SEGURANÇA PÚBLICA PORTUÁRIA / POLÍCIA FEDERAL
CORRUPÇÃO NA RECEITA FEDERAL
Uma
investigação da Polícia Federal apura a existência esquemas de corrupção em
quatro dos principais portos do país: Rio, Itaguaí (RJ), Vitória (ES) e Santos.
Em
todos eles a PF diz ter descoberto pagamentos de propinas a auditores da
Receita Federal e a despachantes aduaneiros, sempre para facilitar a entrada de
mercadorias no país.
As
investigações correm sob sigilo e podem chegar a políticos. Ao todo, 13 pessoas
já foram indiciadas. Quatro são empresários.
A
denúncia foi feita no ano passado pelo Ministério Público Federal e aguarda uma
decisão do juiz da 10ª Vara Federal Criminal.
As
investigações começaram em 2009 no Porto de Vitória. Desde então, já deram
origem a seis processos na Justiça Federal no Rio e no Espírito Santo.
Na
ocasião, a empresa Partner Trading foi investigada por contrabando. De acordo
com a PF, representantes da Partner procuram empresários que conheciam o
esquema para que oferecessem R$ 50 mil para que um auditor fiscal, lotado no
porto do Rio, apagasse informações contra ela do sistema da Receita.
Um
outro caso trata de R$ 170 mil oferecidos a um auditor da Receita no Porto de
Itaguaí. Ele deveria impedir a ação de colegas no contêiner que trazia mochilas
e pastas para laptops falsificadas da marca Oakley.
Ao
abrir o contêiner, o auditor, sempre segundo a PF, retirou quatro amostras e
descreveu todas como bolsas femininas. Na sequência, procurou o grupo para
aumentar o valor da propina.
O
auditor pediu R$ 50 por mochila, o que totalizaria R$ 192.500. O pedido, diz o
documento, surpreendeu a representante da empresa Lucky Star Despachos
Aduaneiros, que seria representante de chineses que atuam no Rio e em São
Paulo. Outros despachantes entraram na conversa e insistiram para manter o
"acordo" inicial de R$ 170 mil.
Uma
das despachantes denunciadas saiu de um escritório no centro do Rio e seguiu em
um táxi até Santa Cruz, na zona oeste, onde faria o pagamento. No caminho para
o porto, policiais interceptaram o veículo e apreenderam o dinheiro.
No
processo, as empresas acusadas negaram envolvimento em irregularidades. A Folha
não conseguiu contato com essas empresas.
Fonte: Folha de S. Paulo / Sindaport
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