SEGURANÇA PÚBLICA PORTUÁRIA / POLÍCIA FEDERAL
OPERAÇÃO PORTO SEGURO LEVANTA SUSPEITA NA CONCESSÃO DE ÁREA À TERMINAIS PORTUÁRIOS DE SANTOS
TERMINAL TECONDI
O ex-diretor executivo
da Terminal para Contêineres da Margem Direita S/A (Tecondi), Carlos César
Floriano, é um dos suspeitos da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento
na Operação Porto Seguro.
O esquema envolve
tráfico de influência, falsidade ideológica e corrupção, com pagamento de
propina a funcionários públicos, para emissão de pareceres e laudos técnicos em
favor de empresas com interesse em processos em trâmite no governo federal.
A denúncia teve
repercussão nacional após ser veiculada pelo Programa Fantástico, da Rede
Globo, no último domingo, dia 25, além da Folha de São Paulo (Folha). Nesse
último, nome de Floriano encabeça a lista dos que responderão inquérito.
Procurado ontem pelo
DL, o advogado do ex-diretor, Alberto Zacharias Toron não foi localizado, mas
já havia garantido à Imprensa que o empresário não foi preso, mas teria ido
prestar depoimento na PF. Ele acredita que o ex-diretor não tem participação
alguma em atos ilícitos.
A
denúncia
Segundo já veiculado, o
auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges denunciou à
Policia Federal que recebeu uma oferta de R$ 300 mil para dar parecer favorável
ao Tecondi. O dinheiro teria sido oferecido entre 2009 e 2010 e Borges teria se
arrependido do acerto.
O Tecondi precisava do
documento porque o Tribunal de Contas da União (TCU) estava investigando a
possibilidade de a empresa ter usado instalações portuárias que não estavam
previstas na concorrência da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
iniciada em 1998.
O auditor já teria dado
um parecer, em 2007, propondo a anulação do contrato por conta de
irregularidades na licitação. Caso o TCU acatasse o parecer, o contrato do
Tecondi com a Codesp para operar o terminal de contêineres poderia ser anulado,
causando problemas à empresa portuária. Dois anos depois (2009) o auditor teria
dado um parecer favorável.
Indiciados
Ao todo, a Operação
Porto Seguro já teria 18 pessoas indiciadas e cinco presas. O processo que já
tem mais de três mil páginas. A chefe de gabinete do Escritório da Presidência
da República em São Paulo, Rosemary Noronha, que já foi demitida pela presidente
Dilma Rousseff, seria uma das principais envolvidas.
Segundo a Polícia
Federal, Rosemary é personagem chave do esquema. Foi ela quem sugeriu Paulo
Rodrigues Vieira – um dos indiciados - para o cargo de diretor de hidrologia da
Agência Nacional de Águas. Vieira foi também já foi conselheiro fiscal da
Codesp.
O denunciante disse à
Polícia Federal que quem ofereceu a propina foi Paulo Vieira. A especialidade
dele era fazer contatos entre empresários em dificuldades e funcionários
públicos que pudessem ser corrompidos.
Para comprovar a
negociação, o delator entregou à Policia Federal um CD contendo uma conversa
entre ele e Paulo Vieira. A polícia suspeita que, apesar de atendido o pedido
de Vieira, o funcionário público não recebeu todo o dinheiro prometido.
A partir do depoimento
do denunciante, a polícia conseguiu autorização da Justiça para monitorar
telefonemas entre ambos - um passo definitivo para descobrir a participação dos
demais integrantes da quadrilha, que ainda incluiria três advogados e um empresário.
Eles entravam em contato com as empresas e depois cooptavam funcionários
públicos de segundo e terceiro escalões.
Cyonil Borges publicou
um livro sobre direito administrativo, mas, segundo a Polícia Federal, nas
conversas com Paulo, a palavra publicação significa pagamento. Por e-mail,
Cyonil teria cobrado Paulo Vieira várias vezes.
“Brother, não quero ser
chato. Já vencemos o dia 11 e 21 de janeiro. Será que neste mês de fevereiro
teremos alguma publicação? Como te disse, preciso para dar entrada em um
apartamento. Coisa pequena”, disse.
Tecondi
soube pela Imprensa das investigações da operação
Procurada
ontem, a atual administração do Tecondi informou que tomou conhecimento pela
imprensa das investigações realizadas pela Polícia Federal e os fatos
anunciados nesta investigação ocorreram em 2010, dois anos antes da mudança do
controle acionário do terminal, ocorrido em 19 de junho deste ano.
Ainda conforme a empresa, a aquisição do terminal pelo novo acionista
fundamentou-se em relatórios produzidos a partir de rigorosos processos de
auditoria e o Tecondi, que não é objeto das investigações, tem plena certeza de
que suas operações não serão prejudicadas por esses fatos. O Terminal dará
prosseguimento às suas atividades, mantendo seu plano de negócios e de
investimentos.
A empresa finaliza enfatizando que está localizada na margem direita do Porto
de Santos, é responsável por quase 17% da operação de contêineres do maior
porto da América Latina. Gera mais de 1.800 empregos diretos e, em 12 anos de operação,
investiu mais de R$ 500 milhões no terminal em obras civis, tecnologias e
equipamentos utilizados em suas instalações, suplantando a exigência contratual
de investimentos de R$ 138 milhões.
O compromisso com a eficiência e zelo em suas operações levou a empresa a obter
as certificações ISO 9.001, ISO 14.001 e OHSAS 18.001 concedidas pelo Bureau
Veritas Quality Internacional. A preocupação com segurança fez com que o
terminal fosse também um dos primeiros a ter seu plano de segurança aprovado
pela Autoridade Portuária e CONPORTOS, cumprindo as mais rígidas exigências dos
órgãos internacionais (ISPS CODE).
Em 2006, metade das ações da Termares foi adquirida por um dos sócios
proprietários do Tecondi, fazendo com que ambas as empresas tivessem a mesma
composição societária. Em 2012, o grupo EcoRodovias adquiriu 100% das ações das
empresas associadas Tecondi, Termares e Termlog.
Procurada pela reportagem, a Companhia Docas de São Paulo (Codesp), que
administra o Porto de Santos, não respondeu aos questionamentos do Diário do
Litoral - DL.
Boy e Gonzalez são citados em escutas
Ainda
sobre a Operação Porto Seguro, a PF identificou mais de 1.100 telefonemas,
entre eles contatos diretos entre Paulo Vieira e o deputado Valdemar da Costa
Neto (PP), o Boy, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção
passiva no julgamento do Mensalão.
Entre as escutas estaria uma entre o deputado e o escritório de Carlos César
Floriano. Em uma delas, Paulo Vieira teria pedido a indicação do vereador
santista Odair Gonzalez (PP) para assinatura de representação junto ao TCU. Não
há, pelo menos por enquanto, nenhum indício que Gonzalez esteja envolvido no
esquema.
* Esta publicação é de inteira responsabilidade do órgão de imprenssa que a publicou. O nosso papel é apenas manter informado aqueles que acompanham o Blog, de todos os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Segurança Portuária, nesse caso, a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.
parece que os atuais administradores do TECONDI acham perfeitamente legal as ações de acordo com que os americanos da costa oeste agiam...."matavam" o antigo dono e, a partir dalí, participaram energicamente do desenvolvimento da região....ora, se o processo de arrenda,mente está ERRADO, tudo o que veio APÓS deve ser considerado NULO....seus eventuais investimentos, caso comprovados, deverão ser ressarcidos por quem vendeu o "empreendimento" a eles, ou seja, o Sr. Floriano de demais "amigos" que o ajudaram nesta autentica FRAUDE !!!....QUE O DIGA O TAL DE CYONIL DO TCU !!!
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