimo esquisita, que favorece a empresa cuja dívida milionária de arrendamento
do seu terminal portuário com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)
não é cobrada, e para a qual se tenta uma negociação lesiva aos interesses da
estatal.
Situada
na Avenida Portuária, essa área faz parte do patrimônio remanescente da extinta
companhia de navegação estatal Lloyd Brasileiro. O que todos querem saber da
SPU é porque e por que se preferenciou a Libra com uma área pública que
deveria estar sendo utilizada pela Codesp, como estacionamento de carretas para
mitigar o caótico congestionamento do Porto de Santos? E por que a Codesp se
calou ao ser passada para trás na utilização prevista daquela área, tão
necessária para melhorar sua logística interna?
É a
Advocacia-Geral da União (AGU), do ministro Luís Inácio Adams, e a Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do ex-ministro Pedro Brito,
conjuntamente, que compete decidir sobre os cabeludos casos da Libra. Ambas
instituições tiveram membros envolvidos no processo da Operação Porto Seguro, da
Polícia Federal, de venda de pareceres no Porto de Santos. Seria essa a razão
dessas excessivas tolerâncias dispensadas a Libra?
Fonte:Portogente
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