Terminal do BTP pode
aumentar em quase 40% a capacidade do Porto.
Primeiro navio
desembarcou 81 contêineres no terminal.
Um
novo terminal começou a operar no Porto de Santos, no litoral de São Paulo,
nesta quarta-feira (14). Com o novo equipamento, a capacidade de movimentação
de cargas no cais santista pode aumentar em quase 40%. O primeiro navio a
operar chegou no final da tarde e desembarcou 81 contêineres.
O
mau tempo levou a Capitania dos Portos a proibir a navegação no canal do Porto
durante toda a manhã. Por isso, a primeira embarcação a atracar no novo
terminal chegou com um atraso de nove horas. O MSC Challenger desembarcou 81
contêineres e embarcou outros 220.
O
novo equipamento do Brasil Terminal Portuário (BTP) deve operar parcialmente
por algum tempo. “A instalação já está construída para a sua capacidade final.
A inicial, parcial, se deve à questão da dragagem do canal principal, de
responsabilidade da Secretaria Especial de Portos (SEP); e do acesso aos
berços. Tanto a SEP como a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)
indicam que elas estarão concluídas em outubro deste ano", explica o presidente
do BTP Henry Robinson.
O
novo terminal tem 500 funcionários, até o fim do ano deve contratar mais 240 e
gerar 6.500 empregos indiretos. Assim que estiver operando totalmente, o
equipamento poderá movimentar por ano até um milhão e duzentos mil contêineres.
Isso representa um aumento de quase 40% na capacidade do Porto de Santos.
"O crescimento esperado, de exportação e importação, se deve não só às
cargas que já são tradicionais no contêiner, mas também ao desvio de outras
mercadorias que não eram operadas em contêiner, e agora a gente vê essa
migração”, diz Henry Robinson.
Para
não causar filas no Porto, nem sobrecarregar os pátios reguladores, foi
construído um estacionamento exclusivo para caminhões, com 90 vagas. O terminal
também resolveu um problema antigo, a área de 490 mil metros quadrados onde
está instalado era a do antigo lixão da Codesp. O trabalho de recuperação do
solo demorou dois anos e meio. A licença de operação do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) saiu no mês passado.
Por segurança, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cestesb) vai
monitorar o subsolo por mais dois anos.
Primeiro navio
Após
realizar o embarque de 220 TEUs, o navio MSC Challenger, primeira embarcação
comercial a operar na BTP deixou o terminal portuário. O navio, que atracou no
final da tarde de ontem, desembarcou 81 TEUs.
A
chegada das primeiras embarcações marca o início das operações parciais do
terminal, que fica na região da Alemoa, na Margem Direita do Porto. A unidade
só deverá operar a pleno vapor em outubro, quando está prevista a conclusão da
dragagem de aprofundamento dos acessos a seus berços.
Enquanto
isso, serão realizadas duas escalas semanais no cais da BTP. De acordo com o
diretor-presidente da empresa, Henry James Robinson, os navios são da armadora
MSC e farão a linha Costa Leste da América do Sul-Golfo do México-Mar
Mediterrâneo. “Por enquanto temos esses dois contratos assinados com a MSC, mas
ainda estamos estudando serviços adicionais e a contratação do serviço para o
Norte da Europa e a costa leste americana. Mas é certo que já podemos operar
com duas escalas a cada semana”, destacou.
Apesar
de o terminal estar liberado para operar, as atracações que vão ocorrer até
outubro terão restrições – relacionadas ao tamanho e ao calado das embarcações.
Segundo
o presidente da BTP, apenas navios com até 277 metros de comprimento e 11,2
metros de calado poderão atracar na instalação. O MSC Challenger, de bandeira
de Hong Kong, tem 233 metros de comprimento. Já o Adriatic, de bandeira alemã, mede
277 metros de comprimento.
Mesmo
dentro dos limites, esses navios não vão utilizar toda a capacidade de
carregamento nas operações. O primeiro motivo é a profundidade do canal de
navegação (calha central) de Santos. Apesar de a dragagem de aprofundamento do
Porto já ter sido concluída, os novos índices ainda não foram homologados pela
Marinha – já que foram encontradas inconsistências na obra, custeada pela
Secretaria de Portos (SEP). Além disso, ainda é necessário aprofundar o acesso
aos novos berços da Alemoa (onde está o terminal). Neste caso, a obra está sob
a responsabilidade da Codesp.
Fonte:
G1 / Santos - Jornal A Tribuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.