O
relatório final sobre a Medida Provisória (MP) 595, a chamada MP dos Portos,
será votado na próxima quarta-feira (24) na comissão mista do Congresso criada
para analisar a MP. O texto foi lido hoje (17) pelo relator, senador Eduardo
Braga (PMDB-AM), e uma nova reunião para discussão da matéria na próxima
terça-feira (23).
Das
645 emendas apresentadas pelos parlamentares à medida provisória, 137 foram
acolhidas pelo relator. Segundo Braga, isso foi resultado de um diálogo
permanente. “Construímos um parecer feito não pelo relator, mas pela comissão,
pelo governo, pela sociedade, pelas entidades de classe, enfim, pelo povo
brasileiro”, disse o relator. (exame)
O
relator da Medida Provisória nº 595 de 2012, senador Eduardo Braga (PMDB/AM),
apresentou nesta quarta-feira (17) seu parecer na Comissão Mista que analisa a
matéria. Segundo ele, o texto é resultado das negociações feitas durante quase
dois meses de debate sobre a Medida, conhecida como MP dos Portos, e que dispõe
sobre a exploração direta e indireta, pela União, de portos e instalações
portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários. O
novo projeto revoga e substitui a Lei nº 8.630 de 1993, antigo marco
regulatório do setor.
Na
apresentação do relatório, Braga explicou que contemplou 137 das 645
apresentadas. “Tivemos a participação intensa dos parlamentares, senadores e
deputados, um grande diálogo foi estabelecido com a sociedade, com o governo e
nós efetivamente construímos um texto que avançou e trouxe conquistas para a
economia brasileira”, afirmou o senador.
O
relator defendeu que a aprovação da medida permitirá uma melhoria da
infraestrutura portuária e o tornará o Brasil mais competitivo
internacionalmente.
“Construímos
um relatório que traz a certeza de que o Brasil terá um custo menor e que
viabilizará as condições para que o governo e o país tenham um PIB mais
acelerado com geração de emprego e renda para o nosso povo e competitividade
para a indústria brasileira”.
Durante
a reunião de hoje, ficou definido que os parlamentares debaterão o parecer na
próxima terça-feira, dia 23, pela manhã e que a votação será realizada na
quarta-feira (24), às 14h30.
Trabalhadores
No
que diz respeito à questão trabalhista, o relatório contemplou as reivindicações
e o acordo realizado entre os trabalhadores portuários e o governo federal –
diálogo que foi intermediado por Eduardo Braga.
“Criamos
uma aposentadoria especial, criamos uma renda mínima, criamos o reconhecimento
com relação à convenção 137 da OIT, avançamos sobre a profissionalização, sobre
reconhecimento das categorias diferenciadas, enfim, foi ampla a negociação.
Construímos um texto de consenso, que representa ganhos de direitos aos
trabalhadores”, explicou.
Representantes
sindicais dos trabalhadores portuários afirmaram que a greve prevista para
amanhã (18) está suspensa em função da manutenção do acordo.
“Como
ele (o relatório) contempla a questão trabalhista, eu pondero para os nossos
companheiros sindicalistas que suspendam a greve de amanhã, para que a gente
possa discutir até terça feira o relatório com tranquilidade”, disse o deputado
Paulo Pereira (PDT/SP), presidente da Força Sindical.
Concessão dos portos
A
concessão e o arrendamento do porto público serão realizados a partir de uma
licitação e mediante contrato. Ao contrário do que estava previsto do MP 595,
os contratos de concessão de portos públicos a empresas privadas, celebrados
pela União antes da promulgação da Lei 6.830 poderão, a critério do poder
concedente e independentemente do seu prazo de vigência, ser renovados uma
única vez, pelo prazo de até cinco anos.
Além
disso, os contratos já firmados sob a antiga lei dos portos, que possuam
previsão expressa de prorrogação ainda não realizada, poderão ter sua
prorrogação antecipada, a critério do poder concedente.
Outra
alteração apresentada pelo parecer do relator sobre a concessão dos portos
públicos diz respeito à descentralização administrativa. Assim, o relatório
traz um dispositivo prevendo que a União poderá delegar aos estados ou
municípios que tenham recebido delegação para a exploração de porto a elaboração
do edital e a realização de licitação para arrendamentos.
Debates
Desde
que foi escolhido relator da MP dos Portos, Braga se colocou à disposição de
diversos setores para debater o assunto. Ele apresentou um cronograma de
trabalho, em que sugeria a realização de audiências públicas para ouvir os
principais envolvidos. Ao todo, em quase dois meses de diálogo, a Comissão
Mista realizou sete audiências públicas, em que foram ouvidos 38 pessoas, entre
elas, trabalhadores portuários, empresários – usuários e operadores dos portos
– e representantes do governo federal, além dos governadores da Bahia, Rio
Grande do Sul e Pernambuco. Além das audiências públicas, Braga se reuniu mais
de uma vez com representantes dos setores que atuam na área portuária.
Guarda Portuária
A
Guarda Portuária fica agora nas mãos da Secretaria Especial de Portos – SEP, secretaria
esta que foi a responsável por excluir a Guarda do texto da MP – 595, a fim de
poder terceirizar o serviço de segurança nos portos.
O
relator inseriu a Guarda no Art.17 –
item XV – Organizar a guarda portuária, em conformidade com a regulamentação
expedida pelo poder concedente.
No
seu parecer, o relator comenta: “houve a
positivação, no art. 17, de que compete à administração do Porto organizar a
guarda portuária (providência que evita a terceirização de atividade-fim inerente
à segurança dos portos nacionais)”.
Leia
o relatório e o Projeto de Lei de Conversão aqui.
Leia também:
SEP QUER ACABAR COM A GUARDA PORTUÁRIA
EVITAR A TERCEIRIZAÇÃO: SÓ ESTÁ FALTANDO BOTAR ISSO EM PRÁTICA.
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